A volta dos arquétipos: Especial de Dia das Mães! (Com ou sem um dia as mães continuam sendo especiais)
Mamãeee – Hyoga, CDZ
Antes de ler fique sabendo que eu cito possíveis spoilers de FullMetal Alchemist (os spoilers podem se aplicar às duas versões). Então já ta avisado. Tem menções de outros animes, porém, nada de grave, e quando eu digo grave, digo spoilers sobre a história principal. Talvez role um spoiler de algo super insignificante.
Alguns animes que citados são: Katekyo Hitman Reborn, Pokémon, Naruto, Shingeki no Kyojin, HunterxHunter e Your Lie in April. Não são animes, mas citei Chaves e a Bíblia. Acho que só isso mesmo, leiam com moderação e não me xinguem pelas piadas sem graça. A graça de ler meus artigos estão nelas.
Todo mundo aqui tem uma mãe. Até os personagens de anime têm mãe. Até os animais têm mãe. Todo mundo tem uma mãe, mesmo se não for de sangue. Isso mesmo, é disso que eu vou falar. Sobre mães. Mais especificamente do arquétipo da figura materna.
Antes de falar sobre esse arquétipo, eu quero avisar que se você não lembra do que eu to falando, ou de quem sou eu, vai ver o primeiro post de arquétipos. Eu não culpo se você não sabe ou lembra o que são arquétipos. Por alguns motivos, faz meses que eu não posto nada aqui e você provavelmente não aprendeu sobre isso na escola, mas se aprendeu, deve ter achado chato pra carrilho.
Mas caso você não tenha entendido o que são arquétipos, aqui vai um resumão: Arquétipos são termos literários usados em contos ou histórias, que ajudam a especificar tal parte história ou ação do personagem. Arquétipos são bons porque eles têm o mesmo significado pra todo mundo. Em outras palavras, são ações que têm um significado universal.
Mas então qual o arquétipo das mães? Logicamente é a figura materna. A figura materna é nada mais nada menos que a mãe, em alguns casos a madrasta. Mas geralmente a madrasta acaba sendo o contrário disso. Um exemplo é a madrasta da Cinderela, que abusa dela, fazendo a princesa fazer trabalho de empregada/escravo. Mas em alguns poucos casos (bem poucos mesmo), a figura materna não tem relações de sangue com o personagem, como a tia do Gon de HunterxHunter ou a Maria (mãe de Jesus).
Começando pelo básico, quando se fala de mãe, você lembra de uma mulher que tem um filho. Significa que geralmente você espera que a mãe goste de seu (sua) filho(a), em outras palavras, dê amor, carinho e felicidade. Ela é responsável por cuidar da inocência da criança, proteger dos males do mundo. Logicamente que esse trabalho não é só da mãe, o pai também tem essa função, porém, prefiro focar só na mãe nesse artigo, os pais ficam pra outro(se tiver outro artigo). A diferença da mãe para o pai, é que a mãe deixa mais explícito que a prioridade dela é o filho enquanto o pai pode ou não dar vestígio dessa característica. O famoso instinto materno foi a provável causa de criarem esse arquétipo ou vice versa. Em alguns casos, os dois dão total fod…. pro filho, mas né, acontece às vezes, né. Não deveria, mas acontece… s/2. Nesses casos, o personagem vive com uma imaginação do que é amor e como é ter uma mãe.
A figura materna é aquela que suporta e ama o herói. Geralmente é a pessoa que acolhe o herói quando ele é derrotado pelo mal ou o ajuda quando precisa, seja dando suporte pro herói via flashbacks ou dando conselhos em pessoa.
Existem várias formas de representar a mãe, uma das mais famosas é matar a mãe. Pode parecer sacanagem, mas né, não sou eu que escrevo as histórias. Alguns casos conhecidos são a mãe do Eren de Shingeki no Kyojin, e a do Hoyga dos Cavaleiros do Zodíaco. Não é a melhor forma de mostrar isso, mas é uma forma popular. Não é a melhor forma pelo simples fato de que a mãe vira um artifício do passado, o que pode resultar num herói muito preso ao seu passado. O que é normal, já que a mãe dele provavelmente representava a felicidade dele. Quando o herói perde a mãe, ele perde a inocência dele, em outras palavras, ele meio que sofre o arquétipo do Loss of Innocence (que é basicamente quando o personagem é forçado a amadurecer devido a perda de uma figura importante pra vida dele); sempre que alguém tem a figura materna representada desse jeito, meio que cria uma missão no personagem principal que vira o foco da série. No caso do Eren, vingar ela matando todos os titãs, e do Hyoga… ser forte o suficiente(??), Kurumada não gosta de ser tão dramático assim, acho. Como consequência disso o personagem acaba criando uma ilusão que se ele acabar completando essa missão ele vai acabar sendo feliz de novo, em alguns casos meio que até fica chato de acompanhar, pelo fato do herói sempre ficar reprisando o mesmo motivo, ou a história acabar se prolongando tanto que a missão vira outra totalmente nada a ver (tipo o Sasuke, de Naruto, no começo era vingar a mãe e o pai, no final… não sei, eu não terminei naruto ainda). Menção honrosa para FullMetal que conseguiu inovar nisso. FullMetal já começa com essa ilusão de que “completar a missão da mãe significa felicidade”. Quando Ed e Al falham em ressuscitar a mãe, eles automaticamente percebem que eles nunca irão conseguir aquela felicidade de volta, o que volta ao fato que falei, os personagens geralmente se apegam demais ao passado. Quando ambos percebem que a única escolha era seguir em frente e deixar a mãe de lado, eles decidiram focar em recuperar os corpos deles. Citei que o trabalho da mãe é dar suporte ao herói, porém esse caso é uma exceção, é impossível a mãe dar suporte pro herói por motivos que: ela está morta e o problema aconteceu depois que ela morreu. Esse tipo de mãe é mais frequente em mangá shounen, porque isso dá uma bela pitada de drama e como falado antes, a mãe tem um peso bem grande nas vida das pessoas. Mas em troca, a mãe do protagonista vira um símbolo supremo de amor e carinho que ele sempre vai lembrar e guardar no coração dele.
Destaque que essa forma só funciona quando só a mãe está morta, ou se ambos estão mortos, o herói só lembra da mãe. Se não, isso vira outro arquétipo que é os Pais/Godparents. Não tem muita diferença, mas é que Godparents é uma versão mais completa que a figura materna. Um exemplo é Harry Potter e a pedra filosofal, no primeiro filme, Harry sempre lembrava dos pais e não só da mãe. Godparents é um arquétipo usado em filmes, porque além de cobrir os dois de uma vez, é uma forma eficiente de salvar tempo deixando que o filme foque em outras coisas, no caso, o filme foca totalmente no Harry.
Outros tipos de mãe são as super protetoras, aquelas que têm um olho de falcão no filho, que estão sempre de olho neles, tipo a mãe do Kiko do Chaves, a Dona Florinda, ela está de olho no filho tendo certeza que ele seja a figura perfeita dela. Quem não lembra da frase “Não se misture com essa gentalha, tesouro”? Um dos defeitos desse arquétipo é que o filho pode acabar sendo um mimado chato do caralho e até algumas vezes arrogante. Mas o bom desse arquétipo é que o filho aprende a ser alguém confiante e eventualmente aprende a confiar nos outros, já que eles passaram a vida toda confiando na mãe.
Seguindo a linha de mães, tem as mães que são o oposto das super protetoras: as liberais. Essa é a mãe que você olha o herói e fala, “Cade a mãe desse infeliz?”. São aquelas mães que deixam o filho fazer tudo e literalmente só aparecem quando dá merda, um exemplo é a mãe do Ash, do Pokémon. Quem deixa o filho ir explorar o mundo quando completa 10 anos? Ou a tia do Gon, que deixa a criança ir explorar o mundo caçando monstros e arriscando a vida dele só pra encontrar o pai que o abandonou. Esse tipo de mãe é parecido com o caso onde a mãe morre, pelo simples fato dos dois deixarem os filhos soltos por aí. Mas a única diferença é o quão impactante é a mãe pra história. Você quer uma figura materna que tem um valor extremamente alto? Você quer focar tanto nela assim? Se for sim, é melhor que ela esteja morta fazendo que tenha um valor extremamente alto, caso não, muito melhor deixar ela viva e super liberal, só pelo fato que isso tira o todo o drama desnecessário, alguns mangás não precisam desse drama. Pelo simples fato que se a história tem o filho se aventurando por aí, o foco da história não é a mãe e sim o filho dela. Um meio termo dos dois é FullMetal Alchemist (sim, Fullmetal!). Como falei antes, Ed e Al já tentaram ressuscitar a mãe deles achando que seriam felizes de novo, mas como falharam, eles são obrigados a seguirem em frente, e a figura mais próxima em ter esse cargo é a vó da Winry, Pinako. Ela era encarregada dos dois, e atuava como uma mãe não só pros dois, como pra Winry também. Na ausência da mãe dos irmão Elric, Pinako era aquela “mãe” que os dava dicas e suporte pros dois continuarem a jornada deles. É interessante mencionar FullMetal Alchemist nesse, porque ele usa a mãe dos irmãos Elric como todo mangá shounen, mas acaba seguindo o rumo de um manga seinen. Eu digo isso porque geralmente quando a mãe deixa o filho livre pra fazer o que quiser geralmente fazem com que os filhos se tornem independentes e já que receberam o mínimo de suporte da mãe, ao contrário dos filhos que tiveram uma mãe super protetora, eles tem mais contato com o mundo. Esses filhos podem acabar se tornando mais bem sucedidos pelo fato que eles são mais responsáveis e independentes, o que descreve claramente os irmãos Elric, eles receberam o mínimo de influência da mãe (tanto da Trisha como da Pinako), no que resultou eles fazendo as coisas do jeito deles. “Se você quer algo bem feito, faça você mesmo”, essa frase define eles. Se você quer algum outro exemplo de mãe assim, que não seja FullMetal, tem a mãe do Tsuna de Katekyo Hitman Reborn. No final do mangá Tsuna vira uma pessoa totalmente responsável, e o processo é quase parecido com o de FMA, mas a diferença é que ele não contava pra mãe os problemas porque né… problemas de máfia.
A próxima na lista é a mãe que transfere os desejos dela pro filho. Esse tipo de mãe é aquela que quer que o filho realize o desejo dela. Um exemplo é a mãe do Arima em Shigatsu, que queria que ele realizasse o desejo dela, que era ser um excelente pianista. Esse tipo de mãe meio que quebra a regra da mãe ser uma pessoa carinhosa e amorosa, porque geralmente ela acaba sendo alguém mais rígida, algo que combina mais com o pai (só porque homem tem mais a fama de ser rígido e durão). O que causa um problema, se a mãe morrer, meio que o personagem também morre. Quando a mãe do Arima morre, ele meio que fica sem rumo. Sem a mãe ele perde tudo, ele vivia por ela, a única fonte de motivação dele era a mãe. Sim, ele poderia cumprir o desejo dela, mas o problema era que o desejo era dela e não dele. A mãe dele não criou um laço que deveria ser “materno”, em outras palavras, ela não só focou em dar um futuro pro filho mas esqueceu do amor e o carinho. Em vez de dar amor e carinho ela dava pressão pro coitado. Adicionando, além da pressão, ele recebia um “abuso” e críticas rígidas da mãe dando a impressão de que ele não treinava o suficiente, porém, sempre tem o caso onde a mãe deposita os desejos dela no filho e ainda consegue dar o carinho necessário pra ele, que como consequência todo esse amor pode se manifestar fazendo com que o filho queira realizar o desejo dela a todo custo também.
Pra terminar o post, temos a mãe que tem um papel mais de melhor amiga do que mãe. Esse tipo de mãe é aquele que é uma ponte entre mãe e filha. Eu não sei nenhum exemplo de cabeça, mas imagino que esse tipo de mãe é mais comum nos shoujo, porque a única ocasião que eu consigo pensar da mãe sendo assim é em romance. Quando a filha tá com problemas amorosos e a mãe fala: “Eu já sofri por isso e aconteceu dessa forma”! Geralmente esse tipo de relação é 8 ou 80. A mãe pode ser tanto a melhor amiga ou a pessoa que a filha mais odeia. Depende do jeito que a mãe quer se aproximar da filha ou como a filha lida com essa aproximação. Geralmente se a filha sempre gosta da mãe, isso significa que ela está fazendo um bom trabalho, Caso não, é pura treta. Com mães assim, a filha pode crescer regredindo isso ou se tornar um adulto sociável que ama fazer relações parecidas.
No geral, essas são as formas mais comuns de representar as mães, não só nos animes como em filmes também. O último tipo de mãe é super comum em filme americano. Na real esse último é tão comum que seria estranho se alguma não fosse desse jeito. Mas no geral todas essas formas têm uma coisa em comum: destacar que a mãe é a parte mais carinhosa da humanidade, seja dando carinho ou sendo opressora. Mesmo quando a história mostra uma mãe sendo opressora, as pessoas geralmente não as recepcionam bem porque ela não bate com a imagem que as pessoas têm de uma mãe. O que é bom, no dia que mãe perder o valor que tem hoje é porque uma merda bem grande aconteceu.
issei gentil
Uma mamãe legal dos animes é da Akoné e Rikoné do anime Kis x sis, ela faz apostas com as amigas vizinhas da rua para tentar adivinhar quem o Keita filho do seu novo marido, irá ficar ou pode ficar com suas duas filhas também, quem aposta em quem? ou nas duas, eu aposto nas duas.