A visão da Haine bebê sem olhos e vazando “lama” por todo lado foi horrenda, o tipo de coisa que me desagrada um pouco no final desse tipo de anime pelo quanto faz o roteiro depender do algo monstruoso, um fator sobrenatural, a fim de resolver suas pendências.

Ainda assim, não é como se não tivesse gostado do episódio, ainda mais após as novas conexões consolidadas, as revelações sobre Tokoyo, a terra natal da Haine, e a perspectiva de vencer o vilão que foi acessada. Ele vai perder, só precisamos saber o que levará junto.

A investida do Shinpei contra o Shide e a ida dos quatro até Tokoyo não me surpreendeu, só lamento pelo quão claro está que a Mio não terá nenhum grande momento até o fim da história e que também não vejo como o amor dos heróis se perpetuará na trama.

O plano do vilão foi aquela “novidade” que irrita, espero que ele pelo menos meta uma justificativa razoável para o que almeja. O mesmo já não posso dizer da confissão do herói, a qual, ainda que soubéssemos, não deixou de expressar toda a fofura do amor dos dois.

Enfim, eles vão para o “mundo invertido” da trama, onde o tempo não se move, e se por um lado achei meio deslocado o Ryuunosuke estreitar a relação dele com o Shinpei em meio aquela situação, por outro foi um momento genuinamente bom de personagem.

Só fico me perguntando o quanto o Ryuunosuke precisava disso e não a Mio, que sim, é uma personagem mais relevante na trama, mas pouco ou quase nada útil. Sim, ela guardou os fios de cabelo “milagrosos” para a irmã, mas isso é indireto, e pouco, infelizmente.

O mesmo não podemos falar da Haine, que é mais imorrível que o Chuck Norris e voltou de novo a trama, dessa vez saindo de dentro da própria Ushio. Aliás, fica a pergunta, quando a Ushio e o Shinpei se envolveram com a Haine, quando ela se separou da Hiruko?

Quanto ao mundo habitado por sombras, nenhuma surpresa, eu só me pergunto a explicação para a existência desse mundo, e melhor, como eles vão fazer para voltar e que implicações isso terá no mundo real e no Shinpei, o único a atravessar em “corpo presente”.

Porque a sacada do vilão não mandar seu corpo para Tokoyo e só comandar as sombras usando a Hiruko bebê de conexão sem fio foi sagaz, admito. Foi uma forma bacana de reconectar a problemática ao mundo humano, coisa que faz mais do que sentido acontecer.

Foi lá que a Hiruko absorveu a Haine, criou o Shide e depois se dividiu; é lá que as pontas devem ser reparadas. Com isso as sombras sumirão? Não duvido. Isso será ruim para a trama? O contrário seria pior? Não sei, vai depender de como resolverão todos esses problemas.

O que eu sei é que eu entendo eles terem acolhido tão bem e tão rápido a Haine, até porque sem ela eles sequer estariam ali, já teriam perdido há muito tempo. Se aquela parte crítica da vilã não houvesse se dividido no passado a Ushio não seria poderosa como é.

Sendo que, na verdade, a própria Hiruko é apenas uma marionete nas mãos do Shide, e esse episódio explorou bem isso pela violência e descaso com o qual ela é tratada e suas memórias são usadas. Aliás, sabe o que seria legal? Até sua versão má se virar contra ele.

Mas sabe o que seria legal antes de qualquer coisa? Que o anime tivesse consistência na animação. Esse episódio foi um exemplo bizarro disso pelo quanto teve de passagens extremamente bem animadas e passagens extremamente pouco convincentes nesse quesito.

É claro que isso não é preponderante sobre o roteiro, que segue bom, mas não deixa de ser um ponto de reclamação razoável, como é sim razoável que eu reclame dos fios de cabelo da Ushio ou dessa dificuldade toda para matar a Haine/Hiruko, quem quer que seja.

Por fim, o vilão e a heroína lutam, ela não vence, mas também não perde e seu desmaio, creio eu, deve ter ocorrido mais a fim de propor um cliffhanger que qualquer outra coisa. A gente sabe que é ela quem vai dar o golpe final no Shide, é só questão de tempo.

Um ou dois episódios para ser mais exato, um ou dois episódios para nos despedirmos de personagens tão legais, principalmente o casal de protagonistas, Ushio e Shinpei. Esqueça esse lance de sombras e poderes e foque no amor desses dois, que transcende a própria morte.

Até a próxima!

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