Jojo’s Bizarre Adventure: Stardust Crusaders Egypt Arc – 50 Dias de Aventura Para Uma Vida Toda
Olá pessoal, não sei se vocês sabiam, mas o anime de Jojo era exibido na sexta (6), esses artigos saem na quinta (5), esse é o quarto (4), fala do terceiro arco (3), e novamente indico a vocês que não percam as segundas chances (2) que a vida oferece para que vejam o anime número um (1) em bizarrice – ainda mais bizarro do que essa brincadeira: JOJO!!!
Bem, dessa vez vou pular a sinopse – para vê-la deem uma olhada no artigo anterior que compreende a primeira parte do arco – e voltar à parte em que o artigo anterior parou, a chegada de Jotaro – nosso atual Jojo – e seus companheiros Joseph (o melhor Jojo), Polnareff, Avdol e Kakyoin, ao Egito para enfrentarem Dio e salvarem Holy.
Após chegarem ao país, um novo companheiro se junta ao grupo, um ser muito “adorado” pelo autor da obra: um cachorro! Sim, um cachorro usuário de Stand – That’s Jojo for you! – chamado Iggy e que possui o The Fool, uma Stand feita de areia, útil para um grupo que vai lutar em um país cercado por isso e que reforça novamente a criatividade do autor em dar vida a personagens interessantes – sim, o cachorro tem uma personalidade destacável, que é até bem legal por sinal – e formas diferentes de se explorar o “poder” de sua obra.
Mas como tudo em Jojo tem que ter uma treta para dar uma animada, logo o nosso grupo de heróis é atacado por um usuário de Stand inimigo, e daí se desenrola a mesma dinâmica do arco anterior, vilões menores sendo derrotados em fila, só que agora os inimigos são cada vez mais fortes e chegando perto do fim eles vão se aproximando de Dio para a derradeira batalha que é prevista para acontecer na cidade do Cairo.
Dessa vez acho que vale a pena citar alguns dos vilões, como os irmãos Oingo e Boingo – que até renderam um encerramento específico, bem divertido por sinal, para o seu mini-arco. O primeiro com uma Stand que o permite se disfarçar completamente e o segundo com uma que o faz prever o futuro usando um livro. Por não terem habilidades combativas e terem personalidades bem peculiares, esses personagens acabam rendendo bons momentos cômicos, o que é um ponto forte ao longo desse arco, porque apesar de parecer repetitivo em sua dinâmica, ele nunca passa muito tempo com a mesma abordagem, conseguindo variar bem entre embates que envolvem força, estratégia, sorte – sim, sorte kkk – e etc, ou um pouco de cada um desses elementos.
Logo após esse momento, nos deparamos com outra variação interessante no conceito de Stand, o fato de que podem haver Stands autônomas – essas capazes de possuir o seu usuário – e de que uma trabalha para Dio e cruza o caminho de Jotaro e Polnareff, rendendo duas boas lutas, com o ponto forte da primeira sendo Polnareff e sua carta na manga para sair vitorioso, e o da segunda sendo ele mesmo dominado pela Stand – que tem a forma de uma espada – e a usando ao lado de seu Silver Chariot para derrotar Jotaro. Acho que não preciso nem dizer quem vence no final com direito a pose foda, frase foda e aquele “poder de superação” nadinha clichê usado no último momento, né? kkk
A seguir vemos outros mini-arcos bastante peculiares com direto a Joseph e Avdol em situações bastante constrangedoras, Polnareff criança, – não em flashback, isso é causado pelo poder de uma Stand inimiga mesmo – um combate em uma mesa de apostas que conseguiu ser mais tenso e emocionante que muitos momentos de batalha por aí, – e que por pouco não rendeu uma derrota total ao grupo – e a volta de Boingo, agora fazendo dupla com Hol Horse, – um usuário inimigo que havia aparecido anteriormente em algumas oportunidades e que parece ter caído nas graças do autor e do público, pois é até hoje um dos antagonistas mais lembrados dessa fase – e, claro, novamente não tendo sucesso em atrapalhar os planos do grupo dos mocinhos.
Antes de falar do resto do arco venho só reiterar meu comentário sobre a qualidade da produção do anime, que continua com uma ótima trilha sonora, – tendo uma nova e épica abertura e um encerramento que novamente é uma música de rock clássico, agora instrumental, que casa perfeitamente com o clima da fase respectiva – consistente e eficiente quanto a animação e bem dirigida já que consegue terminar os episódios com bons ganchos, destacar frases e momentos de efeitos e explorar bem as peculiaridades e bizarrices que caracterizam a obra, – desde a parte visual até diálogos engraçados e bem estranhos – o que a meu ver fez essa parte fluir melhor que a anterior.
Mas é claro que isso se deveu também ao fato de que o objetivo real – encontrar e derrotar Dio – estava se tornando cada vez mais palpável, o que foi sendo demonstrado através do avanço até o local em que ele supostamente estava e o contato com capangas cada vez mais próximos ao grande vilão.
Logo após “atropelarem” Hol Horse, tem-se início a reta final do arco – que compreende os últimos 11 episódios – onde Jotaro e companhia chegam à cidade onde Dio está e se dirigem à sua mansão, encontrando-se antes com Iggy, que havia saído na frente e passou por uma luta mortal contra o guarda do local, Pet Shop – um pássaro com uma Stand que consegue criar gelo – confronto no qual conseguiu derrotar o inimigo (que sim, foi protagonizado por dois animais com Stands – com o Iggy falando a luta toda, inclusive kkk – o que é algo muito legal em Jojo, pois esses acontecimentos incomuns e bizarros são o que dão o tom da obra), em uma luta eletrizante.
Agora, após mais de um mês de tantas adversidades e loucuras, finalmente os nossos seis heróis se encontram dentro da Mansão de Dio e partem para o embate final!
Só que é claro, ainda existem mais usuários de Stand subordinados ao vilão e que irão separar o grupo, dividindo Jotaro, Joseph e Kakyoin de um lado para enfrentar um deles em um jogo de videogame – é sério, e é até divertido esse momento – e Polnareff, Iggy e Avdol do outro para enfrentar aquele que é o mais mortal dos lacaios de Dio: Vanilla Ice, que consegue destruir o que aparece em seu caminho com a sua poderosa Stand Cream.
Aliás, essa última luta merece ser comentada em especial, pois é excepcional! Polnareff se torna o centro dela e tem enormes dificuldades durante o confronto, pois a Stand do estiloso e imortal – Dio o transforma em vampiro antes da luta – Vanilla Ice consegue “sugar” tudo aquilo em que toca, então além do nosso francês favorito ter que se esquivar do inimigo ele ainda tem que procurar formas de atacar uma Stand quase sem fraquezas, é um adversário que com certeza seria páreo duro até para Jotaro.
É importante frisar também a dedicação de Iggy em dar suporte e proteger a vida de Polnareff mesmo no péssimo estado em que estava, e a nobre atitude de Avdol ao salvar a vida de seus companheiros mesmo a um preço tão caro…
Essa é uma luta que empolga não só pelos movimentos e golpes, mas também pelo sentimento de amizade e companheirismo demonstrado ao longo dela, pelos momentos chocantes em que os personagens se veem com medo ou totalmente sem esperanças e por uma coisa muito boa que sempre esteve presente em Jojo até agora: uma situação real de perigo, que te dá a sensação que aqueles personagens que você aprendeu a gostar podem morrer a qualquer hora e de uma forma abrupta, que a vida deles é tão fugaz quanto bela, e que são os momentos de superação e coragem que dão sentido a efemeridade da vida mortal deles em comparação a imortalidade fria e pragmática de um vampiro.
Essa luta não é só um grande embate entre grandes heróis que dão tudo de si, e um grande vilão apelão, mas também uma celebração à vida e a demonstração de que uma profunda e honesta amizade entre guerreiros que compartilham uma aventura e entregam suas vidas um ao outro pode fazer com que mesmo após todas as perdas, a luz que brilha no poente dê coragem para que se levante mais uma vez!
É isso o que eu acho que é Jojo, uma história que pode ser extremamente bizarra e caricata, mas que também mexe com seus sentimentos e te faz ver que amizade, persistência e coragem são muito mais que clichês de shounen, mas também são pilares que dignificam as nossas vidas e moldam as nossas atitudes. No final Polnareff vence o mais terrível de seus adversários e parte ao encontro de Jotaro e dos outros que saem pela cidade caçando Dio, que planeja separar os “cruzados” para derrotá-los um a um.
O primeiro a entrar no radar de Dio é Kakyoin, que possui um pequeno desenvolvimento do seu background, arrasa ao encurralar Dio e enfrentá-lo cara a cara com toda a sua determinação, e mesmo após ser derrotado pelo até então desconhecido poder da Stand do vilão, consegue alertar Joseph sobre o poder dele e sair de cena de forma espetacular. A seguir Joseph confronta Dio, mas não tem chances contra ele mesmo usando suas vinhas com Hamon e é então derrotado para dar lugar à luta que todos esperavam – e que desde a temporada anterior a abertura entregava que iria acontecer –: DIO X JOTARO!!!
Eu sou suspeito para falar dessa luta, pois tenho um carinho especial por Dio e mesmo não sendo meu Jojo favorito admito que Jotaro é o Jojo mais forte até aquele momento, – aquele que você acredita que sempre vai vencer e resolver a situação – e de tal forma é o que se mostra mais capacitado para derrotar Dio que agora além de possuir o corpo de Jonathan também tem The World, a sua Stand humanoide extremamente similar a Star Platinum, mas com uma habilidade a mais que vai ser a chave para a vitória de qualquer um dos lados.
Acho sacanagem dizer aqui qual é essa habilidade, pois se você ver o anime sem ter tomado nenhum spoiler e não ficar teorizando sobre as aberturas vai ficar surpreendido e se sentir animado ao tomar conhecimento dela, já que é algo que vai dar um diferencial na luta que não se limitará à pancadaria entre Stands ou à estratégias de Jotaro para esmagar a cabeça de Dio e as formas sádicas de Dio brincar com Jotaro antes de liquidá-lo.
No final essa é uma luta que se estende por mais ou menos dois episódios, com direito a transformação de Dio no meio do embate, – aliás, ele recebe um upgrade e fica ainda mais estiloso e forte, reforçando a sua vibe cool de antagonista fodão – os dois voando pelo céu com energia dourada em volta deles – eu estava vendo DBZ e não sabia?kkk – momentos em que você acha que o Jotaro está acabado e ele aparece com um TURN DOWN FOR WHAT e vira o jogo para cima do arque-rival, Joseph “supostamente” morto incentivando seu neto do além(?) e temos direito até a Polnareff dando um golpe quase fatal em Dio e depois saindo de cena por estar acabado demais para continuar lutando.
Resumindo, é um festival descarado de clichês forçados e exageros aberrativos que quase te fariam não levar a luta a sério se ela não conseguisse passar uma tensão incrível por causa da ação constante, manter uma trilha sonora fantástica como pano de fundo e tornar épicos e interessantes até momentos em que quase tudo em cena está parado – olha a dica que eu tô dando aí hein rs… – ao usar e abusar de diálogos incisivos e pequenas reviravoltas nas ações dos personagens.
Eu considero essa uma ótima luta, tão boa quanto – se duvidar melhor! – à anterior de Polnareff, e satisfatória por dar um desfecho bacana ao arco. Apesar de ter muitos acontecimentos para os quais você pode torcer o nariz – na verdade essas inconsistências com o tempo se tornaram uma marca registrada de obra kkk –, se você pensar que é Jojo e que nesse anime bizarrices improváveis são “menos impossíveis” do que parece, então a experiência de ver esse arco como um todo deve ser divertida e empolgante como um bom battle shounen – uma obra verdadeiramente cativante – tem que ser.
Foram 50 dias que renderam aventuras para uma vida toda! Se você procura um anime divertido, emocionante, e que com certeza nunca viu antes, – levando em conta as diversas coisas nonsense às quais terá que dar um belo desconto – então Jojo é para você!
Aqui me despeço – esse artigo já está maior que o protagonismo do Jotaro kkk – dando nota 9 para essa parte do arco, o que daria um 8,5 para o anime todo depois de fazer a média com a nota do artigo passado, com um envolvimento emocional mais de 8.000!!!
P.S.: Vai deixar saudades… JOJO!!!