Um garoto que perdeu suas memórias se vê envolvido em um incidente e acaba entrando em uma jornada de vingança contra sete heróis com poderes sobrenaturais que defendem sua cidade contra monstros gigantes extremamente “diferentes” (conceitualmente falando) que querem “lacrar” a população mundial.

Planet With é uma série animada original de autoria de Satoshi Mizukami (Lúcifer e o Martelo, Spirit Circle), produzida pelo estúdio J.C.Staff. O anime conta com apenas uma temporada fechada em 13 episódios, tendo seu início, meio e fim fechados.

O anime conta com uma qualidade técnica bem aceitável de maneira geral. Sua animação é muito boa, efeitos sonoros são aceitáveis – às vezes parece oscilar, mas não chega a ser ruim.

A maneira com que o autor trabalha os personagens – digo, os importantes – é simples, direta e eficaz. Ele consegue fazer o espectador se importar com o personagem em apenas algumas cenas contando um pouco sobre sua motivação ou mesmo algo sobre sua vida anteriormente. Apesar de funcionarem como grupos, cada personagem é trabalhado individualmente de maneira que você entende suas motivações e, mesmo que não tenha ligação direta com a trama principal, você acaba se importando com eles enquanto pessoas. O mestre Mizukami sempre faz bons trabalhos em termo de desenvolvimento de personagem e, na maioria das vezes, de forma tão natural que mesmo que você procure algum defeito no desenrolar da história, a chance de achar alguma inconsistência é extremamente baixa.

Até a metade do anime, ele apresenta uma trama de vingança; logo depois, ele nos mostra uma briga entre dois polos de uma mesma organização, onde a polarização é feita de uma maneira simplesmente genial, sendo que até dá para fazer paralelos com nossa realidade – ao menos em certos pontos que estamos vivendo atualmente no âmbito político.

Assim como Lúcifer e o Martelo (Hoshi no Samidare), Planet With trata um pouco sobre amadurecimento pessoal e o fato de tornar-se adulto, e o que é realmente ser adulto. O Mizikami gosta e sabe abordar bem esse lance de amadurecer e perder o brilho da juventude. Ele trata o início da fase adulta como um momento de moldar-se ao mundo e aceitar as coisas como elas são, para que assim, possa fazer coisas maduras como perdoar pessoas apesar de todos seus erros.

Claro que não são só flores, afinal, que diabos de robôs/armaduras CGI horrorosas. Eu não sei até que ponto Planet With tentou inovar com aquelas coisas feias, mas tudo bem, é apenas um ponto negativo entre vários positivos.

Planet With está longe de ser uma obra-prima, mas creio que foi um bom anime e, não me arrependo em nada de “abandonar” minha temporada de férias para escrever semanalmente sobre ele apenas por ser um anime de um dos meus autores favoritos. Com certeza é uma ótima porta de entrada para quem não conhece as obras do genial e bobo Satoshi Mizukami. E que venha um dia Lúcifer e o Martelo (Hoshi no Samidare), Spirit Circle e Sengoku Youko.

Comentários