Gunjou no Fanfare (Fanfare of Adolescence) é um anime original do estúdio Lay-duce. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“Yu trocou a sua carreira de celebridade para ir atrás de seu sonho, se tornar um jóquei. Agora parte da turma de calouros da Escola de Hipismo, Yu precisa lidar com a mídia e com seus novos colegas de turma.”

 

Sou um defensor de CG em animes (falei isso nas primeiras impressões de Estab Life: Great Escape), mas preciso reclamar do que vi nesse daqui. Há várias cenas com CG (umas mais perceptíveis e carregadas que outras) e na maioria das vezes a coisa não ficou orgânica.

Em um anime com cavalos não tinha como esperar nada muito diferente disso. Agora, se a produção vai usa e abusar de CG, não teria sido melhor entregá-la a um estúdio especializado? Ver corridas de cavalo em CG meia boca não vai ajudar o anime no longo prazo.

Sobre essa estreia, será que o protagonista viu Uma Musume, se apaixonou por corridas de cavalos e resolveu largar o show business para virar jóquei? Eu não sei. Você sabe? Se tem uma coisa que não gostei nessa estreia foi da falta de aprofundamento sobre essa escolha dele.

Com o tempo talvez se debrucem sobre a questão. Pelo menos a situação apresentada e seu contexto não foram exatamente ruins, apesar de ser um plot um tanto quanto clichê. E ainda teve uma coisa que me deixou dividido, a presença de uma garota entre os colegas do Yu.

Não teria sido melhor explorar o plot da garota, um corpo estranho em um ambiente predominantemente masculino, ao do ex-idol que resolveu largar tudo e virar jóquei? Ao mesmo tempo, se o roteiro e a direção forem competentes dá para explorar a história dela também.

Quanto a escolha dele, é certo deixar de seguir os próprios sonhos por conta das expectativas alheias? Eu acho que não, e é por isso que gosto da postura do garoto frente a presidente de sua agencia ou os repórteres que tentam se aproveitar da situação para ganhar cliques.

Nisso aproveito para falar da turma do Yu, que é formada basicamente por estereótipos. Um deles, inclusive, impele o protagonista a provar o porque de estar ali, que não se tratava apenas de um capricho. É o tipo de coisa que, ao ser mesclada com o evento X, faz o anime engrenar.

Com essa vontade desafiada, tentar parar o cavalo abrindo os braços não me pareceu uma escolha das mais sensatas, ao menos não para um novato, tanto que o Shun, o outro aluno que entrou pelos fundos, aparece para virar a experiência do protagonista de pernas para o ar.

Por quê? Porque mesmo sendo outro novato, o Shun tem uma experiência com a natureza, com os animais e as situações, coisa que o Yu não tem. Ele tem um instinto, um talento nato para o hipismo que explora essa ideia tão rodada na ficção de que os opostos se atraem.

Só que esses opostos compartilham semelhanças também. Ambos são iniciantes e ambos entraram pela porta dos fundos, o que significa que eles estão destinados a se destacar mais que os outros? É, é por isso que são protagonista e co-protagonista. Nada novo sob o sol.

Isso não significa que o anime vai ser ruim. Nem que vai ser bom. Só que se somarmos essa construção narrativa simples a uma animação bem questionávela,  experiência dessa estreia não empolga. Florear certas cenas para torná-las lúdicas não tornam a história melhor por isso.

Além disso, o “som da natureza” não ficou com uma cara de poderzinho bobo? Até entendo o feeling do que o Shun fala, que deve ser um dos motivos para ele se conectar tão bem com os animais e a natureza, mas em cima de um cavalo veloz não sei se creio muito nessa sensibilidade não.

Inclusive, essa sequência é boa, deles pulando por cima dos colegas e domando o outro cavalo, mas ela realmente trabalha apenas para dar o mínimo impacto inicial necessário em uma estreia, não faz o anime sair da mediocridade, ainda que haja potencial para mais no retrovisor.

Com o adendo de que nessa sequência o professor tosco, o que mistura palavras em inglês nas frases porque sim, demonstra um lado observador que deve justificar seu emprego naquela escola. É difícil aguentar ele falando. Poderia ser só um professor normal mesmo.

Por fim, terminou com um clima de shonen ai que deve ser só clickbait mesmo. Mas mesmo se não for, tudo bem, o importante é que a história se desenvolva de forma minimamente interessante, e que trate bem o esporte. Há potencial para isso, ainda que a estreia tenha sido mediana.

A título de curiosidade, o cavalo que aparece no middle card é Oguri Cap, um dos vários cavalos homenageados no anime Uma Musume (como você pode conferir acima). Devem explorar a imagem de cavalos de corrida famosos aqui também.

E Move the Soul é matadora! 🎵🎵🎵

Até a próxima!

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