Sword Art Online: Alicization – War of Underworld – Kirito vegetal salvou a temporada
War of Underworld já é melhor que qualquer arco em que o Kirito é protagonista só pelo fato dele ser um vegetal nesse. Estou sento maldoso, eu sei, mas o autor de SAO é maldoso quando recorre a estupros e mais estupros e a subutilização da figura feminina e ninguém diz nada, né. Então eu posso ser um pouco maldoso sim, por que não?
War of Underworld foi a maneira que o autor encontrou de estender o arco porque o final com a vitória do Kirito sobre a Administrator era muito ruinzinho até para os padrões de SAO. Enfim, é hora de SAO no Anime21!
A morte do Eugeo e a aproximação com o Kirito só serviu para iludir a Alice e aumentar o harém do herói. Toda a instabilidade dela e a clara paixão que desenvolveu por ela dizem respeito a ela, mas dizem mais respeito a ele, a necessidade de TUDO em SAO gira em torno do Kirito.
Apesar de que essa extensão de arco até que se vira bem sem ele, mas se formos pensar bem, ela só existe porque o Kirito foi convenientemente “incompetente” para cumprir seu propósito naquele mundo, o que não vai impedi-lo (pelo contrário, irá motivá-lo) de se erguer na hora H para resolver a p*rra toda!
E dá para levar a sério o conflito interno da Alice, ainda mais com o Kirito estando no modo vegetal que está. Assim dá para levar a sério qualquer coisa Meu problema não é com ele, mas com a mania irritante do autor de perder a mão com o personagem ao longo da narrativa.
Eu entendi que essa temporada era para ser da Alice, mas no final dela não consegui vislumbrar muito de uma evolução, no máximo percebi que ela se apaixonou pelo Kirito e se preocupa com seu mundo. Mas ela em algum momento parou para questionar sua própria existência? Tempo ela teve, se teve para se preocupar com o crush.
Deixando a porcaria do Kirito e os outros de lado, queria ver ela se preocupando consigo mesma, e é só assim que eu conseguiria enxergar um bom trabalho de construção da personagem. Em algum nível, ainda que de forma diferente, eu vejo isso na Konno Yuuki e é também por isso que adoro tanto a personagem.
Enfim, o vilão que arranjaram conseguir ver a “alma” das pessoas deixando o corpo quando elas morrem é uma tremenda de uma bullshit. Nada inesperado vindo de uma obra como SAO, né? Mas sabe o que me incomoda mais? É que ele e seus capangas caem na história de para-quedas e muito convenientemente se encaixam nela.
É um anime, eu sei, essas coisas vão acontecer. Mas se é assim, por que não ter trazido esses personagens a trama antes? Um deles ter uma rixa com a Asuna é só uma forçação de barra, não muda o fato de que o outro ver a “alma” saindo do corpo é super idiota e nem que eles parecem tudo, menos profissionais, ao deixarem interesses pessoais tomarem a frente na missão.
Até os adultos em SAO são uma piada. Aliás, talvez sejam eles a maior piada de todas. E o grupo criminoso que existe desde o primeiro jogo só serviu para colocar o Kirito nessa situação mesmo? Espero e acho que não, mas algum envolvimento dele na sabotagem ao Underworld já poderia ter ficado clara, se for esse o caso.
Até agora nada, mas uma hora esse grupo vai cruzar o caminho do Kirito de novo e você aposta quanto como ele vai enquadrá-los de jeito pelo que aconteceu no primeiro episódio de Alicization?
É do Kirito que eu estou falando, do garoto que confundiu completamente a linha entre o real e o virtual e ainda assim, ainda sendo um desequilibrado que precisa de ajuda, é capaz de influenciar o rumo de um embate de proporções astronômicas e consequências imprevisíveis.
A guerra se desenrola e não vou perder tempo comentando os mini-arcos dos cavaleiros do Axioma que aparecem. Eles não são de todo maus, nem de todos bons (assim como é com as lutas), prefiro exaltar a química entre o pugilista e a esgrimista, que me cativou e meio que comprova o que acho do autor.
Reki é melhor em tiro curto, seja com personagens secundários ou com arcos bem pequenos (ainda que Calibur seja bem qualquer coisa). A história de vida da esgrimista não me conquistou, mas a interação dela com o pugilista, a forma como se complementam, sim. Uma pena que não tiveram mais tempo de tela.
Por outro lado, a “rebelião” dele ao desafiar as ordens do Imperador Vector foi algo bem legal. Foi bom ver os seres do outro lado fazendo o mesmo que a Alice, o problema é que duvido muito que esses personagens, que não me parecem tão distantes assim da “perfeição” que é a Alice, saiam vivos dessa…
Tocando a carroça, é claro que a Asuna apareceria para se envolver no problema, só demorou demais, assim como o Kirito só apareceu para roubar a cena em um momento bem avançado do estupro. Tudo bem demorado, arrastado, feito para gerar expectativa e, honestamente, aproveitar ela muito mal.
Ao menos a princípio, é mais relevante a luta da Asuna pelo macho dela do que a discussão do problema daquele povo. Tudo bem que depois há a reunião de guerra, mas a preocupação ainda se volta demais para o Kirito.
Será que ela está preocupada que ele possa tê-la traído dentro desse mundo virtual? Em nenhum momento ela passou recibo, mas ignorar isso seria um atestado de que eles são um casal de faz de conta. Ao mesmo tempo em que é complicado ela se chatear com isso porque ele “convenientemente” não se lembrava de nada, né…
No final, a Asuna pode não ser corna de verdade e isso só se tratar de brincadeira do telespectador, mas essa estabilidade toda dela e do Kirito não chega a dar nos nervos? O Kirito ja é a porcaria que é e a Asuna não é carismática, custava fazer os dois parecerem um casal mais palpável, mais “humano”?
Custava, isso atrapalharia o harém, essa sensação cômoda de que qualquer garota pode se aproximar do Kirito e se ver ao lado dele, ainda que ele tenha namorada, porque ele nunca faz nada para cortar as esperanças do outro lado, mesmo que também não dê exatamente em cima de ninguém.
A união do harém do Kirito foi o tipo de situação que só existe para deixar a otakada morrendo de inveja do gostosão de tão ridículo que foi ver um bando de beldade zanzando em volta dele como se fossem abelhas atrás de mel.
Tudo bem que ele tinha sua proximidade com as quatro, mas caramba, né, o povo no meio de uma guerra e as garotas dando conta de macho é uma coisa que não consigo não taxar como patética.
Ainda mais quando ele sequer pode fazer qualquer coisa. Nem falo de atacar elas nem nada, mas de conversar mesmo, passar sua “sabedoria” para as donzelas e assim “encantá-las” ainda mais.
Agora é melhor eu comentar a polarização formada entre os sequestradores e o grupo do Kirito, ambos tentando usar jogadores online como gado de manobra. Okay, um é o lado bonzinho e o outro mauzinho, mas no final das contas essa narrativa existe apenas porque o Kirito é o herói. É apenas por isso.
Ele e a Azuna são críticos da ideia de manipular inteligências artificiais para a guerra, mas mesmo assim ajudam os japoneses e eu reconheço que eles não têm saída nessa situação, é melhor do que deixar a loirinha medieval cair nas mãos dos americanos, mas perder essa crítica de vista que é o problema.
Influenciar outras pessoas a se envolverem nisso também é algo que eu questiono. Sei que os amigos deles meio que foram forçados a isso, mas não parece só uma vontade de bagunçar ainda mais a coisa quando a gente sabe que o gado de manobra vai ser só isso mesmo, não deve fazer diferença significativa na trama?
Acho a linha que o autor traça entre o real e o virtual meio dúbia, além de não saber escrever assim tão bem as situações em que os dois se bagunçam.
Matar alguém no jogo e depois na vida real era uma volta muito longa a dar ao meu ver, idiotice mesmo, mas naquelas circunstâncias dava para se forçar a entender. Apelar para o discurso de que o virtual também é real no desespero é só conveniência tosca.
Mas é claro que vai dar certo, é do Kirito e de seus amigos que estamos falando, vai dar tudo certo sempre, e se parecer que não vai dar certo é porque ainda não acabou.
O prosseguimento da batalha não tem nada digno de nota. A animação e a trilha sonora continuam de primeira, só gostaria de poder dizer o mesmo do roteiro, mas é SAO, aí também já seria pedir demais…
Menos mal que o Kirito só vegetou essa temporada, isso já melhorou muito o quadro geral da coisa.
Eu sei que taquei o sarrafo, mas no geral me diverti com o que eu vi e não achei ruim para valer como foi a primeira temporada. Tem menos problemas, apesar dos problemas serem inevitáveis a SAO.
A entrada triunfal da Sinon foi legal, mas eu sei que ela só rolou porque ela ficou com medo de ser dispensada do harém. A lista de rivais aumentou, ainda que logo deva diminuir de novo…
E cadê a Suguha? Não deu para fazer o escaneamento dos peitões dela? O fim desse cour não foi o fim narrativo de nada mesmo, apenas a necessidade de desafogo da produção, então não vou reclamar desse final que não é final de coisa alguma. Seria buscar problema onde não tem.
A entrada triunfal da Leafa com seus melões mágicos (que somem quando a produção quer) deve rolar no comecinho do cour seguinte e derradeiro. Mal posso esperar por ele, quero que Alicization acabe logo.
Algo a comentar sobre a entrada da arqueira ex-pistoleira ou o sequestro da loirinha? Honestamente, não. Algo mais a comentar sobre o cour? Ele conserva as qualidades de produção praticamente inerentes a SAO, tem um ou outro bom momento de personagem, um ou outro (ou vários deles, para ser mais exato) momento ruim e muitos pontos questionáveis. Como sempre.
Em compensação, não há Kirito, aquele que sempre traz a solução, mas não dá paz a qualquer opinião minimamente sensata sobre a obra. Só que, apesar disso, ainda fazem questão de aqui e acolá lembrar ao telespectador que ele é um ponto relevante na trama.
Amigo(a), o arco todo se virou muito bem sem ele, melhor sem ele, eu diria. Nunca vai existir arco melhor de SAO em que o Kirito ainda se faça bastante presente. Só no caso dele estar nesse estado vegetal, então a gente tem que aproveitar, né. Próximo arco a alegria acaba e o herói pela-saco está de volta.
Até a próxima!
Pedro
Uau inspirado/a