The Greatest Demon Lord is Reborn as a Typical Nobody (faltou ter uma versão simplificada) veio com uma proposta bem diferente do usual: o protagonista morreu para reencarnar no futuro. Com isso em mente, é de se esperar algo similar ao que vimos em Maou Gakuin no Futekigousha.

Um detalhe engraçado sobre as duas obras é que elas começaram a ser publicadas no mesmo ano, com uma diferença de poucos meses. No caso de Greatest Demon Lord a light novel já acabou e com isso, confesso que não tenho expectativas de uma continuação do anime.

E sendo sincero, nem acho que precisaria. Claro, não iria recusar e acharia bem legal que tivesse uma sequência, mas a obra conseguiu finalizar de maneira relativamente completa. Claro, tem alguns detalhes aqui e ali que poderiam ser desenvolvidos, mas do jeito que acabou não é de todo ruim.

Sobre a sinopse, bom, eu não acho que vale a pena colocar aqui. Ela revela demais (não que a resenha seja muito diferente) e não é muito atrativa. Basicamente seguimos a história de Ard Meteor, um jovem rapaz que reencarnou após 3000 anos.

Como Varvatos (3000 anos atrás), ele foi o lorde demônio que venceu grandes guerras e trouxe paz para seu povo. O curioso disso é que a história chama os adversários dele de demônios… Mas ok, o que importa é que ele era extremamente forte, além de ser um líder respeitado.

A proposta aqui é bem simples: nosso protagonista queria amigos. Ele se sentia sozinho pois acreditava que as pessoas se afastaram dele por conta de seu grande poder e pensou que reencarnar no futuro era a resposta. Simplesmente um “gênio”.

E ok, isso dá certo, mas aí começa a parte engraçada da história. Ele deu uma ajustada em seus poderes para ser alguém mediano. Não conseguiu, afinal, além de ser mais forte que o normal, seus pais são heróis. De quebra, ainda ganhou atenção de pessoas poderosas e influentes.

Aliás, no geral a história meio que prova constantemente que ele é bem mais forte que o normal usando as heroínas que seguem ele. Isso não é bem um problema pois é o esperado, porém, assim como muitas obras por aí, creio que faltou um adversário à altura.

O único adversário com quem ele lutou não era desafiador, ainda mais quando ele mostrou sua forma verdadeira, onde seus poderes são liberados totalmente. E bom, o único problema desse tipo de situação é a obviedade que temos ao saber o que vai acontecer no final.

Mas apesar de achar que faltou um adversário para Ard, é fácil de entender que a proposta aqui não era essa. Sim, é meio contraditório, mas quando você assiste até o fim, entende que a intenção da história era resolver assuntos do passado do Ard.

É bem verdade que ele segue sua vida ao lado de suas novas companheiras, porém, nada disso apaga ou substitui uma perda importante em sua vida passada. É interessante também que a obra conta com personagens que são daquela época, mas não sabem que Ard é o Varvatos (apesar das suspeitas).

Enfim, a forma como a história trabalha é interessante apesar de seus defeitos. O primeiro deles é sobre um suposto inimigo que aparece, faz algumas coisas e perde para o Ard.

Só que tem um detalhe: ele possui informações sobre o Ard que na teoria ninguém deveria ter, além da possibilidade de ser alguém que o mesmo conhece e nada disso é explorado, ficando apenas subjetivo.

Fora isso, o resto são detalhes que seriam desenvolvidos com o passar do tempo e não faria sentido reclamar que não tenham sido abordados agora pois não impactam no resultado geral.

Sobre o restante do elenco nós temos duas heroínas que são bem interessantes e um elenco de apoio bem pequeno, mas que consegue adicionar bastante na história.

Ireena e Ginny, as outras duas protagonistas são personagens opostas, mas que funcionam muito bem quando juntas com o Ard ou sem ele. Elas são uma boa adição para as insinuações de romance que temos aqui e ali, além das cenas de comédia.

No caso da Ireena tem a questão da monopolização do Ard, algo que não funciona muito, afinal, a Ginny, uma succubus, faz um belo trabalho de atrapalhar esse plano.

É a velha história de rivais no amor e amigas no restante. Além delas, se destacam duas personagens que fizeram parte do grupo de Ard há 3000 anos: Olivia e Sylphy.

Sobre elas, confesso que esperava um desenvolvimento maior em torno da Olivia e do Ard, ainda mais que ela suspeitou dele desde o início (sobre ele ser o Varvatos).

A relação dos dois não foi explicada e acabou ficando a curiosidade. Já a Sylphy apareceu bem depois e mostrou que poderia ter sido muito mais do que uma garota meio burra e esquentada, afinal, ela possuía um laço forte com Varvatos e Lydia, a melhor amiga do antigo lorde demônio.

Sobre a produção como um todo, tivemos o estúdio Silver Link como responsável e… bom, foi ok. Não vou fazer uma análise profunda pois não sou um profissional da área ou algo do tipo, mas tivemos várias cenas em que claramente havia algum problema.

Não só isso, como as lutas eram meio estáticas, algo que para mim não é bem um problema. Fato é que o estúdio acabou pegando mais produções do que deveria e aqui ficou bem claro o motivo disso. Outro ponto que me incomodou um pouco mas que depois deu uma amenizada foi o dublador do Ard.

É estranho dizer isso, mas a voz do personagem é bem estranha. Tinha momentos em que ela era ok e em outros onde você questionava o motivo de não terem colocado outro dublador ou escolhido outro tom de voz. Inclusive um detalhe bem curioso é que o dublador em questão também interpreta o Hajime de Arifureta.

No final das contas, The Greatest Demon Lord é um anime mediano. Não espere grandes coisas em nenhum aspecto e ele certamente vai ser uma boa fonte de diversão. É aquele anime para se maratonar ou simplesmente pegar para ver aos poucos e sem muita expectativa.

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