Assisti juntos os episódios 11 e 12 com a intenção de escrever um artigo duplo, como o anterior, mas bom, se você já assistiu o 12 sabe que os dois são muito diferentes. Não teve como. Para não dizer que eles não têm nada em comum, devo dizer que fiquei ligeiramente frustrado com ambos.

Não, não são episódios ruins, nem de longe. Eu gostei deles. Apenas estão abaixo da média dessa segunda temporada de Euphonium até aqui. Mas ser abaixo da média quando essa média é quase a nota máxima (avaliei seis dos doze episódios com nota máxima, incluindo os três anteriores) tende a não significar muita coisa.

Enfim, esse foi o episódio-arco da Reina que eu havia conjecturado.

E talvez devesse ter sido um arco mesmo, e não só um episódio? Se bem que pensando friamente faz sentido, já que os sentimentos da Reina não desapareceram, pelo contrário, acho que nunca foram tão fortes. E apesar de todo o fanservice yuri desde a primeira temporada, acho que nada no comportamento da Kumiko e da Reina permita, de verdade, cogitar que uma das duas sinta algo a mais pela outra. A Reina certamente está apaixonada pelo professor Taki, e a Kumiko a apoiou desde o começo e continua apoiando até agora. Amor sem ciúme? Ok, é possível, mas qual é, elas são adolescentes. Acho que só se pode afirmar com certeza que uma é fascinada pela outra. Kumiko acha Reina muito bonita e admira sua habilidade, dedicação e determinação, e a Reina já teve há muito tempo um vislumbre da Kumiko por trás da máscara e está curiosa para ver como ela é de verdade, do que ela realmente é capaz quando quer e se esforça. A Kumiko é a personagem que move o enredo e que indiretamente fez todas as tramas de todos os personagens se desembaraçarem, mas ela age da forma como bem descreveu a Asuka: observa e se aproxima apenas o suficiente para satisfazer sua curiosidade, sem se comprometer demais, evitando se machucar.

Essa é a diferença básica entre as duas principais personagens de Euphonium: enquanto a Reina não mede esforços, sem medo de se machucar (tendo inclusive revelado nesse episódio o quanto estava surpresa e decepcionada consigo mesma por se sentir tão mal após descobrir sobre a esposa do professor Taki), a Kumiko age como se não fosse com ela, distante, precisamente com medo de se machucar. Foi por isso que ela não conseguiu dizer a irmã que gostava dela. Mas dentro dessa Kumiko existe uma garota tão apaixonada quanto a Reina! Aquela Kumiko que ainda na primeira temporada se desesperou quando o professor Taki reprovou sua habilidade e correu abalada pelas ruas de Uji em uma das cenas mais belamente animadas do ano passado. Aquela Kumiko que não conseguiu segurar as lágrimas no trem quando caiu a ficha que a irmã mais velha havia mesmo saído de casa para sempre. Aquela Kumiko que não sabia o que dizer, mas precisava dizer qualquer coisa e chorou enquanto praticamente implorava para que a Asuka não deixasse a banda. É essa a Kumiko que a Reina quer conhecer. E ai! Pobre Reina! Ainda não teve nenhuma boa oportunidade para tanto.

Bom, mas nesse episódio a Reina estava mesmo preocupada era com outra coisa: então o professor Taki era casado. E a Kumiko sabia e não a contou. Vendo a conversa das duas e vendo a Reina dizer que sabia que a Kumiko só não havia contado nada para não machucá-la, quase somos feitos acreditar que a Reina não ficou brava com a amiga, só se afastou porque esse é o jeito dela mesmo. Não se deixe enganar! Ela disse que brigou com a própria mãe por não ter lhe revelado o mesmo pedaço de informação. A própria mãe! E ela com certeza sabia que a mãe também não a havia contado nada para seu próprio bem. A Reina com certeza ficou furiosa com a Kumiko, e não foi só por não saber o que fazer sobre o professor ter uma esposa que demorou a falar com ela, mas porque estava esperando esse sentimento ruim se acalmar. Ela sabia que a Kumiko não tinha má intenção, sempre soube, mas mesmo assim ela não podia garantir que não brigaria com a amiga da mesma forma como havia brigado com a mãe.

Está tudo bem. Tão bem quanto possível, tão bem quanto antes.

Está tudo bem. Tão bem quanto possível, tão bem quanto antes.

Mas no final das contas as coisas ficaram meio sem solução. A Reina quer vencer o concurso pelo professor Taki. Conseguiu voltar a se concentrar e dar o seu melhor. Em resumo: ela voltou exatamente ao ponto onde estava antes, mas agora sabedora da história trágica de seu amado. Nada mudou em sua dedicação e determinação, e voltou a afiar sua habilidade como antes. O episódio acabou sendo um pouco frustrante porque o conflito todo já havia sido previsto e porque embora ainda muito bem produzido tecnicamente e com um enredo bem amarrado, o final apenas colocou tudo de volta onde já estava na história. Muito bonito mas com pouco avanço. Antes a Midori estivesse certa e a Kumiko e a Reina realmente estivessem tendo uma briga de casal, hehe.

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