Orange – ep 10 – O dia em que um emo descobriu que ele podia ser feliz
A nova temporada de animes já começou mas como bom retrógrado escravista que sou (estagiário e participante de duas faculdades só assim…) estou longe de acabar a última. como todo ser humano a frustração pode influir a maneira como percebemos e aceitamos as coisas, então como disclaimer já aviso que provavelmente não seria tão hater em situações normais de temperatura e pressão, mas como essas não são as atuais só digo uma coisa, essa enrolação toda é muito desnecessária…
Bom temos a questão do festival escolar né ? um projeto bem espirituoso que bolaram para que o Kakeru ficasse feliz com o festival mesmo não tendo sua mãe lá. Todos puseram a cara a tapa para participar da corrida de revezamento com o Kakeru, treinaram por semanas para ganhar com o Kakeru (ou para conseguir namorar a Azu no caso de certas pessoas…) chamaram a avó do Kakeru para servir de balança emocional, vestiram a Naho de cheerleader com uma roupa que deixou o Suwa estarrecido e ainda ofereceram fotos para ele depois, para finalizar com chave de ouro ainda ofereceram um beijo da Naho de prêmio (ou seja, não estão mais só usando a Naho como meio para manter o Kakeru feliz, estão atacando de todos os lados, ouvindo os problemas dele e tentando ser amigos solícitos), com tudo isso atuando em tantas frentes com certeza o Kakeru teria o melhor festival de sua vida certo ?
Lógico que não né ? O pé dele tinha que ter torcido para nós termos um motivo extra de preocupação para o já tristonho Órfão e filho único (bom, no mínimo o pai dele é ausente se é que é vivo) em um evento onde têm pais e irmãos brotando no campus do colégio quase tanto como em uma faculdade depois do churrasco de fim de ano, Nossos heróis decidem então tentar uma intervenção direta (extremamente creepy por sinal, eu ficaria assustado se meus amigos stalkeassem um momento aleatório em que eu tropeço, inferissem que eu machuquei o pé por causa disso e pulassem para um interrogatório sobre meus problemas pessoais) que pelo menos foi efetiva em alguém tão destruído emocionalmente como o Kakeru está. O nosso mocinho desanda então a chorar sobre como ele não tinha o direito de ficar feliz quando a mãe dele estava tão triste que se suicidou (o que é TÃO diferente da maneira como eu enxergo as coisas que tenho até medo de entrar em específicos…)
Não acho justo fazer juízo de valor de uma situação alheia que nunca vivenciei, mas advinha só ? é o meu trabalho aqui e adoro fazer isso. Eu (com letra maiúscula para dar enfase na auto reflexão) nunca perdi minha mãe (graças a deus ou ao espaguete monstro voador em que você acredite), Eu tenho irmãos seja de sangue ou criação (e me dou relativamente bem com a maioria deles), Eu nunca contemplei suicídio (Meus arrependimentos duram tanto quanto o tempo que levo para falar deles) porém eu como qualquer pessoa atenta posso ver que a lógica do Kakeru não têm sentido, Ele basicamente diz que porque a mãe dele não gostava da própria vida ele não têm o direito de gostar da vida dele, não existe coesão nisso, essa afirmação do Kakeru possui uma lógica tão pessimista e desvirtuada que me impressiona.
Já que estou me expondo vamos usar de um exemplo pessoal para ilustrar porque o que o Kakeru diz é um absurdo sem tamanho, eu atualmente estudo em duas universidades, uma pública e uma particular (não citarei nomes na vã esperança que ninguém me stalkeie) e a tendência é ou conseguir uma bolsa ou trancar a faculdade particular no fim do ano, a única razão que me sujeito a isso é que entendo que meus pais se esforçaram muito para pagar um ensino médio de qualidade para mim e não tenho o direito de exigir que continuem a pagar ainda mais do que pagavam antes durante ainda mais tempo, isso é uma relação de lógica empática direta, nessa minha situação o que o Kakeru está dizendo seria basicamente “não tenho direito de fazer uma boa faculdade porque minha mãe não fez”. O kakeru está basicamente relacionando suas escolhas de vida simbioticamente a alguém que não só morreu, mas que escolheu tirar a própria vida, o Kakeru não se vê, no direito de não tirar a própria vida, é com esse tipo de absurdo que Naho e seus amigos estão tendo que lidar.
A cena da corrida foi extremamente bem executada (tirando a arte péssima que infelizmente não têm jeito) a forma como cada integrante do grupo passou parte á parte a mensagem do Kakeru encheu de uma significância toda a cena, o esforço real de cada um dos membros para vencer foi belo de se assistir e culminou em mais um evento que não foi presenteado ao kakeru do futuro, como o time azul havia vencido e o Kakeru se culpara pela derrota, sua avó, que nem havia sido convidada para o evento, não lhe contou sobre como sua mãe ficara feliz quando Kakeru sorriu ao vencer seu primeiro festival finalmente dissipando as duvidas em seu coração com relação aos sentimentos de sua mãe…ou talvez não já que ainda faltam 3 episódios :v .