Juro que esperava que o Bakugo fosse explodir o Mãozinha, mas adorei genuinamente o desenvolvimento do herói nesse episódio. Quem disse que clímax narrativo em battle shonen sempre precisa acabar em pancadaria? Horikoshi, você acertou mais uma vez! E dessa vez surpreendeu!

Ver o Eraserhead amputando a própria perna foi bem pesado mesmo com a censura. Ainda assim, foi um ótimo desfecho para a situação, afinal, a perda de sua individualidade seria muito penosa para a trama, mas não era como se ele pudesse seguir anulando o Decaimento para sempre também.

Somando isso ao sentimento de fracasso, que toma os primeiranistas após seus esforços ferem parecido em vão, o episódio constrói uma carga dramática pesada de fracasso como talvez nunca vimos antes em MHA. Pior que isso só a queda do All Might, mas mesmo nela ainda havia um sentimento de vitória.

Felizmente, isso pode ser bom. Para quê? Construir “caráter.” Digo, mostrar aos jovens heróis que eles ainda têm muito o que amadurecer e que não se pode vencer todas sempre. Além disso, é justamente quando os mocinhos estão na pior que a volta por cima se torna mais significativa, mais gratificante.

Voltando a luta principal, gostei que o Todoroki pelo menos atuou como suporte para o pai, aproveitando os três protagonistas na luta, cada um a seu modo. Além disso, trazer de novo a mesa a questão do poder “transplantado” e das consequências dele para um corpo não treinado “igualou” as coisas.

Shigaraki pode ter muito mais poder que o Deku, mas esse poder também tem suas consequências. E essa ideia de que, por mais apelão que tenha ficado, ele ainda tem “fraquezas”, é ótima para balancear as coisas, dando a chance para que o herói consiga bater de frente sem parecer conveniência barata.

Quanto ao Bakugo, ele com certeza foi o MVP desse episódio, mas isso sem explodir nada e nem xingar ninguém. Incrível? Demais. O Horikoshi merece todos os elogios por ter entregado um momento de desenvolvimento de personagem sensível e maduro sem carecer de luta para isso, mas de salvamento.

E o melhor, com ele admitindo toda a mesquinhez que o levava a maltratar o “amigo.” O Horikoshi exagerou na roupagem do Bakugo, mas ele está “compensando” ao demonstrar que o garoto se importa, compreende o todo e reconhece no Deku um rival, mas também alguém digno de empatia.

Com o adendo disso ter sido feito através de uma conversa muito interessante com o All Might. Se por um lado vimos o Deku treinando para dominar a individualidade da Nana, por outro o mistério que cerca o quarto e toda a ideia de sobrecarga no Deku veio a calhar para equilibrar suas “circunstâncias.”

Agora o protagonista tem mais poder, consegue manipular melhor o chicote preto, além de ser capaz de flutuar. Contudo, qual o preço desse poder? O Deku não percebe o perigo, pois está no olho do furacão e seu corpo sempre se move primeiro quando é para salvar os outros.

E o que o Bakugo fez nesse episódio? Seguiu seu exemplo a sua maneira, ajudando como era possível para ele. O Bakugo não tem o OFA e nem é o herói número 1, não conseguiria antagonizar o novo AFO nem se tivesse avançado muito, então o desfecho foi muito consciente das limitações do co-prota.

Limitações essas que não o impediram de evoluir, mas dessa vez não em poder bruto e sim em poder mental e emocional. Um herói que consegue se colocar no lugar do próximo é capaz de salvar não só o corpo do outro, mas também sua “alma” e é nesse tipo de herói que ele está se tornando.

Por fim, a luta acaba com o Mãozinha mais queimado que o meu arroz e a certeza de que os mestres vão interferir próximo episódio. Qual será a extensão das consequências no corpo do Deku? Essa pergunta fica no ar, mas a gente sabe que uma hora isso pode (deve) ser resetado pelo “bem maior.”

O que não tira o mérito do que o Bakugo fez, afinal, a intenção do Shigaraki não era nem exatamente machucar o Deku, mas sim roubar o OFA e isso deve ser evitado a todo custo. E o melhor nem foi o ato em si do Bakugo e sim a construção para a cena, que passou bem a ideia de reconciliação do personagem.

Reconciliação com quem? Consigo mesmo, afinal, é ao respeitar e enxergar o Deku que o Bakugo deve amadurecer como herói e pessoa, deixando tanto estresse de lado para ser o melhor que pode ser. Ele não quer ficar para trás e buscará isso ciente de suas qualidades e seus defeitos, sem ilusões de grandeza.

Se o Erasrhead sobreviveu a bala apagadora, é claro que o Bakugo vai sobreviver ao ataque do Mãozinha. Mas o vilão vai sobreviver a carbonização de seu corpo e o avanço do AFO? Mal posso esperar pelo próximo episódio, acho que meu corpo se moverá sozinho para assisti-lo…

Até a próxima!

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