Nos últimos anos várias obras com a temática Isekai vem sendo lançadas. É quase como se a indústria quisesse nos fazer engolir montes desse tipo de obra, ainda que muitas vezes as diferenças sejam ínfimas. Para mim isso não é exatamente um problema pois eu gosto desse tipo de proposta e apesar de ter escrito tudo isso, Imawa no Kuni (ou Alice in Borderland ) passa perto ao mesmo tempo que longe de ser um isekai. Sim, é um pouco confuso mas eu irei explicar melhor sobre isso. Ah, e se você quiser nós temos algumas listas de obras com a temática isekai como essa bem aqui.

De início precisamos definir ou relembrar o que define uma obra como isekai. O termo se refere às obras que se passam em outro mundo, seja ele virtual, fantasioso ou o que quer que seja. Por isso, Imawa é sim um isekai, ainda que não se apresente como um ou tenha os elementos que uma obra do tipo teria. Aqui não temos um perdedor que é invocado para se tornar um herói, um harém disponível para o protagonista ou uma situação onde ele finalmente vai ter uma vida boa (independente da sua definição). Nessa obra temos três jovens rapazes que são mandados para uma espécie de outra dimensão e lá, terão que participar de “jogos” mortais para sobreviver.

Em um conjunto de 3 OVAs, a adaptação nos trás um pequeno aperitivo daquilo que o mangá deve conter. Sim, nesses três episódios temos uma espécie de explicação na prática de como esse mundo funciona e o que o protagonista vai enfrentar dali em diante. São três bons episódios que conseguem trazer tensão sobre a situação para você, que está assistindo. Aliás ao menos isso ocorreu comigo pois eu não havia pesquisado absolutamente nada sobre a obra e por isso, ficava difícil saber ou prever o que poderia acontecer.

Inclusive a obra me lembrou um pouco Gantz, simplesmente por trazer um protagonista que não curte muito a sua realidade (ainda que ela não seja tão ruim assim quanto ele imagina) e o faz valorizar mais certas coisas da vida após ver a situação em que se meteu. Pegue os elementos de estar numa dimensão diferente, tendo que enfrentar alguma situação aterradora (no caso de Gantz são alienígenas e em Imawa, jogos) e jogos complicados e você saberá o que esperar. 

É uma obra que você não pode se apegar aos personagens pois eventualmente eles vão morrer, basicamente isso. Por outro lado, os personagens não são grande coisa, ainda que sejam interessantes, pois não há um desenvolvimento decente o suficiente para que você tenha uma opinião formada sobre cada um. O protagonista é um exemplo disso, pois ele não é burro, mas também não chega num nível onde tem sangue frio para cumprir seus objetivos. É fácil classificar ele como um garoto normal que pode ter sim potencial, mas precisa amadurecer antes que seja morto.

Já na parte técnica a obra é normal. Sem grandes cenas animadas ou um show de horrores, a adaptação consegue trazer um nível legal que te deixa aproveitar a história (ou talvez a história não te deixe perceber possíveis erros?). Inclusive a obra não é tão nova assim, tendo seu mangá iniciado em 2010 e esses OVAs em 2015. E falando do mangá ele possui 87 capítulos presentes em 18 volumes. 

Por fim, vale destacar que a obra vai receber uma adaptação da Netflix no ano que vem. Será um lançamento mundial e eu estou bem curioso para saber o que vai sair disso. O diretor responsável é o mesmo da Live Action de Bleach e de outras obras com adaptações decentes. Enfim, resta saber como vão fazer com algumas cenas um tanto quanto pesadas no que diz a violência ou mais puxadas para o lado sexual.

No final das contas os três OVAs são uma boa pedida caso você queira uma história legal, eletrizante e curta. Por não ter um final e simplesmente ir direto ao ponto, Imawa pode desagradar algumas pessoas, mesmo que a solução seja ler o mangá. Então é isso, nos vemos novamente para tratar sobre essa obra quando a Live Action lançar no ano que vem (se não atrasar).

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