Kabukichou Sherlock – ep 6 – Eu posso voar!
Tivemos novamente mais um daqueles episódios introdutórios sobre os personagens. Já está ficando chato. Está mais parecendo uma tentativa de cobrir episódios, pois realmente não há a necessidade de contar o passado da maioria desses personagens. Principalmente quando não há um conteúdo a ser passado. Como é o caso desse episódio. No fim, o anime parece estar girando em círculos, como um cachorro atrás da própria cauda, sem chegar a lugar algum.
Mas eu entendo que essa foi uma escolha. E sinceramente, nunca serei contra desenvolver os personagens com calma. Mas apresentar não é o mesmo que desenvolver. As apresentações fazem sentido, mas os desenvolvimentos são ilusórios. Os personagens não mudaram na prática. Portanto, é certo ver cada caso separadamente. Como o desse episódio.
Nele, Kobayashi acaba reencontrando um “amigo” do passado. Por algum motivo, não me pergunte qual, esse maluco estava tentando cortar o sol. Enfim, gente maluca nesse anime tem adoidado, inclusive não sei nem por que me impressionei com as maluquices desse episódio.
O passado de Kobayashi até que é interessante. Pois ele ser um antigo membro de gangue, tendo justamente como fraqueza um coração bom, dá um tom cômico e profundo a sua personalidade. Ele e todos a sua volta não tinham ambições, viviam à deriva, e por isso que ser arrastado pelo seu meio foi natural a ele. Mas ele não era como o seu meio, ele era uma pessoa que almejava algo.
E é aí que o anime traz o ponto principal desse episódio. Os sonhos, desejos, ambições, etc. Ou seja, aquilo que você quer ser. É curioso como quem faz os questionamentos sejam justamente crianças. Mas que ao decorrer do episódio essa mesma coisa é almejada por Kobayashi. Ou seja, é a criança dentro dele quem deseja isso, e não o adulto corrompido.
As crianças de Kabukichou são peça importante desse episódio. Como todos já devem ter percebidos, crianças não são criaturinhas lá muito confiáveis. Na verdade elas são verdadeiros gênios em se meter em encrenca.
E exatamente isso é o que acontece. Elas acabam em encrenca e Kobayashi é arrastado junto. Mas ao mesmo tempo ele se culpa por isso, já que esses caras são responsabilidade sua, são partes de seu passado e portanto é seu dever lidar com eles.
Entretanto, Kobayashi é extremamente ingênuo e precipitado. Parando bem para pensar, não é tão estranho de que justamente no episódio sobre ele tenha sido dado tanta atenção para as crianças. Claro, essa também é uma forma de aprofundar simultaneamente um outro grupo de personagens. Mas há algo a mais.
Se você parar para pensar, verá que em certo sentido o próprio Kobayashi é uma criança. E a semelhança fica mais claro, quando se olha justamente para as crianças de Kabukichou. Já que elas também são influenciadas negativamente pelo seu meio. Ele é completamente irresponsável, tem um coração bom, mas é influenciável. Enfim, ele é imaturo. Tal como as crianças.
Mas foi legal ver a relação dele com aquele mangaká. Pois ele não fez aquilo por pena, ele fez pois o reconheceu. E então eles claramente tiveram uma conexão, uma amizade sincera. E o desfecho, com a publicação do mangá onde o próprio Kobayashi fazia parte, foi sem dúvidas justíssima.
Agora, qual foi a daquela cena do cara voando? Meu deus, aquela cena foi tão ridícula, mas tão ruim, que eu simplesmente não consigo leva-la a sério. E veja, se eu não posso leva-la a sério, como é que eu posso critica-la? Ela é tão estúpida que se torna incriticável.
Aliás, o que raios o Sherlock fez esse episódio inteiro? Alguém aí conseguiu pensar em algo? É, nada, ele não fez nada. E veja que o anime leva o seu nome no título.
Sem Sherlock, sem mistério. Temos um anime de mistério, onde simplesmente não tem mistério! Nem investigação, nada. Esse foi um episódio com comédia e com drama. Mas perceba, ele teve esses elementos, mas não é um drama ou uma comédia. Ele é um nada, um nada muito bem recheado. Um recheio de drama, uma cobertura de comédia, e pronto, o episódio está servido. Bon Appétit!
Esse no final das contas foi outro episódio sem graça. Foi fraco, muito fraco. Foi tão fraco que cogito que este seja o pior episódio até aqui. Foi chato, meio inútil, e como já dito, não tem conteúdo algum. Um episódio vazio e inútil.