A vida errante da União, sua falta de prumo, é o tipo de coisa que só me faz gostar mais do grupo. Por quê? Porque sempre o Kohei bate na tecla de que há visões, anseios e expectativas diferentes de cada integrante, tornando essa união não tão uniforme e assim mais interessante.

É o grupo de vilões mais carismático que já vi em um anime? Pescando pela memória não, mas com certeza é um grupo cheio de personagens cativantes e inusitados, como o Mr. Compress e o vulgo Lagartixa Man, que brilharam para permitir a fuga dessa família muito unida e…

Primeiro, vamos falar do Mr. Compress, o herdeiro de um legado do que seria o Robin Hood moderno. Válido a fim de encobrir o personagem em camadas de cinza, um pouco redundante quando todo vilão da União têm passado triste e motivação para fazer terrorismo.

Ainda assim, vocês vão me ver mais elogiando isso que criticando, pelo menos quando chega no Shigaraki e, ainda que eu já esteja achando esse discurso bem repetitivo, pelo menos o Kohei soube aproveitar todos os personagens em um arco messiânico e crucial para a trama.

Eu gosto de vilões que têm princípios, passado e motivações bem específicas, só me estranha que todos os integrantes da União assim o sejam. Não parece um pouco demais não? Digo, um vilão que é apenas mau também poderia aparecer na história e ajudar nos planos.

Pelo menos cada um traz elementos diferentes a dinâmica do grupo, seja de personalidade ou função narrativa. O Dabi nunca faria o que o Mr. Compress e o Spinner fizeram, ao mesmo tempo em que eles não carregam a mesma mágoa que motivou a “vingança” do incendiário.

Aliás, apesar de, repito, ser tudo já manjado, gostei do destaque realista dado ao Mr. Compress, com o bônus de sua aparência de ikemen ter sido escondida por uma máscara até agora. O Snipper já traz profundidade a discussão de sentido no que estão fazendo, alguma profundidade…

É uma pena os esforços do homem lagarto não terem dado certo como imaginava, mas, por outro lado, a ativação inconsciente de mais uma individualidade do Deku e a explanação sobre o “coração” do Shigaraki foram momentos excelentes para fechar o arco com chave de ouro.

Tudo bem que ficou parecendo que o Izuku ativou o “sentido” aranha e tirou forças do c*, mas isso só deixou as coisas mais engraçadas para mim, que ainda vejo valor na preocupação genuína do protagonista com o vilão, pelo menos se mantiver a outra parte do raciocínio.

O Deku constatou o caráter de vítima na expressão desconcertante do Shigaraki, mas não se fez de rogado ao falar que não o perdoaria, e dá para equilibrar as duas coisas sim, afinal, ele quer deter o vilão, não necessariamente matá-lo, coisa que muito me agrada em se tratando de heróis.

Heróis têm, ao menos em BNHA, predileção por salvar, de quebra detendo os malfeitos, e dando a chance dessa pessoa se regenerar, ainda que minimamente, é uma forma de fazê-lo. O OFA mesmo já ultrapassou todos os limites, mas até ele estava preso, não foi morto, né?

Por fim, o fim foi bem melancólico, teve OST em inglês e tudo, finalizando com um p*ta clima de empate (ainda que os heróis tenham perdido mais na repercussão, vide prévia do 14), deixando a impressão de que de mortos e feridos, vítimas e culpados, todos têm ao menos um pouco.

Até a próxima!

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