Um final decepcionante para um anime que eu não achei tão ruim, mas passou longo de ser bom, só podia ter sido horrível, não é mesmo? Foi até pior do que eu esperava! Mas posso fazer um ou outro elogio, só que fica por aí. Saintia Sho foi um erro? Não, o erro foi fazer um anime desse mangá sem o cuidado necessário para ele ficar bom. Eleve seu cosmo ao máximo e me acompanhe nessa jornada!

Se tempo é dinheiro, eu estou precisando de muito – deve ser seu caso também, né? –, então vamos direto aos fatos. Esse episódio teve apenas dois pontos dignos de nota. A luta dos cavaleiros de ouro e das Saintias contra a Deusa Éris.

A primeira foi chatinha, a segunda teve umas ideias interessantes, mas que foram “engolidas” pela fraca direção e um roteiro raso, repetitivo e que não chegou a lugar algum.

Além disso, a animação desse episódio foi a de mais baixa qualidade do anime até aqui. Nem me atrevo a comentar que esperava tão mais, porque não esperava mesmo, mas não é só a primeira impressão que conta, a última também – e essa deixou um gostinho amargo na boca do seu público.

O conflito entre os cavaleiros de ouro terminou com o Aioria não conseguindo se perdoar, afinal, ele não conseguiu derrotar o Saga, pelo contrário, só o fortaleceu e o ajudou a se tornar um Deus – ou a achar que é um. Porque sim, o sorrisinho dele antes do final aponta que o trambolho que sustentava o templo absorveu o cosmo dos cavaleiros e só o fortaleceu. No final, diria até que ele saiu vitorioso.

Mas o anime em si não ganhou nada com isso. A luta entre cavaleiros poderosos que poderia ser um pouco empolgante, ao menos um pouquinho, dependeu muito dos golpes que nós sabemos que são animação reaproveitada – todo anime sistemático como Cavaleiros faz isso, então nem reclamo –, e em nenhum momento empolgou.

A indignação do Aioria eu até entendo, mas a falta de evolução na luta não ajuda. Foi como se ele não tivesse conseguido chegar a lugar nenhum com aquilo; o mesmo servindo para o Miro. O Saga que saiu “por cima da carne seca” ao ter conseguido manipular os dois.

Aioria não fez justiça pelo irmão, Aioria não fez nada.

Deixando os homens de lado, as Saintias partiram para onde a Éris estava e além de terem se reunido meio que do nada e de terem compartilhado uma luta, sendo que uma surgiu ainda mais do nada e a outra era até bem pouco tempo atrás uma inimiga, protagonizaram ataques muito mal animados, os diálogos mais chatos do anime e uma enrolação sem fim para chegar aonde? Lugar algum. Novidade?

Pela primeira vez as cinco prometidas protagonistas – ou a protagonista e suas quatro secundárias de luxo – se reuniram e isso não foi como na série clássica, a qual – tanto em anime, quanto em mangá – apresentou um desenvolvimento adequado do grupo pelo menos no que diz respeito ao seu dever.

É incômodo como a coisa não flui, a Katya e a Elda parecem ter entrado de penetra e toda a situação é medíocre demais, arrastada demais, em alguns momentos parece uma conversa entre amigas, e isso não era o que um clímax como esse deveria entregar.

Quando convidam umas minas desconhecidas pro rolê e vocês já viram mais que amigas, friends.

Felizmente elas repetem a sequência de golpes de novo e de novo e uma hora encaixa, a Saori é liberta e a Shoko, vendo que a Éris se fortalecia com os golpes que elas desferiam, teve uma ideia das boas; ainda que toda a cena tenha sido “estranha”.

Ela traiu sua carteirinha do fã clube do Seiya e deu uma de fanboy do Shiryu, só que fez strip-tease enquanto tirava a armadura e isso foi engraçado. Era para ser engraçado? Não sei, mas que ri eu ri.

A ideia foi boa porque evitava o conflito que estava prejudicando os cavaleiros de Athena e serviria como a última(?) tentativa da imouto de resgatar sua onee-san. Okay, a Éris reagir daquele jeito foi estranho, mas eu nem reclamo disso, e sim da Shoko ter aceitado a Deusa dentro de si para acabar com ela e ter conseguido ao menos não ser dominada.

Eu gosto do jeito moleca da Shoko. Vou sentir saudades dela, confesso…

Que Deusa mais fraca, né? Pior que a Éris foi assim o anime todo; por exemplo, não tinha qualquer Dríade mais poderosa ao lado dela; então não sei se acho toda essa situação tão forçada assim, mas se ela não foi, isso remete a outro problema: a relevância dessa “guerra” contra a Éris em si. É, Saintia Sho é uma história paralela, eu sei, mas não poderiam ter arranjado uma inimiga melhor para elas – que também não são lá grande coisa – não?

Porque tirando a Shoko ter conseguido peitar o Rigel, o que qualquer uma das outras fez contra um inimigo poderoso? Valia inimiga também, mas a loli espichada de Malícia, que perdeu em um golpe, podia ser considerada essa grande rival? Não.

Então, no fim das contas, Saintia Sho continuou sendo uma historinha bem secundária que em muitos momentos não parece tão irrelevante assim, mas na verdade é. Arrumaram inimigo novo no final de um anime que nunca deve ter continuação, sendo a inimiga primordial uma carta ainda não fora do baralho. O mangá continua e nele Éris não “padece”.

Aliás, eu poderia caçar meus volumes do mangá aqui para apontar os defeitos da adaptação, e até os acertos, mas não vejo porque. Tendo você lido ou não, encare o anime como anime, uma adaptação que foi fiel em alguns pontos e original em outros – um bocado nesse episódio –, mas não se desviou da proposta em nenhum momento.

Mas que bom que ela ao menos salvou a irmã, só questiono a forma… mas é, salvou…

Garanto a você que foi este o caso, e se o roteiro foi ruim, culpe o mangá, pois a base toda veio de lá. Se a parte técnica foi ruim, culpe o estúdio e a decisão equivocada de fazer um anime experimental – que não é experimental porcaria nenhum, só tem animação pífia e outros defeitos de produção – rushando um mangá que, por mais dinâmico que seja, carecia de mais tempo para desenvolver as principais personagens, qualquer coisinha sobre elas e solidificar o grupo. Aliás, não é só o mangá que merece a culpa pelo roteiro fraco não, afinal, podiam ter melhorado isso.

E sim, o mangá já está na reta final. Custava demorar um pouquinho mais para produzir um anime de dois cours e fechar a história? E com uma equipe de produção mais qualificada como foi a de Soul of Gold? Senão qualificada, mas com mais recursos para fazer mais e melhor.

Eu acho as lutas do mangá aquém do mangá original ou do Lost Canvas, por exemplo, mas por que o anime deveria ser assim se a série clássica de Cavaleiros pegou o mangá, riu e foi muito melhor em praticamente tudo? Isso não consigo entender, ou consigo, mas, honestamente, que se danem os machistas que resolveram fazer um anime de reafirmação feminina com toda a má vontade do mundo! Porque Saintia Sho foi isso aí!

Ares, o Deus da Guerra?

Ademais, só tenho a comentar que pelo menos eu gosto da amizade da Saori com a Shoko, da forma exaustiva que usaram a dobradinha delas nem tanto, e de como as Saintias lutaram não apenas pela paz na Terra, mas também para proteger aquela que também as protegia, que era mulher e também compartilhava com elas um destino cheio de provações.

A identificação e até a mensagem subliminar – ainda que nem tenha sido exatamente isso – de que mulher deve ajudar mulher me agradou muito, pois, na sociedade machista em que vivemos, se as mulheres não se apoiarem – não protegerem umas às outras – ninguém garante que algum homem fará isso por elas.

Uma amizade dessas bixo, é pra se guardar no lado esquerdo do peito! 

Na verdade, mulher não precisa de homem para isso, ou não deveria e cada vez mais não está precisando. Por outro lado, faltou mais do anime no que tece a força da mulher, não só nas lutas – mas bastante nelas, afinal, isso anda é battle shounen –, mas no sentido de que elas não devem depender demais dos homens para tudo – o que é o caso delas ao não derrotarem inimigos mais fortes, principalmente homens, e terem que receber a ajuda dos cavaleiros de ouro a toda hora.

É, eu acabei enrolando demais, mesmo quando afirmei que seria mais sucinto. Fazer o que, eu gosto de Cavaleiros, só não curto quem tenta vender algo que não é entregue, e nesse caso, esse anime fica no máximo no meio do caminho. Em uma vindoura resenha o redator responsável por ela – provavelmente eu, porque Cavaleiros foi o que me fez estar aqui – irá fazer mais considerações sobre a série como um todo. E o final chega para todos, né? Adeus Saintias, só devemos nos reencontrar no mangá. Se você é muito fã, indico que leia, se não for, não. Até mais!

E você, já sentiu o cosmo?

  1. Danilo Cassio Da Silva Costa

    A adaptação de Saintia Sho foi marcada pela absoluta falta de vontade! Parecia que a Toei nem queria fazer, tanto que apesar de produzir, quem animou foi o estúdio Gonzo.
    É absolutamente impossível mesmo para os fãs fazerem algum tipo de defesa. Sobre esse último episódio, que trollagem foi essa fazendo o Saga se dar tão bem! É só um das múltiplas situações no mínimo esquisitas que houve durante toda a adaptação. A conclusão é simples: Saintia Sho não vai deixar lembranças infelizmente pq a Toei o sabotou de má vontade.

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