My Stepmom’s Daughter Is My Ex (Mamahaha no Tsurego ga Motokano datta) é um anime de romcom do estúdio Project No.9 que adapta a light novel escrita por Kyousuke Kamishiro e ilustrada por Takayaki. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“Mizuto e Yume se tornam meios-irmãos, mas a vida em família é atormentada pelo que eles foram um para o outro no passado.”

 

Confesso que gostei do anime ter ido direto ao ponto, explorando o cotidiano dos ex-namorados atuais irmãos sem gastar tanto tempo explicando a relação que tiveram no passado. pois isso cria um mistério que atrai o telespectador, além de dar chance a paralelos.

Quanto a interação do ex-casal, a princípio achei meio boba a briguinha dos dois no que se refere a forma de chamar um ao outro, mas aí me lembrei do que já li sobre a importância que os japoneses dão a isso e do fato de serem dois adolescentes.

É óbvio que arrumariam o mínimo que fosse para implicar um com o outro, ao menos se ainda há sentimentos entre os dois. E nem me refiro só a paixão, apesar do comum sempre ser implicarem porque se amam (e essa estreia não fugiu nada disso).

Fiquei curioso para saber porque terminaram, pois, apesar de não se bicarem, houveram alguns cenas em que ficou claro o carinho que um ainda cultiva pelo outro, além do próprio interesse. Parece mesmo o caso de um término em que ainda havia amor.

Inclusive, o joguinho que bolaram foi muito bom nesse aspecto, pois ajudou o público a conhecer um pouco mais de como o ex-casal age e como um cativa o outro. Essa cena, em específico, remeteu ao que a Yume sentia quando conheceu o Mizuto.

E isso me faz pensar em uma coisa muito relevante para o desenvolvimento da trama da maneira como deve se dar. Por que eles não contaram logo para os pais deles? Por medo de melar com o casamento? Sério que isso interferiria até esse ponto?

Ai eu volto ao ponto que comentei antes, a diferença cultural entre o Japão e o ocidente. Além disso, não seria uma questão digna de reflexão manter dois adolescentes que já namoraram morando sob o mesmo teto e convivendo no mesmo círculo familiar?

Além disso, o quanto manter esse segredo não é uma forma de não desapegar dos sentimentos do passado? Afinal, contar a verdade para os pais e prometer não cruzar a linha seria um peso difícil de carregar, mais difícil do que parece ser omitir a verdade.

Enfim, voltando ao joguinho, foi bem divertida a forma como a Yume perdeu, o que também serviu para mostrar mais desse aspecto “indiferente” do Mizuto que tanto a instiga. Outra coisa que curti foi a preocupação dele em como ela seria no colegial.

Imagino que eles se conheceram no ginasial e trocaram confidências sobre todo tipo de coisa, criando uma intimidade reativada com a convivência sob o mesmo teto, a qual também leva a esses tipos de preocupações gentis, coisa que ela também teve.

A cena dela se esfregando nele para espantar os colegas otários não existiu só para provocar uma vergonha posterior, mas para demonstrar e explorar mais aspectos da personalidade contida, mas às vezes afoita, da Yume, além dela dar o seu bom “troco”.

Sim, pois ela se preocupou com ele e interferiu em uma situação incômoda que estava se criando em volta dele. Sei que tinha a ver com ela, mas ela poderia não ter interferido, né? Essas pequenas situações cotidianos dão a medida de como será essa relação.

Eles falam que se odeiam e blábláblá, mas a real é que zelam um pelo outro e ainda têm sentimentos românticos. Amar um irmão de criação é bom, mas amar romanticamente pode causar uma saia justa ainda pior do que seria se tivessem contado no começo.

E é justamente por isso que eles não contam porque comprar essa história com esses “pesos” envolvidos nas ações e escolhas é muito mais atraente do que seria com tudo as claras. Aliás, a produção mandou bem na composição dessas cenas mais “tensas”.

Digo, “tensas” talvez não seja a palavra mais adequada, mas “proibidas” (pelo menos na cabeça deles). Gostei da animação da estreia no geral, mas principalmente da trilha de cenas específicas, que deram uma roupagem um tanto característica a produção.

E isso, convenhamos, é sempre digno de nota em um romcom que, por mais que tente ser diferente, invariavelmente cai em clichês. Menos mal que aqui os clichês acabam até que funcionando, pois a situação acaba não sendo absurda ou galhofa como poderia.

Nisso chegamos a sequência final em que de novo a Yume age sem pensar e acaba se expondo demais, criando uma situação favorável a ação “cool” do Mizuto em cobri-la e agradecê-la, mas ainda mais convidativa no que se referia ao beijo interrompido.

Como me surpreenderia é se eles se beijassem, não vou reclamar da interrupção, mas questiono o que ambos quiseram dizer com “resolver” a questão. Seria no sentido de rejeitar um ao outro? Pareceu mais o contrário, mas para confirmar…

Só pagando para ver. Você vai? Eu vou, pois, apesar do título e da sinopse, a história se levou a sério e os personagens me divertiram, além de tecnicamente não ter sido ruim. Não sei se a peteca vai cair, mas se irmãos de criação podem paquerar, eu posso ver isso.

Até a próxima!

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