No meio de tantas invenções antropomórficas idealizadas pelos japoneses, eis que agora temos o prazer de desfrutar da companhia das garotas ferroviárias. Com os mais variados estilos, personalidades e funções, elas aparecem para afirmar a sua importância dentre os meios de transporte na era moderna. O quão produtivas e eficientes se mostrarão essas simpáticas figurinhas?

Derivado de uma visual novel chamada Maitetsu, o anime conta a história dessas “garotas trem” no país de Hinomoto – uma espécie de Japão fictício ou paralelo -, que após um período de guerra, experimenta o desenvolvimento tecnológico e em consequência abandona as ferrovias gradualmente.

Pelo pouco que já pude observar, a história do jogo difere um pouco da adaptação, a começar pela existência de um protagonista masculino que aqui não apareceu e não deve fazer falta, além do objetivo final das “Raillords” de sobreviverem ao avanço.

Algo que achei curioso na concepção delas, é que as mesmas não são exatamente os trens, elas são módulos humanóides que são combinados a eles para comandar e fazer tudo o que for necessário – incluindo consertos -, fugindo um pouco do padrão da coisa aleatória ser o humano diretamente.

Voltando ao foco da estreia, inicialmente você já tem a impressão de que o anime não ultrapasse a linha do garotas fofas fazendo fofices por aí, porém a condução do episódio me faz acreditar que há potencial para um pouco mais do que isso.

Existe uma intenção central e é fácil comprar a problemática delas, a partir do momento que se entende que elas serão banidas para sempre, se continuarem em desuso e portanto desativadas. Há aqui um propósito para mover se mover a história, além da comediazinha boba que predomina nesse gênero.

Apesar de se concentrar em apresentar todo o elenco de vez e superficialmente, a obra entrega uma introdução legal, que situa rapidamente todo o universo do enredo, pontuando o necessário sobre seu lado informativo nessa temática dos transportes e me levando a concluir que isso não deve passar batido, mas sim aproveitado no que as protagonistas farão – e eu espero que assim seja, por favor.

Outra razão pela qual tive essa impressão, é justamente pela direção de Hirasawa Hisayoshi – mesmo diretor de Yatogame-chan Kansatsu Nikki -, o que também explicou a sensação de familiaridade que tive com o estilo narrativo do anime.

Talvez por ter um teor mais fantasioso, ele acabe não conseguindo reproduzir o mesmo resultado cultural de Yatogame-chan, porém acredito que os elementos para fazerem dessa obra um passatempo divertido e igualmente instrutivo estão ali, bastando só usar.

Penso que destrinchar um pouquinho dessa coisa das diferentes linhas ferroviárias e trens seria bem bacana de ver, ou mesmo numa hipótese mais bobinha, caso não foquem nesse elemento, ainda há chance para explorarem o próprio cenário criado, ao trabalhar a interação entre o grupo das Raillords – afinal a própria temática sugere essa variedade geográfica.

Pouco acontceu nesse primeiro momento e não pudemos ver muito do jeito de cada uma das meninas, mas posso dizer que todas são simpáticas e divertidas, vendendo bem o seu peixe a quem quiser dar uma chance a esse curta. Por sinal, o charme delas é um mérito da produção que está redondinha para os padrões, com uma animação ok e um design bonito que soma.

Enfim, realmente acho que Rail Romanesque tem os ingredientes para agradar qualquer um na simplicidade, sem gastar muito do seu tempo e quem sabe até ensinando uma coisinha ou outra. Então espero que assim como eu, você queira embarcar na jornada dessas figurinhas rumo ao sucesso.

Agradeço a quem leu e nos vemos na próxima!

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