A mente da Myne geralmente divaga entre ler livros ou fazer livros para poder lê-los. Seja o que for, é sempre sobre livros ou de alguma forma tem livros no meio. Não importa o quão bom tenha sido essa temporada, quem mais se beneficiou foi a Myne em finalmente poder sentir o cheiro das páginas de um bom livro.

Pensei em começar falando sobre o ponto principal da obra. Honzuki roda em torno de um simples tema: livros. Porém, mais que os livros, o que realmente move toda essa história é a Myne. Honzuki tem essa característica de nos fazer se apegar a seus personagens, não só nos fazendo conhece-los, mas tornando-os nossos conhecidos em um sentido mais profundo. Impossível não se apegar a eles.

Claro que os livros também são muito importantes. Nessa temporada eles finalmente apareceram, e se foi muito interessante para nós imagine então para a própria Myne que é doida por livros.

Mas de toda forma é sempre bom olhar o mundo de Honzuki a partir de seus personagens, que são de longe a melhor coisa da obra. Como esta é uma segunda temporada, além dos antigos personagens, temos novos também. Isso fez surgir um grande problema para o anime. Como dar atenção a tanta gente ao mesmo tempo?

E essa foi talvez o maior acerto da temporada inteira. Primeiro o carinho e zelo que a obra soube dar para seus antigos personagens, que de fato não possuem mais muita importância tendo em visto o novo núcleo em que essa segunda temporada se passa.

Mas a família da Myne não foi esquecida, nem o Benno, ou o Lutz. Na verdade todos esses personagens tiveram seus grandes momentos ao longo da temporada, com um deles até recebendo um episódio inteiro para resolver seu problema familiar.

E se isso por si mesmo já é positivo, então nos lembramos dos novos personagens e de seus momentos. É ainda mais incrível quando se percebe que eles nem tiveram muito tempo de tela, com exceção de alguns deles. Um que deve ser destacado é o Ferdinand, que até já havia aparecido, mas nada próximo da importância que teve aqui.

E foi bem pouco a pouco, com umas cenas aqui e uns diálogos ali e quando percebemos o Ferdinand estava roubando a temporada para si. Claro, a Myne é a rainha incontestável de “Ascendance of a Bookworm”, mas o sacerdote-mor fez por merecer a atenção que teve.

Mudando um pouco de tema, a animação e a direção não possuem muito a ser acrescentado. Se manteve exatamente como na primeira temporada, com exceção que a animação teve alguns momentos em que mesmo com a boa vontade e compreensão de quem vê não foi possível esconder a baixa qualidade. Mas nada para fazer muito barulho também.

E tudo bem, em geral a animação foi bastante aceitável. Aquele mundo continuava bastante interessante visualmente. E inclusive esse foi outro grande “personagem” que dominou essa temporada. O mundo de Honzuki ficou muito mais claro e vivo após essa segunda temporada, e ainda assim nos dá a sensação de esconder muitos mais detalhes e explicações.

O mundo de Honzuki se sobressai com o número de perspectivas que permite ser observado. Isto é, pelo seu lado político, social, econômico, religioso, histórico, mágico, etc. Destaco esses dois últimos, pois de fato nos lembra uma Idade Média mais “crua” com todas as suas dificuldades, mas ao mesmo tempo é um mundo mágico e fantástico.

E além de expandir o mundo, apresentar novos personagens, o fluxo de tramas e o rumo em que a história está tomando torna o anime cada vez mais interessante. A história de Honzuki abre constantemente uma nova porta de opções e nos faz se perguntar quantas mais ainda serão abertas.

Isso é “Honzuki no Gekokujou”, uma obra que nós não sabemos para onde está indo, mas que possui um universo de opções. E de toda forma, consegue ser bom o suficiente para passar a impressão de que qualquer escolha que tomar será sempre melhor que a opção anterior.

Bem, espero que assim continue. É isso, até mais.

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