Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru – ep 11 – A primeira vez num motel a gente nunca esquece
Que a Marin é irresistível todos os otakus do planeta já estão carecas de saber, a única coisa que estranhei nesse episódio foi a pouca resistência do Gojo a isso no mangá café e o quase estado de transe no motel, o qual propiciou o momento mais sensual do anime até aqui.
Senão incoerência, é uma questão peculiar que ambos se deixem levar demais quando estão fazendo algo que gostam. Mas sim, a situação teve uma ou outra forçadinha, o quanto isso importa? Nada. Ha muito mais méritos em Sono Bisque Doll e falarei de tudo isso agora!
Anos atrás eu era como o Gojo, não conhecia as inúmeras possibilidades do slice of life, talvez o gênero mais permissivo em se tratando de narrativa, afinal, qualquer coisa pode ser slice of life a depender do parâmetro de cotidiano estabelecido em uma trama.
Aqui temos o exemplo do 4-koma que mistura a ideia de erotismo da súcubos com o quase que completo oposto disso, a fofura, a doçura entre opostos. A Marin muitas vezes não dá uma de Liz-kyun com o Gojo, que não é nenhum escritor, mas faz arte tanto quanto?
É legal observar certas similaridades entre a obra e quem a homenageia, mas nesses primeiros minutos do episódio destaco mais o incentivo do Gojo para a Marin encarnar a súcubos e o novo desafio que esse cosplay trouxe consigo. É sério, o anime nunca erra nisso.
Apesar da trabalheira que teria e da exposição de pele, o Gojo não desmotivou a Marin, foi o contrário, de novo mostrando suas qualidades como amigo e seu desejo por sempre se aprimorar no que faz. Quem não se desafio e encara o novo está fadado a mediocridade.
Eu posso falar disso com propriedade porque sofro com esse problema aqui mesmo no blog onde produzo trocentas análises de episódio de anime, mas me desafio pouco em outros formatos. Mas esse texto não é sobre mim e sim sobre o Gojo e a doida da Marin.
Como uma garota que joga eroge não sabe o que é um vibrador? Quando ela vê o vibrador no quarto do motel ela chama de massageador e a gente sabe bem que é isso, mas em um motel e com aquele formato não é “só” isso também. Aliás, a própria sacada do motel foi hilária.
Da Marin já espero qualquer leseira, mas o que ela fez nesse episódio foi demais. Ao mesmo tempo, também entendo como uma extensão do usual transe em que ela entra quando se trata de seus hobbies. A Marin foca no objetivo final, os meios são secundários.
Isso funciona bem demais em um anime cujo grande mérito (na verdade, apenas um deles) é se aproveitar dessa “falta de noção” da heroína para criar situações que muitas vezes não só exploram o ecchi com inteligência, como ajudam a tornar seus personagens mais complexos.
Complexos não no sentido de serem super interessantes ou profundos, mas com características de personalidade cheias de detalhes, ações e reações minimamente coerentes. Não é toda vez que a Marin se envergonha, como não é por tudo que ela cora, por exemplo.
O Gojo é outro exemplo disso, mas ele já reage com mais “não me toques” a tudo, o que é compreensível dada sua personalidade e falta de experiência com o sexo oposto. Além disso, não é como se não fosse clichê as reações que ela provoca nele todo santo episódio.
Deixando isso de lado, adorei a forma como a trama trabalhou a ideia deles mudarem o “mindset” para ver o motel como um estúdio temático (como era o hospital abandonado) sem abolir completamente toda a piração que é para dois adolescentes estarem em um motel.
Trazendo minha própria experiência, nunca fui a um motel quando menor de idade por medo, mas sabia que era possível burlar a maioridade com certa facilidade (não faça isso!). Já maior fui algumas vezes e em todas era um evento que sempre me deixava nervoso.
Então sim, entendo a tensão que pairava ali, principalmente pelo lado do Gojo, e como o “Só senta aí e relaxa!” da Marin, além de sua provocadinha habitual, teve o efeito contrário. Homem sempre se empolga em motel, mesmo que inusitadamente não esteja lá para transar.
Tanto que o Gojo se solta e vê um pornozinho, como faria qualquer outro garoto da sua idade, quer seja um pervertido ou não. Acho ótimo como Sono Bisque Doll constrói personagens que agem como seres humanos normais (na medida do possível) nessas situações.
A cena final do episódio reforça meu elogio, mas antes de comentá-la, não posso deixar de voltar ao momento exato em que a Marin sai do banheiro com a fantasia e como é legal ver os dois conversando sobre cosplay naturalmente mesmo dentro de um fuckin’ motel.
Os dois são cosplayholics, e isso a gente vê de novo quando o Gojo comenta com seriedade sobre o trabalho de pesquisa que fez com as súcubos e como lidou com a dificuldade da falta de detalhamento da personagem (não tinha figure para tomar como base não?).
Essas considerações sobre as diferentes versões da roupa de uma personagem e a liberdade criativa do cosmaker para dar vida a ela tornaram ainda mais robusta a já rica e divertida aula de cosplay que esse anime dá a cada episódio. E com direito a extras vindos do nada.
Aliás, essa superstição que a Marin trouxe eu interpretei de possíveis duas ou três formas. Primeiro, só o desejo inocente dela de ficar rica para fazer cosplay. Segundo, resguardar o Gojo para o “futuro”. Terceiro, o segundo, só que extremamente inconsciente (o mais provável).
Até por isso me surpreendeu ele ter “abstraído” todas essas provocações e tentações antes da cena fatídica do episódio. Se por um lado isso denotou uma inocência típica de alguém “puro”, sem segundas intenções, por outro, foi uma conveniência de roteiro descarada.
Não se iluda, vira e mexe um autor se vê defronte a um resultado perfeito e meios deficientes para chegar a tal fim, então um ou outro elemento vai ser forçado na narrativa para que a cena ocorra. Nunca vi uma história em que isso não acontecesse pelo menos uma vez.
Mas, repito, isso é menos relevante se a maior parte da construção narrativa se sustentar, e é o que acontece aqui, pois por mais que eu entenda o pedido do Gojo para a Marin subir em cima dele como uma ação conveniente demais, não é como se ela fosse um completo absurdo.
Até porque do lado dele (ou seria em cima?) tem uma personagem que faz isso toda hora, e que com isso envolveu alguém que antes de conhecê-la nunca se viu produzindo cosplay, mas se tornou praticamente um expert nisso. É fácil se deixar levar pelas paixões…
Como eu me deixei levar um pouco pela cena de maior tensão sexual do anime e esqueci de pelo menos citar a fofíssima sessão de fotos que os dois fazem e como o design desse anime é deslumbrante. Marin larga na frente para ser a “waifu” do ano, pois da temporada ela já é.
Sem mais delongas, vamos ao que mais interessa, que é a conveniente, mas de extrema ousadia e, ainda assim, bom gosto, cena na qual a Marin sobe em cima do Gojo e, bem, como é que posso descrever… o Monte Fuji atinge seu pico e a humanidade se embriaga em sua beleza?
Digo, é claro que diante de gemidos tão altos (e convenientes, pois só foram ouvidos naquele momento), um celular que voa e desliga a luz e uma atração latente; alguma coisa iria acontecer. E a ereção foi só um dos detalhes bem-vindos para compor essa cena tão intimista.
A escuridão, a respiração acelerada, a consciência do corpo do outro e do prazer que ele pode proporcionar, o carinho, o bem querer construído ao longo do tempo e da convivência, o instinto de ter nos braços alguém que não é apenas carne, mas também sentimentos.
Sono Bisque Doll criou uma cena curta e pungente a base de conveniências e que foi cortada abruptamente por outra conveniência (a ligação), mas por que isso não foi um problema? Digo, dado o pacing do anime e o tema central forte, essa cena precisava ser “concretizada”?
Eu acho que não. Era óbvio que não. Isso acontece em um anime relativamente recente que começa com “H” (não vou dizer o nome aqui para não dar spoilers), mas lá há circunstâncias diferente, além de que Doll certamente vai ter segunda, talvez terceira temporada e o outro não.
O beijo e o sexo (não necessariamente em sequência) devem acontecer, provavelmente mais próximo ao final da história. De outra forma, Sono Bisque Doll teria um desfecho decepcionante, afinal, é raro um romcom construir tão bem essa tensão entre o casal.
Uma tensão romântica e também sexual, algo compreensível dados os hormônios de dois adolescentes, os quais a moça que gemeu no outro quarto (deve ter sido ela) bem cita. É normal que os dois se apaixonem e desejem um ao outro, mas tem uns cosplays no caminho…
Não que o tema central seja o famoso “empata-foda”, mas é; o detalhe é que esse mal é necessário ou de outra forma dificilmente tantas pessoas se sentiriam tão atraídas pela obra, que também se encorpa se antes do romance propriamente dito uma relação for construída.
Não é querendo fazer um mea-culpa aqui não, mas já fazendo, a cultura japonesa é diferente da nossa. Aqui no começo da novela (nosso maior referencial quando se trata de ficção) o casal já beija e transa, enquanto no Japão, e em outras culturas, a jornada até isso é mais valorizada.
Eu acho que as duas abordagens têm seus méritos e que esse anime em específico sabe explorar muito bem isso, pois ao mesmo tempo em que não chove e não molha, pelo menos respinga. Digo, ficou evidente que os dois se beijariam e talvez até transassem não fosse a chamada.
Por fim, foi uma cena “intensa” e interessante que em detalhes reforçou várias qualidades do anime. Houveram conveniências, mas quando o resto é ótimo passo pano com prazer. Ademais, o Gojo é um jovem “saudável” e entendo sua reação ao chegar em casa. Você resistiria?
Até a próxima!
Victor Soncini
Hueheueheue!! O melhor foram os comentários que li sobre a cena!! Era o Titã de Ataque!!
Um episódio delicioso, gostoso de assistir! Ótimo show, e que venham mais!!
felipe resende
Adorei o epi e seus comentários melhor mesmo foi a cena final…por que pra aguentar a Kira sem um momento de auto prazer? Eh quase impossível, estou aguardando o epi 12 pq só assisto dublado e está sendo uma ótima experiência.
O visual do anime e chat design as roupas q kitagawa usa todas lindas meldels…..que coisa espetacular e de muito bom gosto….
Não eh a toa que já saíram mangas live action e todo o resto +++18, sucesso garantido, pena saírem com tanta censura……