Uma Ushio é bom, duas é bom demais? Eu acho que sim, ainda mais se pensarmos em um alinhamento das duas, o que não foi suficiente para salvar a Shiori, mas deve ajudar o Shinpei a acabar com as sombras, ainda mais após ele ter descoberto tudo sobre o que sabia sua amada.

Segundo a própria Ushio, ela e sua sombra são o mesmo. Isso será suficiente para apaziguar o coração do Shinpei quanto a sua morte no final da história? Duvido, ainda mais se pensarmos que a tendência é a sombra da Ushio também desaparecer quando isso ocorrer com as outras.

Ainda assim, isso não significa que não valerá a pena caminhar lado a lado com o que restou, que foi a sombra de sua amada, a qual se curou de sua amnésia depois de ver o vídeo que ambas gravaram e pôde trazer o Shinpei e o Sou para dentro dos detalhes da morte da original.

Instintivamente a sombra da Ushio quer matá-la, mas esse desejo passa longe de tomá-la, é mais o contrário, o que a move é a vida da própria Ushio. E por que isso acontece? Por que ela é diferente das outras sombras? Esse é um mistério que gostaria de ver sendo respondido.

Por outro lado, não era nada nebuloso imaginar as ações e reações da Ushio diante do cenário que se apresentou a sua frente. Se ela não fosse uma moça capaz de aceitar o diferente, confiar em si mesma e proteger os outros; dificilmente seria a heroína desse anime, não é mesmo?

Para tanto precisávamos de interação e ao menos uma situação de risco entre as duas, coisa que a trama explorou bem o suficiente para cremos na ideia de que elas se uniram em prol de um bem comum: salvar a Shiori de sua sombra. O mais legal disso? Elas falharam miseravelmente.

Okay, miseravelmente talvez não seja a palavra mais condescendente, afinal, tendo falhado e a Ushio tendo morrido, ficou o legado dela, que pôde ser transmitido ao Shinpei e ao Sou pelas memórias recuperadas de sua sombra. Ushio lutou até o fim e morreu honrosamente.

O que não aplaca a dar do Shinpei e não poderia ser diferente, mas ao mesmo tempo não torna a morte dela sem propósito, apesar do fracasso momentâneo. Na vida pode parecer bobo falar em propósito para as coisas, mas na ficção a gente tenta enxergar isso em absolutamente tudo.

Como vi nos fatos narrados nesse episódio, que até flertou com a comédia aqui e ali, mas foi norteado mesmo é pelo drama, pela tensão da revelação do que aconteceu na morte da Ushio. Repito, não foi nada surpreendente, só que foi bom saber o que ela sabia e sua convicção.

Mas não poderíamos acabar esse episódio sem surpresa, né? A sombra da Shiori interferir no replay, e ela meio que ser a Deusa por trás de toda essa confusão e querer o olho que o Shinpei “roubou” dela, tornou o momento mais de tirar o fôlego do que já seria normalmente.

Fiquei com a impressão de que a sombra da Shiori deixou algo na sombra da Ushio e por isso ela interferiu no replay, ao mesmo tempo em que ter aparecido a grande vilã dá a entender algo meio óbvio, que a sombra da Shiori é (ou era) importante no grande esquema das coisas.

Por fim, esse episódio não acrescentou muito ao quadro geral das coisas, mas elevou o status da heroína, que, apesar de morta, tomou a trama de assalto e agora, por intermédio de sua sombra, se tornou imprescindível para impedir uma tragédia programada, mas não inevitável.

Até a próxima!

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