Por que a Mayuri é sempre a última a saber? Foi o que fiquei me perguntando depois que os amigos revelam a ela o segredo – nada secreto – por trás da mudança do Okabe no último ano. Mas não é como se a garota tivesse poder para mudar algo, ou não era o que esperávamos dela. Contudo, qual era a opção dela senão tomar a frente e mudar o futuro? Se ela não fizesse isso seu arrependimento iria corroê-la de vez! A Mayuri não é inútil e provou isso nesse episódio. Que se abra o Steins Gate!

Quando isso aparece vai ter viagem no tempo ou vai ter viagem no tempo?!

A partida da Suzuha já vinha sendo preparada há algum tempo, e depois disso veio o arco da Mayuri, então por que não unir os dois, o desejo de mudar o passado da Mayuri com a necessidade de mudar o futuro da Suzuha? A segunda abertura possui um breve trecho com a Mayuri dentro da máquina do tempo, quer maior indício de que agora seria ela a tentar fazer algo prático? O Okabe não é mais o mesmo de antes e, ainda que haja justificativa para isso, é difícil não se frustrar com o personagem, então, já que ele não tem culhões para agir, cabe aos seus amigos tomarem as rédeas da situação para tentar impedir os problemas gerados pela máquina do tempo, seja usando uma ou não, afinal, eles não têm como voltar atrás. Na verdade, nunca existiu outra saída senão alcançar o Steins Gate!

Uma genuína expressão de angústia.

É com a conversa entre a Mayuri e o Daru, a Suzuha e a Maho que a garota vai sabendo das coisas, vai entendendo dos detalhes que levaram a mudança do Okabe e do que ele e a Kurisu fizeram para mantê-la viva, o que só agrava o arrependimento que ela já sentia por ter impedido o Okabe de ter feito mais um salto um ano antes. Há uma limitação quanto a saber por tudo que o Okabe passou ao reviver aquele verão de 2010 incontáveis vezes, mas a Mayuri conhece ele como ninguém, ela viu a mudança dela e com certeza é a melhor pessoa para decifrar os sentimentos de seu raptor. Ela é sua refém, aquela que sempre esteve a sua sombra, sendo protegida de tantos perigos que ela nem pode imaginar, e agora vendo que ele precisa disso, ela deseja ser aquela a protegê-lo com tudo o seu ser.

É por isso que, depois de diálogos expositivos e constatações bem óbvias, dão um “tempinho” para o público dar uma respirada, como forma de preparação para o que estava por vir. A Mayuri liga para o Okabe e o Daru conta o que levou seu eu do futuro a enviar a Suzuha para aquela época. Cenas úteis para dar base ao que viria a acontecer após o belíssimo, necessário e aguardado desabafo da Mayuri.

Quem dera isso fosse apenas uma conversa comum entre garotas sobre futilidades da vida…

Ela estava com algo preso em seu coração, algo que parecia sufocá-la, e foi por ver seu amigo infeliz que ela ficou assim, porque ela se importa com ele, porque ela o ama muito. Não vou afirmar que se trata apenas de um amor romântico e nem apenas do contrário – um singelo amor fraterno –, pois, como ela mesma diz, ela ama demais o Okabe e no caso dela isso parece englobar tudo. É o tipo de amor incondicional e que a faz não ser qualquer pessoa que ele queira que ela seja – afinal, ela está se rebelando –, mas ser qualquer pessoa da qual ele precise, sempre com o intuito de fazê-lo feliz, pois a alegria dele é a dela, e ela sabe que ele era mais feliz sendo o mad scientist, Hououin Kyouma.

Estaria satisfeito com a vida se alguém me amasse como a Mayuri ama o Okabe! 

Mas não se trata só disso, esse desabafo dela também partiu de seu desejo egoísta de ter a versão do amigo que ela mais gosta, a faceta dele que a salvou quando ela mais precisava e que era muito mais ele do que o Okabe atual, um universitário normal que se encaixa na sociedade e foge dos problemas por temer fracassar. Como não elogiar essa cena? Como não amar toda a honestidade e o carinho da Mayuri para com seu amigo? Ela prefere não ser a Orihime dele, ela se contentará em ser apenas sua melhor amiga, se isso significar que ele voltará a ser feliz de verdade, sem um peso em seu coração. É claro que isso pode abrir a discussão de com quem o Okabe deve formar um par romântico no final, mas por que macular um amor tão puro e sincero como esse pensando nisso? Independentemente da forma, o conteúdo – o sentimento – não mudará, e é isso o que mais importa em toda essa trama.

Ela o ama tanto que ama até o alter-ego e quer ele de volta! (Todo mundo quer, volta Kyouma!)

Não poderia deixar de tocar em dois pontos que me incomodaram e mesmo não tendo me feito diminuir a nota desse episódio, fizeram com que ele não fosse praticamente irretocável como os anteriores. Primeiro, sempre que o sinal de telefone cai é certo que alguma organização está em vias de fazer algo, mas isso ocorre com o Okabe e logo ele não se dá conta. Okay, dá para pôr na conta do nervosismo e da pressa para encontrar a Mayuri, mas ele já passou por isso antes. Que vacilo Okarin!

Segundo, a cena da Suzuha acabando com os Rounders pode ser justificada de várias formas, com ela tendo êxito tanto por ter um ótimo preparo, quanto poder ter tido o fator surpresa ao seu favor e por ali, possivelmente, se encontrarem pessoas que tem apenas treinamento básico e armas de fogo.

Ainda que fossem militares mesmo, o fato de não terem o desejo de matá-la – tanto pela biometria, quanto por ela ser um valioso objeto de estudo como viajante do tempo – ajuda a aceitar essa cena. Pelo menos ela não foi uma visível forçação de barra como a corrida da Suzuha em meio ao tiroteio.

A Suzuha arrasou muito… até um pouco além da conta, pra falar a verdade…

Meu problema com esse momento foi o fato de terem atirado a esmo quando o lógico seria focar nas pernas dela para incapacitá-la. Não faria assim tanta diferença se ela tivesse sido acertada ao menos de raspão. É sério que sacrificaram a lógica por uma “bela” cena em que ela corre atrás da Mayuri antes de ocorrer aquilo? Sim, fizeram isso mesmo. Isso “mancha” a qualidade do episódio? Um pouco, mas foi um detalhe de forma sem relevância para a trama, então só nos resta engoli-lo.

Sobre o Amadeus, a mensagem que ele deixou foi de uma presença de espírito ímpar – o inesperado para uma existência artificial, uma mente sem alma. Seu “sequestro” indica que a organização por trás disso usará o sistema para implantá-lo na Kagari – o que os Labomen vão ter que tentar evitar.

Essa cena nem foi tão bonita assim, mas que foi tensa, ah isso ela foi…

Quanto ao Okabe, fiquei um pouco decepcionado e irritado com ele porque, mesmo depois do que ocorreu no último episódio, ele não mudou nenhum pouco. Se o momento impactante, pelo qual eu ansiava, que iria impedi-lo de viajar não foi usado para isso, nada melhor do que reservá-lo para o que seria o final ideal para esse arco: aquilo que ele mais temia se realizando, ou ao menos, dando a entender que se realizou, porque, pensem comigo, se o Daru de 2025 mandou um d-mail é porque a Mayuri mudou o futuro de alguma forma, não é mesmo? Como ela faria isso com a sua morte? Não sei, mas talvez fracassar em proteger a Mayuri faça o Okabe viajar no tempo para mudar o futuro?

Não é que eu deseje a infelicidade do Okabe – até porque isso deixaria a Mayuri triste e eu adoro ela, né –, mas ele precisa de um choque de realidade para perceber que agora só está sendo um covarde.

Se nem depois de ouvir a mesma coisa de diversas formas diferentes o Okabe se tocar…

Como cereja do bolo a Kagari aparece na frente da mãe caída e sangrando, passando a impressão de que foi ela quem atirou na garota, o que pode não só fazer a já perturbada Kagari perder o controle de vez, como deixar o Okabe desesperado ao ponto de aceitar viajar no tempo de novo. Entretanto, ainda faltam 6 episódios até o final do anime, então duvido que ele salte agora para o passado, além de que a Mayuri não deve ter morrido, então talvez ele não viaje agora, apenas mude sua atitude – o que já seria muita coisa para quem renegou a ideia de viajar no tempo por mais de metade do anime.

A realidade inegável é que concluíram o episódio da maneira mais angustiante o possível, jogando perguntas que precisam ser respondidas. A Mayuri morreu? A Suzuha voltará no tempo? Como os Labomen se livrarão dessa organização? Qual será a decisão tomada pelo Okabe? Quem sequestrou o Amadeus? Para essa última a minha curiosidade nem é tão grande – afinal, isso deve ter sido coisa do grupo da universidade –, mas os outros questionamentos atrelados a esse cliffhanger já o tornam memorável dentro de toda a história de Steins;Gate. Ele ainda não superou aquele final espetacular do episódio 12 da série clássica, mas está no caminho para isso! Steins;Gate 0 está insanamente bom, só é insanamente ruim não podermos saltar no tempo para ver o próximo episódio! Até mais!

Como a Kagari reagirá? Ela enlouquecerá? Ou já até se esqueceu do amor de sua mãe?

  1. Estou acompanhando agora,e ainda não entendi,em Steins Gate,Mayushi afirma gostar do Okabe,mais sendo essa amizade pura,e agora,em Stein Gate 0,Mayushi afirma amar Okabe de forma incondicional,a ponto de amar mais que a Kurisu…Fico com essa dúvida!

  2. Penso que ela o ama incondicionalmente, que se ele quisesse o amaria como algo além de um amigo, o que eu acho muito bonito e compreendo. Para ela o Okabe é família, alguém que ela não pode viver sem, independentemente do nome que pode se dar a essa relação, e nesse caso não deixa de ser um sentimento puro, genuíno, em que os desejos mundanos dela não falam mais alto que a felicidade dele.
    Fico feliz que esteja vendo o anime agora, espero que goste do final!

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