Ao lado dos EUA, o Japão é o país com o cânone de super-heróis mais famoso do mundo com seus Ultramans, Super Sentais, Kamen Rider, Metal Heroes, Henshin Heroes e tantas outras franquias disponíveis em mangás, animes, cinemas e, sobretudo, programas de TV. Várias tentativas foram feitas para adaptar e/ou transcrever essas produções para o formato animado, desde curiosidades como o anime de Ultraman produzido pela Sunrise, passando pelo obscuro OVA Hikaruon do estúdio AIC, lançado em 1987, até a demência charmosa de Samurai Flamenco cometida pelo finado estúdio Manglobe em 2013. Nenhum dos citados, porém, teve o grau de ambição e de relativo sucesso na empreitada quanto Concrete Revolutio.

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[sc:review nota=5]

Estou um pouco preocupado com as notícias sobre a segunda temporada. A primeira nem havia acabado ainda e já anunciavam Gen Urobuchi (Madoka Magica) como co-roteirista. Dias depois anunciaram o Kazuki Nakashima (Gurren Lagann) também como co-roteirista. Não é possível que estejam insatisfeitos com o resultado do trabalho do Masaki Tsuji, certo? Se o trabalho dele fosse ruim o estúdio Bones sequer teria perspectiva de retorno financeiro na segunda temporada para justificar a contratação de dois pesos pesados do mercado. Isso é apenas a lógica. Não só isso, mas eu pessoalmente estou achando a história muito boa, pelos motivos que apresentei em todos os doze artigos de episódios que já escrevi, no artigo especial, e também pelos que apresento nesse artigo final. Acredito e espero que seja só marketing para aumentar a expectativa, os patrocínios, licenciamentos e, claro, as vendas. Nada contra Urobuchi e Nakashima, adoro o trabalho dos dois. Mas se já está dando certo, mudar para quê? Mais do que isso: o que todo mundo faz junto, ninguém acaba fazendo. O Tsuji já está trabalhando junto com o Shou Aikawa. Será um roteiro escrito a oito mãos? Isso para não entrar no mérito do estilo de cada um deles né. O que o Urobuchi escreve absolutamente não combina com o trabalho do Nakashima, e os dois são diferentes do Tsuji (que é mais velho e mais experiente, poderia trabalhar facilmente com qualquer um deles, não duvido do cara, só estou com medo do resultado não ser tão bom assim).

Bom, já agourei demais a próxima temporada e nem falei desse episódio ainda né? Foi esperado, no sentido de ter terminado tudo com algo grande, muita ação e muita gente envolvida. Mas alguns detalhes em si foram surpreendentes e inesperados. Um fechamento excelente para esse capítulo da história!

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[sc:review nota=5]

Estive desde o começo do anime aguardando que “algo” acontecesse. Por que o Jirou saiu do Escritório de Super-Humanos? Por que o Akita aparentemente desapareceu ao mesmo tempo em que o Jirou saiu do Escritório de Super-Humanos? Por que o Raito saiu da polícia? E se tornou um terrorista, nada menos? Conforme todos os episódios alternavam entre datas no passado e no futuro, antes e depois dessas mudanças todas, eu me perguntava quando esse “algo” ia acontecer. Mas já aconteceu! E o anime já mostrou!

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[sc:review nota=3]

Primeiro episódio totalmente linear da série. Preguiça da produção ou do roteirista, ou presságio de que algo grande está para acontecer? Essa pergunta é retórica, considerando o final desse episódio e que só faltam dois para o final da temporada. É provável que esse arco seja o final de meio do anime (porque ele não vai acabar agora, vai ter segunda temporada em abril do ano que vem), e programado para acabar no episódio 13, isso traria ainda outro ineditismo para Concrete Revolutio: um arco com três episódios. Enfim, chega de papo-furado! Nesse episódio de Concrete Revolutio …

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[sc:review nota=4]

E o Yoshimura (Jaguar) teve seu episódio. A Kikko teve o seu (o primeiro, que acabou não sendo muito “dela”, mas serviu), o Fuurouta teve o dele, o Jirou teve um arco de dois episódios para ele (o que é justo dado que ele é o protagonista). O do Jirou serve mais ou menos como arco da Emi também, mas muito dela ainda permanece um mistério. Depois disso achei que não haveria mais nenhum episódio focado em personagens do Escritório de Super-Humanos. Eu estava errado. Eu errei em achar que eles foram episódios de personagens, hehe.

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[sc:review nota=4]

O nono episódio foi menos intenso e na aparência nada muito sério aconteceu. Mas a família imortal que o protagoniza serve como interessante metáfora para a própria narrativa de Concrete Revolutio e o significado de sua história que já dura décadas, além de mostrar um momento até agora singular: o Jirou já estava fora do Escritório de Super-Humanos mas ainda não pareceu haver nenhuma animosidade entre eles. Essa é a data mais antiga que mostra o Jirou fora do Escritório. Ele ainda não usava o cachecol que emula seu herói de infância também.

Leia esse artigo, e leia também a linha do tempo que foi atualizada alguns dias atrás com o que aconteceu nesse episódio!

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[sc:review nota=4]

Concrete Revolutio é uma espécie de anti-One Punch Man. O anime mais popular e engraçado e fácil de acompanhar constrói um mundo claramente dividido entre o bem e o mal, onde ou você é um herói e luta para salvar pessoas ou você é um vilão e considera-as ferramentas para seus objetivos, isso quando seu objetivo não é simplesmente matá-las. Ou preto ou branco. Mesmo no caso dos personagens moralmente questionáveis é possível dizer com precisão em que ponto da escala moral cada uma de suas ações está, e se são boas ou más. Pegue o exemplo do Snek: quando apareceu pela primeira vez, ele confrontou o Saitama apenas para se impôr sobre ele como um veterano universitário valentão se impõe sobre os calouros. Isso é uma atitude sem dúvida nenhuma errada. Noutra ocasião um vilão muito mais poderoso do que ele ameaçava massacrar a população abrigada em um refúgio e ele, podendo usar seu poder para fugir durante a confusão, escolheu ficar e lutar. Quem dirá que ele não foi um verdadeiro herói?

Concrete Revolutio é completamente o contrário disso. Não só ele nunca dá certeza sobre o que é certo ou errado, ou pelo menos mais certo ou mais errado, ele se recusa a admitir a existência de um bem e um mal absolutos. O maior exemplo de heroísmo que já existiu no mundo desse anime dizia claramente de si mesmo que não era um herói, mas sim que queria ser e se esforçava para isso. Inconscientemente ou nem tanto, eu estou aqui torcendo para que o Jirou esteja agindo de forma heroica após ter se separado por razões ainda misteriosas do Escritório de Super-Humanos, mas é prudente manter-me preparado para a hipótese desse não ser o caso. Ou, o mais provável, disso nunca ficar claro mesmo após o fim do anime.

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[sc:review nota=4]

Concrete Revolutio é um amálgama de tantas coisas ao mesmo tempo que uma simples piscada pode ser o bastante para perder-se uma referência. Mas duas são tão óbvias nesse episódio que se você perdeu, assista-o de novo, é sério. Eu espero. Digo, não espero, mas o artigo vai continuar aqui esperando. A Terra acusa Judas de tê-la traído (Judas mentiu para Earth-chan). E com o quê sonham os robôs? Até agora não apareceu nenhum que sonhasse com ovelhas elétricas: o Raito tem sonhos traumáticos de vingança, e a Earth-chan sonha em ser uma garota normal e ter uma família. Clichês? Sim. Usados para aquilo que clichês servem: identificação e caracterização rápidas. Se fossem comida, seriam fast-food. Dizem que não faz bem viver só de fast-food, mas não precisa se preocupar que Concrete Revolutio adota uma dieta variada na composição de seu enredo.

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[sc:review nota=5]

Li um artigo em inglês (esse aqui) que propõe uma forma diferente de abordar Concrete Revolutio. Se leu meus artigos até agora, e se andou lendo comentários pela internet (pelo menos em português), deve ter percebido que a interpretação mais comum de Concrete Revolutio era a de que o anime se trata de mais uma história sobre o “outro lado” do super-heroísmo. Uma desconstrução, se quiser usar esse termo que já virou carne de vaca de tanto ser usado para tudo. Eu também acreditava que fosse isso. Não era, claro, um Watchmen, mas seria esse o tipo de história que Concrete Revolutio conta. Ou talvez no mínimo algo menos ambicioso mas ainda tendo o super-herói no centro da narrativa, coisa que os japoneses fizeram há alguns anos atrás com Tiger & Bunny, por exemplo. Mas a falta de um tema unificador para todos os conflitos do anime fazia ele resistir a essa interpretação e no episódio 5 eu atingi o auge da minha frustração. Mas eu li sobre essa nova abordagem, e percebi que estava apenas procurando no lugar errado. Concrete Revolutio não é uma história sobre super-heróis (ou sequer sobre super-humanos), mas uma história sobre as consequências de nossas escolhas – com super-heróis! Continue lendo que vou explicar essa história direitinho além de, claro, comentar o triste sexto episódio.

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[sc:review nota=4]

As pessoas nesse anime são meio loucas suicidas e gostam de ver o mundo pegar fogo. Ou melhor: gostam de ver monstros gigantes destruírem tudo. Bom, não todas, só algumas, mas muito mais que o saudável para qualquer sociedade. O Jirou é uma dessas pessoas e ter percebido isso é uma das razões que o faz odiar tanto assim monstros gigantes. A outra é ele ter um desses dentro de si mesmo, conforme eu suspeitei. Quero dizer, isso não está exatamente claro ainda, mas pelo menos parece ser no que ele acredita por enquanto. No geral, o que dizer sobre Concrete Revolutio até aqui? Uma história que começou com potencial, mas agora já misturou tanta coisa que não levo a sério que vá resolver nada direito. Tem personagens legais, o que é bom, e uma narrativa não linear bem maluca, o que seria bom se o anime tivesse mais conteúdo. O que está achando? Continue comigo e veja em mais detalhes o que eu estou achando.

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