Bom dia!

As regras do jogo sem objetivo de Dorei-ku pareciam simples no primeiro episódio, e mais ou menos funcionaram no segundo. Esse terceiro parece ter sido jogado sob novas regras.

Quais são as regras dos SCMs afinal? Por que o que o manual diz aparentemente não é a verdade, se não parece que o anime terá uma subtrama com os personagens descobrindo e enfrentando o gênio do mal que criou os aparelhos?

Hoje, no Anime21.

No primeiro episódio, quando a Rushie (se não me engano foi ela) leu o manual, lembro claramente de uma coisa: o SCM funciona ampliando o senso de dever de quem perde um duelo, de forma que o escravo não consegue desobedecer as ordens de seu mestre. Isso é problemático desde o começo porque senso de dever é algo do qual estamos conscientes, e mesmo assim o Masakazu parecia simplesmente não estar entendendo porque o corpo dele estava se movendo. Era como se fosse contra a sua vontade, algo inconsciente. Mas tudo bem, ignorando isso, no resto do episódio e no segundo (e em partes do terceiro) isso funcionou.

Eu poderia criticar ou no mínimo fazer perguntas sobre vários dos duelos, mas vou no caso mais óbvio, ululante: Zenichi versus o cachorro. Em primeiro lugar aquilo nem era um duelo, o cachorro apenas o atacou. E bem, pode-se argumentar que faz sentido já que o próprio Zenichi fez a mesma coisa com a Shiori, mas teve uma diferença fundamental: ele se certificou que ela reconhecesse, em alto e bom som, aquilo como um duelo. Mas mesmo que aquilo fosse um “duelo”, por que alguém sentiria que deve algo a um cachorro?

Outra: por que o senso de dever que você tem para com o seu mestre deveria ser automaticamente transferido para outra pessoa caso ele seja ou se torne escravo de um terceiro? Qual a psicologia por trás disso? Quais os neurotransmissores, por quais sinapses esse tipo de lógica trafega no cérebro? Se funcionasse de forma hierárquica, com o mestre do mestre podendo dar ordens diretas ao escravo mas ainda assim o escravo-mestre continuando sendo a mesma pessoa, vá lá. Mas não é assim, é transferência de propriedade mesmo, e é automática, nem precisa o escravo-mestre ordenar que seu escravo passe a obedecer outro mestre. É porque isso seria problemático né? Tecnicamente permitiria que qualquer um passasse escravos para qualquer um, mesmo sem a relação hierárquica.

Enfim, é óbvio que não tem nada de “ampliar o senso de dever” desde o começo. Se fosse isso, alguém com o dispositivo deveria se tornar escravo de qualquer outro ao perder algo que reconhecesse como duelo, tivesse o vencedor o dispositivo ou não. O senso de dever é algo interno, afinal. Talvez a única “regra” que valha seja a do duelo. Ou será que não? Claro que não! É “duelo” o que o dispositivo interpretar como “duelo”, até mesmo um cachorro começar a te morder na rua e você, um valentão fortão, não conseguir se defender. Assim sendo, podemos concordar que os SCMs são apenas quebrados e vão fazer o que tiverem que fazer para a história andar? Podemos. Ótimo.

Enfim, o anime está dividindo os personagens em duas facções, a dos protagonistas Yuuga e Eia, e a dos antagonistas do tal de Ryuuou, do qual o único que revelou a cara é o Chuo, que apareceu nesse episódio. Vai ser um jogo de gato e rato com os dois lados capturando escravos e tentando derrotar o outro. Se os jogos forem legais pode se tornar divertido. Mas bem, nenhum jogo foi legal até agora. E esse continua sendo um anime que odeia as mulheres.

Essa foi a parte suave

A Julia, descobrimos, passou por diversos experimentos torturantes, disponibilizados na internet por sabe-se lá qual razão. Consigo imaginar que alguém queira testar até onde o SCM vai, o que é e o que não é possível ordenar que um escravo faça, mas por que compartilhar com o mundo os resultados de sua pesquisa perversa? E teve a Shiori também, apresentada como mulher forte, determinada, que se torna escrava de um moleque franzino que se travestiu para enganá-la e é espancada pelo criminoso do Zenichi. A quem eu pergunto: se está disposto a matar alguém para que te obedeça, para que se preocupar em comprar um caríssimo SCM e desafiar as pessoas em duelos em primeiro lugar? Saia na rua, espanque até apagar e arraste para seu quarto, ué.

A tortura continua. Até o próximo episódio!

  1. Este episódio de Dorei-ku, até a meio foi ok e depois veio aquele final forçado, que só serviu para mostrar o quanto Dorei-ku odeia as mulheres (como bem referiste no artigo).
    Este episódio não tem muito o que falar, tirando o facto daquele aparelho (o SCM), ser algo meio mal explorado, eu sei que a pessoa que perde o duelo, fica submetida por causa do aparelho, mas tem coisas que não fazem sentido (o melhor exemplo, foi o que citaste, sobre o caso do Masakazu).
    A parte do trap e da Shiori, foi bem mais ao menos. Aquela competição que os dois fizeram, para ver quem mais gastava o dinheiro de dois homens com ar duvidoso, tinha tudo para dar mal e assim foi. Qual a mulher no seu perfeito juízo, mesmo que acompanhada, aceita ir para o apartamento de dois homens jovens, cheios de segundas intenções (mentira, um deles nem era má pessoa), a Shiori como mulher forte e mais vivida, deveria ter notado os sinais, que algo não estava bem (estava tão na cara, que um dos homens ia colocar um boa noite Cinderela na bebida).
    O trap foi tão, mas tão estúpido e cobarde, além de quase ter levado a Shiori para o abismo, ele ainda a transformou em escrava (quem merecia levar um excerto de porrada, era o trap e não a Shiori).
    A parte do parque, deixou-me meio incomodado, o que será que Dorei-ku tem contra as mulheres, em todo o santo episódio, coloca uma situação vergonhosa ou desonrosa com uma das personagens femininas. Qual a necessidade de mostrar o brutamontes e criminoso do Zenichi, a espancar a Shiori de forma brutal, havia tantas maneiras de ele a subjugar, o anime optou pela mais nojenta. O trap, mais uma vez, enquanto a Shiori era espancada, ele fugia com o cu à seringa, eu não aceito que ele tivesse medo, se ele fosse mesmo homem, mesmo sabendo que não iria ganhar, teria auxiliado a Shiori.
    A parte do cão, foi bem bizarra, qual foi o doente que colocou um aparelho daqueles num cão. Mas de tudo o que aconteceu neste episódio, a minha parte preferida, foi quando o cão mordeu as jóias da família do Zenichi (ver a cara de humilhação dele, foi muito bom, ele perdeu e será escravo de um cão).
    Quanto à Júlia, tenho pena dela, aquele mestre Ryuuou não é um homem decente (nada deste anime é decente), ele deve ter feito todo o tipo de teste na Júlia, deve ser por isso, que ela tem um ar, de quem levou com uma lavagem cerebral.
    A Júlia mesmo naquela situação é boa demais, ela já devia ter aprendido a não apanhar nada do lixo, como ela foi aceitar ajudar o cobarde do trap. O Chuo parece ser bem mais ao menos, será que ele é o Ryuuou ou um servo dele, no próximo episódio quem sabe se descubra mais sobre ele.
    Em relação ao Oota e à Eiya, eles estão a enterrar-se cada vez mais, num esquema de gente maluca, por muito espertos que sejam, existem sempre predadores mais espertos que eles. A Ayaka mesmo sendo uma iludida, está bem melhor que o traste do Seiya.
    Foste generoso, na nota que deste a este episódio, por mim era nota zero (e a tendência a cada episódio, é a diminuição das notas).
    Como sempre, mais um excelente artigo, de Dorei-ku Fábio.

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Não acho o Taiju (o trap) tão mal assim. Quero dizer, ele é fraco, sempre foi fraco, e isso é ok, existem pessoas fracas e ninguém é obrigado a ser forte. Ele não tinha chance nenhuma contra o brutamontes do Zenichi, mesmo se não estivesse psicologicamente abalado, então fez o melhor que pôde e arranjou ajuda. Pouco sabe ele, naturalmente, que a “ajuda” que conseguiu é … de péssima qualidade, digamos assim? Quero dizer, pelo acordo feito e o jogo que ele concordou, era garantido que os dois se tornariam escravos do Ryuuou. Claro que ele não sabe quem é e o quanto isso é ruim, mas esse é o problema de todo mundo nesse anime, né? Acham legal a ideia de arranjar “escravos” (ou, no caso dele, se tornar um) e ignoram o risco bem real de alguém estar por aí usando o sistema de forma bastante perversa. Eu gostaria de dizer que são inocentes, mas inocentes são as crianças. Eles são todos adultos feitos e que já vivem no submundo das bordeis e boates, deveriam saber muito bem que o mundo é um lugar bastante sujo.

      E bem notado, segunda vez que a Julia “pega algo do lixo” =D Mas bem, dessa vez ela fez isso por ordem de outrem, né?

      Sobre o anime no geral … é trash, é mais trash do que eu esperava ser. Por isso ficam aparecendo regras novas que contradizem as regras antigas o tempo todo. Se os personagens pelo menos fossem interessantes, mas não tem um ali que me chame a atenção por nada. Bom, eu gostei do character design da Ayaka, mas isso é bem pouco ainda.

      Estou torcendo pelo cachorro!

      Obrigado pela visita e pelo comentário =)

      • O cão até agora é o melhor personagem, inserido no anime. No começo eu não gostava da Ayaka, mas já começo a mudar de opinião.
        A Júlia infelizmente, pegou mais um lixo por ordem do tal Ryuuou, mas espero que a personagem não caia no esquecimento, ou então ser mal aproveitada.
        O Taiju para mim, está no mesmo nível que o lixo, não suporto essa personagem.
        O anime já começou trash, e a cada episódio fica pior, talvez Dorei-ku seja o rei dos trashs este ano.

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Continuo não tendo nada contra o Taiju não. Na verdade meu conceito dele até subiu nesse último episódio =D

        Aliás, artigo sai hoje ainda. O episódio mais horrível de todos. A gente continua discutindo por lá.

        Mas o cachorro sem dúvida é o melhor personagem =P

Deixe uma resposta para Fábio "Mexicano" Godoy Cancelar resposta