Kamisama Hajimemashita 2 – Ep 7 – Um nobre corvo dos bons tempos ancestrais
[sc:review nota=4]
Ai ai, pobre deusa humana. Quando não são os deuses imortais ou o seu coração oscilante, são ayakashis problemáticas que complicam sua vida. Se bem que, convenhamos, é tudo culpa de seu grande coração e essa mania tola de querer ajudar a tudo e a todos sem pensar nas consequências. Fica difícil defendê-la assim. Mas tudo bem, nós a amamos mesmo assim. E é com este sentimento que realmente começa o arco dos corvos deste belo shoujo e, antes de mais nada, preciso confessar que estou sofrendo para não comparar a história daqui com o mangá Black Bird. E não, o nome do Jirou não ajudou em nada com isto. Então, metade das minhas opiniões e achismos virão um bocado influenciados. Maldita Sakurakoji.
O encontro entre Botanmaru e Kurama (evitarei chamá-lo de Shinjirou para não haver confusões) foi breve e simples. O tengu inicialmente recusou a sua volta para casa, e tinha todos os motivos do mundo para isto. Passado complicado, o peso da liderança, ter renegado suas origens… Ele não seria recepcionado com tapete vermelho como o abençoado filho pródigo que retorna em bom momento. Mas basta um pouco de lágrimas infantis para que ele se renda e aceite – o que, cá entre nós, aconteceria de um jeito ou de outro. Se a mágoa dele por seus semelhantes fosse tão intensa como se faz parecer, ele não teria adotado o nome do monte onde nasceu como seu pseudônimo. E mais, ele comenta que “não planejava voltar assim tão cedo”, o que indica a sua descida como fuga, e não exílio. Ele sempre deve ter pensado em voltar, quem sabe quando o irmão mais velho Jirou estiver morto ou com o coração amolecido.
Então, mais flash backs. Eu falo assim, mas gosto deles. Pra ser sincera, foi a primeira vez em que eu me permiti gostar do Kurama desde que tive contato com KamiHaji. Ter sido tão intensamente agredido, fisica e emocionalmente, mesmo sendo dezenas de vezes mais bondoso e humilde do que seu irmão deixou marcas profundas nele. E a salvação encontrada no calor de Suirou, que o acolheu debaixo de suas asas (sem trocadilhos) pode ter sido a sua salvação de vida. E realmente foi, mas a um alto preço.
Paralelamente, corvo e raposa praticam o seu esporte favorito, que é brigar entre si, sendo o ciúmes evidente do Tomoe metade do motivo disto. A boa notícia é que Nanami trouxe consigo um frasco daquele remédio milagroso, o momotan, e crê piamente que isto ajudará o antigo líder a se restabelecer. Consequentemente, o miasma se dissipará, as tensões políticas sumirão e todos serão felizes de novo, certo? Sinceramente, não acho que vá dar certo. Ninguém sabe ao certo qual o problema com o líder, mas, como Yatori está por trás destes problemas, não deve ser algo a ser resolvido mesmo com um remédio divino.
O grupo pousa e adentra na montanha envenenada. Kurama passa por um teste emocional, encarando uma imagem falsa de seu adorado Suirou-ani, em uma forma vingativa e amargurada. Seu coração se enche de pesar ao lembrar-se que o adulto perdeu as asas ao salvá-lo da morte (instituída por seu próprio irmão mais velho, olha que peça boa), e só é salvo da ilusão ao ouvir o verdadeiro Suirou tocando flauta na entrada da vila. Admito, inicialmente tive a impressão de que ele era não uma ilusão, mas alguém possuído pelo miasma concentrado a ponto de externar o rancor. Posso ter me enganado, mas a sensação de que não se deve confiar no tengu continua. Pra piorar, quando o grupo o encontra, ele é gentil e cortês com Botanmaru e com Kurama, mas por algum motivo simplesmente ignora a presença de Nanami. Seria desprezo pelos humanos? Ou por mulheres? Sendo ela ambos, sua estadia ali não será fácil.
Enquanto a deusa corre desesperada por um banheiro, Jirou e Yatori conversam na casa principal. O líder provisório se gaba por enfim estar no topo da vila e torce pela morte do Soujoubou, parecendo não desconfiar que seu lacaio não é flor que se cheire. Afinal, quais as intenções de um youkai que quer enganar um grupo de youkais e o grande Akuraou ao mesmo tempo? Deve ser poder, mas não imagino muito como ele fará para conseguir isto. Mas o líder tem ouras coisas com que se preocupar, já que a cerejeira milenar que é sagrada em sua vila está morrendo, e levando consigo o ânimo e a confiança de seu povo. Ele precisa dar um jeito de revivê-la, e quem chutou que é aí que entra a nossa deusa altruísta favorita ganhou um doce. Neste meio tempo, a própria encontrara a cerejeira e descobriu, ao conversar com as crianças locais, que a situação é mais grave do que aparenta (e que mulheres ali aparentemente são mais raras do que pokemóns lendários). Nanami usa um de seus talismãs para purificar a árvore e fazê-la florescer, trazendo esperança nos olhinhos infantis. O problema é que o paliativo logo se desfará, e ela fica se perguntando como poderia ajudar mais aqueles youkais. Neste exato momento, acontece o que não deveria: Jirou aparece ao seu lado, aparentemente encantado com o que vê – a árvore, garota, tudo ao mesmo tempo. Se ele tentará roubá-la como sua esposa (sério, não há fêmeas ali não?), na tentativa de conseguir respeito, manter a árvore viva e dominar todos? Of couse, minhas crianças. Agora, como Kurama e Tomoe impedirão isto sem causar uma pequena guerra civil, este sim é o grande X da questão.