Se, como a Power disse, vidas valem pouco, então é normal que as motivações das pessoas sejam tão banais quanto essas vidas, não? Essa ideia de se mover sem pensar por um motivo idiota é muito recorrente em battle shonens, e é uma boa ideia.

No fim, me parece que a Power só queria carinho, o tipo de coisa que associamos muito facilmente ao sangue com seu acalento e aconchego, que preenchem a maioria de nós. É por isso que mesmo admitindo sua futilidade ela fez tudo o que fez pelo Miauzin.

Não, isso não a exime de culpa, mas se o Denji, o maior prejudicado com toda essa situação, foi capaz de perdoá-la e aceitá-la, por que nós não seríamos? Se até o Demônio Morcego tinha contatin (a Demônio Sanguessuga) quem sou eu para julgar uma Infernal e seu gato.

Como também não sou ninguém para julgar o sonho do Denji, afinal, na batalha de sonhos que ele propôs, dá-se a entender que o sonho do vencedor é o melhor, mas se eu concordar com isso vou estar comprando a narrativa do vencedor, com sua verdade relativa, concorda?

É normal que o Denji reproduza um discurso simplista desses como escudo para as zoações que sofre por causa de seus sonhos provincianos, e gosto bastante que seja assim, mostra que ele está disposto a lutar por seus sonhos e que, eventualmente, devem escalar.

Mas antes de explicar o que me faz pensar assim, sinto que devo elogiar a luta desse episódio; por sua fluidez bem visível aos olhos, por suas “travadas” que conferem um certo estilo a animação e, principalmente, pela criatividade em apelar mais ao intelecto que a força.

Digo, sei que o Denji estava só o pó da rabiola e que talvez a palavra mais adequada para definir seu estilo de combate seja” instintivo,” mas é inegável que casou muito bem na situação, ainda mais por dar a chance do Aki apresentar seu demônio e os colegas de divisão.

Não vou falar muito deles até para não dar spoilers, só garanto que você deve gostar de cada um. Quanto ao trecho no hospital, o Denji acordando e olhando para o teto pode até ter sido uma referência a EVA, mas, na boa, isso não faz a mínima diferença, faz mais sua sequência.

Mas antes de chegar nela, achei divertida e útil a conversa que o Aki teve com o Denji e o que o levou a ficar mais receptivo ao rapaz. Aki viu que o poder da motosserra pode ser bom (mesmo que o tiozão do carro discorde) e que vale a pena dar ao Denji uma chance.

Se ele questiona a boa-vontade do Denji com demônios por ter tido a família morta por um e estar literalmente sendo devorado por outro, se curvar minimamente a quem tem experiências e valores diferentes mostra bem o quanto o Aki pode ser empático.

A Makima já atua mais na linha “chefe cínica,” que parece se divertir com as cagadas de seus subordinados, mas está usando eles em prol de algo maior, que seria achar o tal do “Demônio da Arma?” Na tradução “alternativa” do mangá o nome é Pistola (prefiro ele).

E é assim, aos pouquinhos, que o anime ensaia um plot maior, ainda que estejamos longe de ver esse plot maior tendo alguma substância, fazendo com que momentos de “calmaria” como o da parte final desse episódio sejam preciosos. Não devem durar para sempre.

E é “calmaria” entre aspas mesmo, pois até a Power aparecer na “República do Titio AKi” estava tudo correndo bem, mas foi só ela chegar para conhecermos seus maus hábitos (que geram muitos memes na fanbase) e vermos como é difícil conviver sob o mesmo teto.

Ainda assim, não dá para dizer que é ruim viver com a Power, pelo menos não para o Denji que tinha um “acordo” a concretizar com ela. Gostei muito da roupagem libidinosa, mas em certa instância cômica, com a qual esse trecho foi tratado. Será que vai correr tudo bem?

Eu sei, mas não vou dizer, só digo que frisar tanto sonhos banais e julgá-los por sua banalidade não é por acaso. O Denji ainda é um “bebê” para as coisas do mundo, estamos vendo ele partir da estaca zero quanto a muitas delas, e não é como se ele fosse o único noob.

Por fim, o Aki foi outro “encoleirado” pelo charme da Makima, o que pode ser mais perigoso para um homem que fazer amizade com demônios… Quanto as três condições concluo com um paralelo. Chainsaw Man me diverte, faz pensar e ansiar por mais, é um anjo!

O futuro é pika!

Até a próxima!

P.S.: Não me canso dessas EDs exclusivas de cada episódio, só acho uma pena que essa focada na Power não tenha rolado mais para frente para aproveitar melhor algumas referências ao mangá que nela foram pinceladas. Mal posso esperar para ver a próxima.

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