Kamisama Hajimemashita 2 – Ep 10 – E o Corvo disse: “Nunca mais.”
[sc:review nota=4]
(Eu queria usar esse título desde que o arco começou, LOL)
Eu poderia dizer que estou surpresa com várias coisas. Com o fato de o Soujoubou estar, literalmente, no fundo do poço, o mesmo em que Suirou salvou a vida de Kurama. Com a mudança constante de personalidade do Jirou. Mas eu jamais seria tola a ponto de estranhar a solicitude suicida da Nanami. Entrar em um buraco escuro e perigoso com uma fera elétrica assassina e um corvo que quer vê-la longe? Claro, porque não? Tomoe vai ficar careca antes que ela complete 30 anos.
Resumindo: os talismãs de Nanami mostraram onde estava escondida a alma do velho líder, Jirou a seguiu e eles foram até lá juntos. Sozinhos (mais o Mamoru, mas ele é café com leite). Desceram por um caminho selado, para um precipício perigoso e mortal, com as lembranças do sacrifício de Suirou após se sacrificar por Kurama atormentando o corvo. As suas palavras, sobre ser doloroso perder as asas mas ainda assim não ter se arrependido, ecoam em seus ouvidos. O que antes era fraqueza, agora parece apenas…humano. Foi até bom que ele tenha ficado fixado nesse pensamento, já que facilitará mais tarde, quando ele precisar explicar o porquê de ter agido exatamente da mesma forma com a Nanami. Sim, ela foi atacada e sim, ele não pensou duas vezes em protegê-la mesmo já sabendo das consequências. Apenas uma segunda-feira qualquer.
Tomoe e Kurama encontram o caminho até eles bem em tempo, mesmo com os traumas do ruivo rodeando seus pensamentos. A cena que encontram é surpreendente, e Tomoe só tem tempo de usar as chamas para afastar o monstro de eletricidade. Apesar da entrada triunfal, Nanami está mais preocupada com Jirou que se feriu ao protegê-la. E é aí que a diversão começa: ele confessa que se apaixonou por ela. Assim, puramente. Sem rodeios, sem pudores. Na frente de todo mundo. Em três episódios, ele evoluiu mais do que o Tomoe em mais de quinze! Não dá pra não ser engraçado! Pra melhorar a cena, o mostro simplesmente regurgita a alma do Soujoubou que ele havia devorado, finalizando a busca do grupo.
Jirou mudou. Agora é um homem ferido, apaixonado e derrotado. Ciente de que não tem mais o necessário para prosseguir como próximo líder, ele pede a Kurama que leve a alma de volta. Assim este o faz e, pelos próximos dois dias, o Soujoubou acorda e tudo volta a melhorar. Tudo, menos o Jirou, que caiu inconsciente e não voltou mesmo com o momotan. É fácil deduzir que isso é consequência do peso em sua alma, pelos erros que cometeu, pelas más decisões que tomou. Mas nada que não possa ser curado com o poder do amor, tanto do Soujoubou por ele quanto dele pela Nanami. Logo ele desperta, sendo amparado por Suirou e alegremente recepcionado por Nanami, mesmo que em um momento inadequado. Mas aí eu preciso defendê-la: quem diabos lava o cabelo dentro do quarto?
Envergonhada, ela foge e se depara com um Tomoe pra lá de enciumado e querendo ir pra casa. Ele torna a usar sua arma mais conhecida, a falsa indiferença, e sugere que ela aceitasse a declaração de Jirou e ficasse com ele. Minha raposa está tomando um rumo muito arriscado. Mesmo que a própria Nanami compreenda os motivos pela qual ele evita se aproximar dela, quem dirá enamorar-se, não acho que ela vá aguentar essa rejeição eterna. Um dia, ela dará as costas a ele. E ele certamente se arrependerá das chances que desperdiçou. Mas como parece que este dia não é hoje, os dois adiam as picuinhas para depois novamente.É hora do hanami. Tudo o que Jirou menos queria era atenção, mas Suirou tá pouco se lixando. Sinto que é meio que uma vingancinha pessoal inofensiva, mas deixa ele se divertir, vai. Em certo momento, Jirou se aproxima de Nanami e a leva ao alto da cerejeira, alarmando o raposo. Não demora para que o tengu note que ela está apaixonada por seu mensageiro, e a deixa partir sem problema. O Jirou deste final de arco é completamente diferente do que nos foi apresentado no começo, e em certos momentos me perguntei se não foi uma mudança rápida demais; mas se for pensar que ele nunca foi cruel, estava apenas mergulhado demais em seus objetivos, dá pra aceitar. Já Tomoe aproveita sua função de liteira de deusa bêbada para, pela primeira vez, admitir em voz alta que gosta dela (Fábio, sabia disso?). Isso só influenciado pelas palavras de Suirou, imagina se ele senta e tem uma DR com a Himemiko.
E é isso. O arco está encerrado. Mas não a minha frustração. Algumas coisas não foram respondidas, e eu temo que não mais serão. Tipo: e as fêmeas, não existem? Porque essa falta de costume com as mulheres? Como ninguém sabia que o Soujoubou estava sem alma? Como Yatori fez tudo isso e saiu de boa? Porque fazer o monstro devorar a alma do Soujoubou? E como fará pra ganhar o Kirihito sem o prometido exército de tengus? Como Jirou nunca percebeu o que até Mamoru notou? Ahhh, os questionamentos… Terei de me conformar, por hora. Mas não estou feliz.