Xuan Yuan Sword Luminary – ou Ken En Ken: Aoki Kagayaki, que é o título oficial em japonês – é um anime produzido pelo estúdio Deen baseado em um jogo rpg Taiwanês de 2004. Lembra de Aguu? Então, parece que o estúdio desandou a produzir animes que adaptam histórias criadas fora do pais, o que não é um problema se render um bom anime e esse daqui causou uma boa impressão em sua estreia, tendo potencial para ser um entretenimento agradável nessa temporada de outono de 2018.

Na trama acompanhamos três amigos de infância que foram separados devido a guerra, um menino – de nome Pu Zhao – e duas irmãs; sendo Fu Yin a mais velha, e Fu Ning a mais nova. A “amostra” da atrocidade da guerra pode ser vista na irmã mais nova que perdeu os braços e usa próteses no lugar.

“Por essa eu não esperava, pode isso Arnaldo?”

A tecnologia da época – a história se passa no Período das Primaveras e Outonos, séculos antes de Cristo – não possibilitaria grande mobilidade a “braços de mentira”, mas, mesmo assim, as irmãs se viram como podem e saem de cidade em cidade apresentando um espetáculo com movimentos de luta para garantir o pão de cada dia. Só isso já me fez simpatizar bastante com elas, que mostraram perseverança mesmo tendo perdido a casa e a família por causa da guerra promovida pelo Império Taibai, o mesmo que transformou o amigo de infância delas em escravo e que continua as batalhas.

O anime pode ser ruim, mas vou ver até o fim porque fui com a cara delas! 

Não gostei da forma como a Imperatriz e o escravo se aproximaram, ficou parecendo que os dois só se viram duas vezes, mas foi o suficiente para que ele ganhasse a simpatia da nobreza disfarçada de plebe e acabasse tendo a oportunidade da sua vida. Entretanto, foi justo essa “chance de ouro” que abriu portas para que algo de interessante fosse desenvolvido: a oposição entre amigos de infância.

Após a traição do engenheiro militar mais importante Pu Zhao assumirá seu lugar para desenvolver os conhecimentos que adquiriu sozinho e usá-los para construir armas que inevitavelmente ceifarão as vidas de centenas ou milhares de pessoas, assim como várias das vidas que foram tomadas onde ele vivia quando ainda era livre. Isso deve provocar um conflito moral no personagem, é o esperado, que deve se agravar quando Yin e Ning se insurgirem contra o Império que separou os três. A garota não recebeu “familiares” criados por uma arte mágica para ver a guerra rolando sem fazer nada, né?

Os caminhos deles três tendem a se dividir cada vez mais depois do que ocorre no primeiro episódio, e eu acho isso mais interessante que os reunir de cara e fazer eles lutarem contra o Império. Não que eu curta ver uma tragédia, mas não acho ruim se ela for bem-feita e, apesar de certas conveniências, não houve nada que me incomodasse quanto a caracterização dos personagens e o ritmo da história.

Se você acha que a maior felicidade para um escravo é ser livre é porque não conheceu o Zhao…

Não teve nada que me impressionasse também, a não ser a animação que usou cores bem vibrantes e um design consistente e muito bonito. Aa cenas de ação não foram nada demais, mas o CG foi um caso estranho, pois em alguns momentos o achei adequado a cena, mas em outros o achei ruinzinho.

Não sou um especialista no assunto, mas passou longe do CG mega orgânico empregado pelo estúdio Ufotable, só que também não foi ruim como o que a Madhouse entregou em Overlord III. Não chegou a um extremo e nem ao outro, o que creio ter sido satisfatório dentro daquilo que eu esperava que o estúdio pudesse entregar. Repito, os designs “encheram meus olhos” e isso já foi uma grata surpresa.

Que nos episódios seguintes expliquem bem de onde essa “magia” surgiu.

Dessa anime eu espero guerra e mais guerra, e não notei nada que indicasse se vão trabalhar bem o drama dos personagens. Não aposto que acertarão nisso, mas torço para que já seja melhor do que ocorreu nesse episódio. Ainda que não tenham desenvolvido as situações de forma muito dramática, a conveniência clichê como o upgrade dos protagonistas se deu – aquele demônio apareceu bem na hora certa, e não contextualizaram em nada o grupo opositor para o qual o engenheiro desertou, etc – me preocupa, pois se a trama evoluir de forma previsível e abrupta isso deve minar o seu potencial.

Essa é a minha protagonista! O resto faz engenharia…

Gostei dessa estreia mesmo não tendo achado ela nada demais, e espero me divertir vendo o anime. Torço para que seu potencial corresponda as minhas expectativas e que o espaço para melhoras seja bem aproveitado. Também quero saber os segredos da arte mística da Yin e o que o Zhao fará agora que ganhou poder. Não dizem que você só conhece um homem quando o dá poder? Então agora eu espero conhecê-lo. As irmãs são as heroínas e não devem mudar muito – adorei elas e torço por isso.

Indico que você, caro(a) leitor(a), faça pelo menos a regra dos três episódios com o anime. Até mais!

Uma palinha de quem ainda vai aparecer nessa adaptação de rpg que se passa na China antiga.

  1. Eu não era para ver este anime, mas fiquei interessado nele depois de ter visto umas imagens do jogo que inspira o anime na internet.
    Não vou mentir, não achei o primeiro episódio grande coisa, mas o anime já cativou com as irmãs, de todo o episódio as partes que mais gostei, tinham as irmãs na tela. A guerra desde que o homem começou a sentir a necessidade de conquistar os territórios alheios sempre foi desumana, mas a irmã mais nova da Fu Yin não merecia perder os dois braços (na China Imperial, um plebeu que ficasse ferido na guerra, mais valia ter morrido, pois iria sofrer muito). Foi reconfortante ver a preocupação da Fu Yin com a sua irmã mais nova, foram essas cenas que me interessaram neste episódio. As partes de arte de rua protagonizadas pelas irmãs na rua foram muito boas, isso até se ver que a irmã mais nova usava próteses no lugar dos braços, a Fu Ning mesmo sem braços ela conseguia manejar muito bem a espada com os pés (parecia até um monge Shaolin).
    O Zhao ainda não tenho opinião formada sobre ele, mas ele agora está sobre a alçada da Imperatriz, talvez ele se mostre um génio da engenharia.
    Agora a Imperatriz, eu achei bem interessante, ela ainda é criança mas parece ter uma pequena noção que algo não está certo no seu império. A parte em que o guarda exaltado lhe puxa o cabelo e bate no Zhao, eu já imaginava que esse soldado levaria a cabeça cortada, mas na China Imperial, qualquer um que fizesse mal à sua alteza Imperial, não só quem atacou era morto, como toda a sua família.
    Achei interessante o automata que a Fu Yin evoca quando está em perigo e da sua espada também. Espero que tal aparato consiga actualizações ao longo do anime.
    Excelente artigo de primeiras impressões de Xuan Yuan Sword Luminary Kakeru17.

  2. As irmãs com certeza foram o ponto alto do episódio para mim e, ainda que o Zhao não tenha sido tão interessante, gostei dele ter sido alçado a uma posição naturalmente antagônica a das irmãs. Um potencial que, se bem aproveitado, pode render episódios melhores, seja com ele assumindo um papel de vilão ou se virando contra o Império. Também fiquei na expectativa para ver os poderes da Yin serem bem explicados e aproveitados, creio que também haja potencial nesse quesito. Acho que a estreia foi melhor pelo que ela deu a entender que o anime pode entregar do que o anime foi em si, e espero que meu julgamento não esteja tão errado no fim das contas.

  3. Acredito que se o Zhao ficar no lado do Império, só ficará por causa da imperatriz, mas nesse caso nada o impede de boicotar as novas máquinas de guerra (afinal o Zhao é uma das muitas vitimas da guerra começada pelo império).
    Os poderes da Yin são muito interessantes, sendo que o automata deve ter espaço para melhoras (a espada já é muito boa, corta máquinas de guerra como se fossem papel).

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