One Punch Man – ep 11 – Tudo conforme o esperado
[sc:review nota=4]
Um episódio bom, divertido de assistir, um deleite para os olhos (embora tenham havido episódios melhores nesse quesito), mas para se assistir com o cérebro completamente desligado. Tudo o que aconteceu foi absolutamente previsível; no máximo uma escolha em duas. Teve apenas duas coisas que me chamaram um pouco mais a atenção – e uma delas de forma negativa. De resto, foi o típico episódio que eu tenho até dificuldade de escrever sobre. Mas tentei e agradeço aos que me acompanharem!
A história ocorre em três círculos concêntricos: o Saitama na nave, no círculo mais interno, os demais heróis imediatamente ao redor, parte deles explorando a nave por fora, parte lutando contra Melzargard, e por fim no círculo mais externo está a Associação de Super-Heróis, mais preocupada em resgatar os reféns da cidade e também os heróis de classes mais baixas que se apresentam para ajudar nesse trabalho, bem como curiosos e a imprensa olhando para o que está acontecendo na Cidade A. Pode-se dizer que esse episódio é como o Shrek: tem camadas. Ele não fede (nem cheira), e garanto que você não vai chorar enquanto eu o descasco!
Uma cidade inteira foi varrida do mapa em um instante por uma única nave alienígena colossal e mesmo assim há curiosos tão perto quanto conseguem chegar para observar o que está acontecendo. Se por um lado é verdade que pessoas tem mesmo esse tipo de curiosidade mórbida que faz congestionar o trânsito quando desaceleram para olhar um corpo desfigurado por um acidente à beira da estrada, não sei se tomariam esse tipo de atitude em uma situação assim tão grave. A imprensa é normal, estão fazendo o trabalho dela.
Quem também faz o seu trabalho é a Associação de Super-Heróis, que abandonou o problema da nave alienígena totalmente nas mãos dos heróis classe S presentes mais o Saitama e está mais preocupada em salvar os sobreviventes. Além deles, o senso de dever atinge o Ciclista sem Licença, o Inazuma Max e o Stinger, que se apresentam – não combater os alienígenas, isso eles sabem que está muito além das capacidades deles mesmo em seus sonhos mais megalômanos, mas para cumprir seu dever de ajudar as pessoas.
A parte mais interessante do episódio, a meu ver, foi a luta contra o Melzargard. Puri Puri Prisoner, Metal Bat, Atomic Samurai e Silver Fang combateram o alienígena com todas as suas forças, mesmo vendo-o se regenerar de novo e de novo, e em nenhum momento pareceram achar que o que faziam era inútil. Enquanto isso o Iai me irritou. Ele foi a única maldita coisa que me irritou nesse episódio. Ele já havia dito no episódio anterior como golpes físicos eram inúteis contra o Melzargard, e nesse ele repetiu isso sei lá quantas vezes e pensou outras tantas. Cara, vira o disco! Foi a forma que ele encontrou de lidar com a dor lancinante causada pela perda do braço? Aliás, ele deveria estar sangrando horrores ali. Ok, fiquei tão irritado com o Iai que quase cometi o pecado de cobrar realismo em uma história de super-heróis. Mas já passou, já passou.
Como era de se esperar, o Melzargard tinha uma fraqueza: cada uma de suas consciências, que mantinha parte de seu corpo coesa, estava contida em uma bolinha. Pequena mas visível. E ele não é particularmente resistente, é apenas portador de uma capacidade regenerativa super-veloz e de uma força descomunal. Mas você só precisa de velocidade para atingi-lo, e nem precisa de uma força de nível descomunal (aposto que alguns heróis classe B conseguiriam abrir um buraco nele, e não estou falando do Saitama).
Durante o combate, Silver Fang foi atingido e na hora pareceu sério, mas logo ele se recupera. Acrescentaria uma grande carga dramática ao anime se ele morresse ali (“derrotamos os alienígenas, mas perdemos o Silver Fang…”), mas nem por um instante acreditei que pudesse acontecer. Não parece o estilo de One Punch Man. De todo modo, descoberto o segredo das bolinhas, o Melzargard é muito fácil de derrotar. Me espanta que seja considerado um dos mais poderosos daquela nave. Aliás, não espanta não.
O outro super-guerreiro da nave, considerado do mesmo nível que o Melzargard, era o polvo azul Geryuganshoop, com poder de telecinese. Até onde me pareceu, creio que ele não seja particularmente mais poderoso que a Tatsumaki por exemplo. Ah, ok, a Tatsumaki é muito forte. Mas se estamos falando de um dos mais poderosos em uma nave que já conquistou incontáveis planetas e é capaz de varrer do mapa uma cidade grande em um instante, eu esperava mais dele. A Tatsumaki é uma mera super-heroína de um planetinha que sequer tem capacidade de viagem espacial ainda e cuja população dominante é formada por indivíduos de uma única espécie senciente. Dado isso, imagino alguém como a Tatsumaki sendo das mais poderosas mesmo. Mas de um império galático eu esperava bem mais do polvo.
Tá bom que ele foi derrotado pelo Saitama, de forma que é difícil precisar seu poder. Mas estou supondo que ele não fosse muita coisa mais que o Melzargard, que foi derrotado por heróis classe S – e poderia ser derrotado por um herói só, dado que ele tivesse conhecimento de seu ponto fraco ou fosse capaz de disparar um ataque energético que destruísse de uma vez só até mesmo suas bolinhas. Acredito que o Genos ou o Metal Knight poderiam derrotá-lo com facilidade.
O episódio encerra com o muito esperado início de combate entre o Saitama e o líder dos alienígenas, Lorde Boros. Que é também o muito esperado pelo Saitama combate onde ele não consegue derrotar seu oponente com um só soco. Curiosamente, era isso que Lorde Boros esperava também e veio para Terra exatamente por isso. Como lidar com essa culpa, hein Saitama? Lógico que não foi ele que pediu pro Boros vir, mas será que ele não se sente nem um pouco responsável? O alienígena se desviou 20 anos em sua rota de dominação galática apenas para atacar a Terra para atrair o Saitama para uma luta. Na minha opinião, o Saitama não tem culpa de nada, quero deixar bem claro, mas fico curioso para saber o que se passa na cabeça dele. Será que saberei de algo no próximo episódio?
Só é uma pena que um arco com um inimigo tão absurdamente poderoso que ameaça indiscriminadamente toda a humanidade não é bom para aferir o caráter de ninguém. Não dá para culpar quem foge. E não dá para esperar outra coisa senão a união de todos, independente de qualquer rivalidade, para salvar o planeta. Se vê isso em toda parte, das grandes sagas de super-heróis em comics até histórias bem mais singelas mas poderosas (como o especial do 11 de setembro do Homem-Aranha, que mostrou até mesmo os vilões da Marvel chocados com o ataque), e claro que é uma constante em invasões alienígenas desde sempre, com destaque para Independe Day porque vai ter filme novo (ficou sabendo? descobri essa semana, estou mais chocado que os vilões da Marvel). É o mesmo em One Punch Man. A Tatsumaki para todos os efeitos sempre pareceu uma cuzona de merda, mas salvou a vida de outros heróis e de sabe-lá quantas pessoas que poderiam estar por perto nesse episódio. Só que não dava para ela agir diferente. Enfim, já deu para entender meu ponto, né? Preparado para o episódio final de One Punch Man?