Monster Musume no Oisha-san (Monster Girl Doctor) é um anime produzido pelo estúdio Arvo Animation, que adapta a light novel escrita por Origuchi Yoshino, e ilustrada por Z-ton (um verdadeiro especialista em desenhar garotas monstro).

Na história acompanhamos Gleen e Sapphee, dois médicos que juntos administram um consultório e têm como especialidade atender garotas monstro, seja no consultório ou a domicílio. Gleen é humano, é ele quem devemos invejar, e Sapphee uma lâmia, a Mia de Oisha-san(?). Não é bem assim, semelhanças entre as obras existem, mas elas são diferentes e é isso que torna o anime uma boa “diversão” de verão.

Oisha-san inicia com uma cena desnecessariamente fetichista que me incomodou de verdade, ainda mais por não condizer com o tom do anime, mais um slice of life que um ecchi pesado, mas que caiu na mania, o porco fetiche, de erotizar assédio sexual.

Entendo o médico precisar apalpar uma paciente, mas é preciso apalpar daquela maneira fazendo ela gemer daquele jeito? A Tisalia gemer ao mexerem com seus cascos me pareceu fazer mais sentido e foi menos invasivo.

Enfim, fora esse início incômodo o anime conseguiu me divertir, apesar de não ter sido nada inesperado o ciúme bobo e a doçura da lâmia, assim como o Gleen ser um protagonista denso, mas eficiente no trabalho e fofo; ele é baixinho, por isso. Inclusive, me agradou essa pegada mais leve da relação deles que mistura o pessoal e o profissional de forma bastante natural.

Quanto as “coincidências” com Monster Musume no Iru Nichijou (o famosinho MonMusu, que adoro), não dá para não notar a influência de um em outro, afinal, MonMusu teve início em 2012 e Oisha-san em 2016. Oisha-san tem uma lâmia como heroína e a centauro como possível rival para pegar o gancho do sucesso da Mia e da Centorea de MonMusu. Mas isso é mais uma constatação que reclamação, porque tirando o tema garotas monstro e as raças o resto é diferente.

Partindo do lugar comum, Oisha-san foi bem menos ecchi que MonMusu, e suas personagens são menos “insanas”, em compensação são bem estereotipadas e o roteiro mais básico não ajuda a mostrar detalhes que as confiram personalidades mais interessantes, o que para esse tipo de anime nem é tanto problema, funciona, mas também faz da experiência de assistir algo mais indicado para quem adora o tema, feito eu.

Enfim, a Sapphee é uma fofa, mas vou problematizar sim a construção da personagem, porque acho um tanto besta ela ser amiga de infância do protagonista e sua senpai de formação acadêmica, mas se portar mais como sua assistente. Não que exista hierarquia bem definida entre eles, mas fica claro como ela que se posiciona em uma função mais auxiliar que outra coisa e ainda que o sonho de ter um consultório seja dele. Por que não dar logo nome aos bois?

Ela gosta dele e duvido que ele não corresponderia caso ela se confessasse; não rola para que a trama chafurde em um harém safado que não vai ter desfecho no anime. A desculpa da professora proibir ela de algo não cola comigo, se tiver motivo para isso será tosco, certeza.

Eu realmente me diverti vendo o anime, mas ele foi tudo que esperava, não surpreendeu positivamente, menos mal que negativamente também não muito, já que a animação foi bem mediana, mas o estúdio fez quase nada até aqui, o maior destaque foi colaborar com outro em Bokuben, então não dava para esperar mais. Só não precisava de pseudo-cena de ação, né, a mulher lagarto mexendo foi muita vergonha alheia.

A situação da centaura fez sentido tanto como teste dado pela professora (que estranharei muito se não for meio safada), tanto como mostra de perspicácia do protagonista, afinal, ele percebeu a lacuna contida no prontuário e a partir daí teorizou o problema tendo o respaldo do seu próprio atendimento em que nada de anormal havia sido detectado.

Como médico ele passou no teste, só acho uma pena que a Sapphee só serviu para atiçar o fetiche dos tentáculos, que é muito comum em hentai (e o ilustrador da novel deve ter adorado, porque ele também desenha hentai e garotas monstro).

A heroína lâmia super fofa e afável ser justamente o estereótipo de personagem feminina de suporte não me agrada mesmo, acho um desperdício, mas não é como se desse para esperar mais, né. Se fosse mais interessante teria curtido mais o anime, mais por sua qualidade que por gostar do tema e, claro, ter fetiche por garotas monstro. Não vou negar que tenho, não preciso disso para criticar o anime que admito curtir por motivos questionáveis, para dizer o mínimo…

Por fim, se você ainda está aqui não deve ser muito diferente de mim e se divertiu, ou é o completo oposto e odiou o anime. Qualquer que seja o caso, eu acho super normal. Se você se importar menos com a história e assistir pelas garotas monstro vá fundo, se estiver esperando uma história interessante não é bem esse o anime que vai entregar o que você quer.

Até a próxima!

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