[sc:review nota=5]

 

Um conflito começa e se encerra no mesmo episódio. Bem, sejamos justos, ele estava lá desde o começo da temporada, mas só agora as cores de seus integrantes foram mais claramente exibidas; me senti como na primeira temporada do anime, com aquele monte de personagens novos aparecendo sem entender direito quem são e aonde se encaixam na história. No final das contas, o que eu esperava ser um imenso conflito entre grupos demarcando seus territórios acabou bem mais rápido do que eu previa, e mais fácil até, o que não necessariamente quer dizer que tenha sido tedioso. Pelo contrário, enxergar nuances variadas da vida e do trabalho do informante mais sádico, odiado e solicitado de Ikebukuro é sempre um imenso prazer, ao menos para mim.

Se tem uma coisa que me satisfaz, é quando uma pergunta que eu fiz num artigo ganha uma resposta já no episódio seguinte. Anteriormente, eu me questionava sobre o papel do Izaya no conflito entre grupos que anda acontecendo, já que aparentemente ele não teria muito a ganhar com isso. No fim das contas, não tem mesmo, mas ele foi contratado pela Awakusu para investigar grupos menores que andam se infiltrando em seu território ultimamente. Lembra os traficantes menores em quem Akabayashi desceu o braço,os Heaven’s Slave? Psé, eram parte do esquema, mas uma bem insignificante. O grupo rival é denominado de Amphisbaena e comanda um cassino clandestino que está sempre mudando de local, e pelo visto eles e a Awakusu andam se estranhando feito gatos de rua. O clã se cansou da concorrência e resolveu tirá-los  de circulação de uma vez. Os dois grupos são bons no que fazem e têm lá seus méritos; o principal motivo pela qual os novatos perderam é por não seguirem um dos mais antigos e sábios conselhos a respeito de todo e qualquer embate: conheça o seu inimigo. Ainda mais quando este é um informante que não hesitaria em ferrar com a vida de quem quer que seja por simples diversão/trabalho.

Izaya foi sequestrado. Cara, ele só pode estar no inferno astral dele, não tem outra explicação. Além do sequestro, houve um período breve de (tentativa de) tortura física e psicológica. Saco de estopa na cabeça, garrafa de água encharcando o material e dificultando a operação, intenção em tocar fogo nele (minha favorita, pena que não foi realizada), ameaça à vida de suas irmãs. De vez em quando, a figura amarrada gesticulava como se tivesse medo, mas na maior parte do tempo ficou quieta. Cheguei a duvidar, na maior parte do tempo, que fosse realmente ele preso ali. Claro que a maioria das minhas hipóteses sobre a Amphisbaena ter capturado a pessoa errada era meio furada, mas tava tão estranho, tão fácil, o sujeito tão derrotado em seu cantinho… Nada se encaixava. Of course, não sou esperta como ele para adivinhar que sim, era Izaya naquela cadeira o tempo todo, preso em um saco que o permitia enxergar tudo ao seu redor. Todas as reações ensaiadas, toda a cena armada, todo o sequestro era uma farsa. E eles caíram direitinho. Fala sério, usar Mairu e Kururi? Qualquer um que saiba o mínimo sobre ele poderia dizer que essa era uma ameaça sem fundamento, que ele tava nem aí; a Amphisbaena deveria ter contratado um informante tão competente quanto o que eles capturaram. Izaya já havia há muito desmascarado o grupo, inclusive o seu chefe, e armou toda a palhaçada de forma que fosse pego e “resgatado” bem a tempo. Mas por quê? Diz ele que para convencê-los a abandonar seus negócios sem mais dano, e deve ter sido bem por aí o pedido de seus chefes, mas tenho certeza de que ele só queria ver o desfecho da história de camarote, mesmo porque seu pedido não incluía a Heaven’s Slave mas ele matou os dois coelhos com uma cajadada só mesmo assim. Mas pera, que ainda tem coisa no meio, ele não pode ter conseguido tudo isso sozinho. E não conseguiu mesmo.

"Você gosta disso?"

“Você gosta disso?”

Shiki, da Awakusu, era seu contatante e contratante direto. Celty era sua contratada para envio e receptação de material – e tá na cara que a perda do notebook fazia parte do plano maligno. Após o incidente da facada, ele contratou um grupo de guarda-costas que chama carinhosamente de Dragon Zombie, dentre as quais está Mikage, uma garota que ele supostamente seduziu um tempo atrás – não vou explicar direitinho quem é ela, dá trabalho. Paralelamente, os membros do grupo de tráfico (comandado por um ex colega de Izaya e Shinra, e verdadeiro autor do caso das drogas) também está atento à intensa movimentação no distrito. Afinal, seus compradores são clientes no cassino clandestino, e qualquer coisa que eles ganhem lá é lucro para eles. Daí eles não estarem felizes com a intromissão de Izaya, e quererem que a Amphisbaena permaneça ativa a todo custo. Por isso furtam da Moto Negra, para usar o sistema de rastreamento de fichas de cassino que o informante havia conseguido. Resumindo, ele reuniu todo mundo num único espaço pequeno; daí a derrotar todos era só uma questão de ter os aliados certos. E ele tinha, oh, ele tinha. Achou seus métodos de tortura legais, loirinha? Experimenta os do Izumii, só de ver esse martelo eu confessaria até ter matado John Lennon. Mas a pessoa mais interessante dentre seus novos agregados é Haruna Niekawa, uma filha da Saika que protagonizou cenas intensas com Anri na primeira parte da história. É uma garota notável, que foi capaz de escapar do controle da espada duas vezes, mas não mantém lá o controle de todas as suas faculdades mentais. No entanto, caso bem manejada, se torna uma verdadeira arma de primeira. E se tem alguém aqui que é expert em manipular os outros, é esse maldito informante mais esguio do que um gato. Parabéns, Orihara-kun, cumpriu seu trabalho com louvor. Agora reze para que Shiki nunca confirme a suspeita de que você é Nakura, e que você quem andou enchendo a cabeça da Akane de besteira. E, caso ele descubra, reze pra sua guarda ser forte o bastante para contê-lo. Você escapou de muita coisa em um único episódio, mas não acho que vá sair livre de mexer com a filha do diretor do Awakusu. Teje avisado.

Izaya conseguiu novos cães de guarda.

Izaya conseguiu novos cães de guarda.

  1. Esse arco Ten mostra como a história de Durarara é bem amarrada, com várias relações presentes se revelando como consequências do background dos personagens (Nakura é só um exemplo). As mutações internas dos dollars, Izaya em seu auge (mas com uma autoconfiança que dessa vez pode custar mais do que só uma facada), tudo está empolgante! Ótimos reviews, espero que continuem acompanhando esse arco e o terceiro! =)

    • Esse arco Ten me lembra os primeiros episódios da história, em que nada acontecia mas era empolgante do mesmo jeito. Cada ponta solta amarrada me deixa mais fascinada e alegre, e eu quero mais e mais da história. Quero só ver quando a história voltar a correr apropriadamente. *-*
      Obrigada, e farei o possível para continuar na missão, afinal elaborar esses reviews me ajudam inclusive a compreender essa história tão complexa, hehe.

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