A Nana pode não ter um poder sobrenatural, mas está bem acima da média de intelecto de um ser humano. Ela deu mais um show dessa vez, mas garanto a você que seus crimes não são perfeitos, ainda que isso não diminua seu brilhantismo. Nem um viajante do tempo pode escapar de uma mulher ardilosa!

Foi interessante ver o ponto de vista do outro lado da moeda logo no início do episódio, o qual pode até não trazer o público para o lado da Nana, mas certamente tem que fazê-lo se questionar sobre a ameaça representada pelos talentosos, pois tudo inicia com eles; que podem ser a cura, mas também são a causa.

Só queria entender exatamente como o potencial de mortes provocadas é medido, imagino que exista um método científico por trás, afinal, não seria estranho que, por exemplo, exista outro talentoso com o poder de pular no tempo e ele tenha visto o estrago que os talentosos causaram. Mesmo que não seja isso, é bem factível pensar nos jovens como um perigo dado o que é dito sobre eles e como podem ser devido aos seus poderes.

Tudo gira em torno do poder, o poder depositado em mãos erradas, incapazes de separá-lo de tudo que há de ruim na criatura humana. Ainda assim, é inegável que assassinar jovens a sangue frio é bastante extremo, mas quem garante que essa é a primeira medida tomada e que uma forma diferente de lidar com a situação seria viável? Não estou aqui defendendo os extremistas, só tentando pensar no contexto.

A explicação para o que a Nana faz certamente ainda é meio rasa, contudo, é um ponto de partida válido. Ainda tem muito episódio pela frente, então devemos entender melhor como ela chegou até aquela escola. Aliás, como ela se tornou alguém tão qualificada para o serviço mesmo sendo tão jovem e não tendo um poder sobrenatural. Outra coisa que questiono é ela atuar sozinha. Seria ela descartável?

Além disso, como não detectaram a veracidade de seu poder? Será que existem traidores entre aqueles que cuidam das crianças talentosas? É bem provável que sim, porque se tem uma coisa que parece frágil na narrativa que a Nana construiu em torno de si esta é a sua habilidade. Você deve ter notado como ele evita ao máximo “usar” sua leitura de mentes e quando usa geralmente fala de coisas vagas ou previsíveis.

É claro que são previsíveis para alguém com a capacidade de observação e raciocínio rápido dela, o que os colegas não imaginam dada sua fachada de garota alegre e até meio bobinha. É por isso que vejo na Nana muita capacidade para executar a missão para a qual foi atribuída, mas é inegável que os colegas que ela visa dão muitas brechas para seus planos. A única exceção deve ser o Kyouya, que também precisa ser cauteloso.

Pois, pense aqui comigo, se ele se expor demais pode correr perigo, afinal, não sabe do que ela é capaz, se ela é a traidora e nem se está agindo sozinha. Imagino que suas desconfianças aumentem com o sumiço do segundo aluno que teve mais contato com a Nana, o que praticamente sepulta as chances dessa estrutura se repetir por muito mais tempo. Ela vai dar muita bandeira se continuar escolhendo um alvo e o executar rapidamente.

O modus operandi dela pode ficar muito na cara com uma repetição constante. Outro detalhe que me incomoda um pouco é ninguém mais ir comer naquele local em que ela assedia seus alvos. É como se todo aluno frequentasse o espaço em horários diferentes para estar lá sozinho e dar espaço a um avanço dela. É muito conveniente, até idiota, para uma trama que é bem bolada.

Enfim, o Kyouya se aproxima da Nana e do viajante do tempo Shibusawa e ela precisa dar uma virada na narrativa para evitar ser pega no pulo, o que ela faz rapidamente e com alguma destreza, mas não de forma exatamente genial. Isso deixa bem claro que ele pode sim encurralar a Nana, que nenhum dos planos dela deve ser tão perfeito que não a faça passar por alguns riscos.

Além disso, repito, seu “poder” é muito frágil, a partir do momento em que alguém passar a desconfiar que na verdade ela não tem poder algum não deve ser impossível desmascará-la. Para evitar isso ela vai ter que explorar ao máximo suas capacidades de observação e dedução, além da capacidade de improviso, a qual salvou sua pele várias vezes nesse episódio.

Como em praticamente toda história com personagens que têm super poderes, o Shibusawa tem algumas limitações de uso de sua habilidade de voltar ao passado e isso ajuda a Nana, além das incapacidades do garoto não relacionadas a isso. O plano dela dá certo por fatores que vão além de seu domínio, mas não duvido que ela seria capaz de preparar outro ótimo plano, afinal, ela é a inteligente ali, e quase todos os outros são meio idiotas.

Talvez ter um poder especial os façam se sentirem demasiadamente confiantes? Além disso, a Nana se aproximou de garotos nesse começo, jogando charme para eles por baixo da fachada de garota fofa e alegre que ela usa, então entendo que tenham caído feito patinhos na mão dela e ela tenha matado os dois sem que notassem de onde a pancada veio, mas espero maior “resistência” ao longo do anime.

Por fim, foi um episódio tão bom quanto o primeiro por motivos diferentes, foi bem mais legal ver como a Nana pensa e se adapta as adversidades, mas ao mesmo tempo o fator surpresa contido na estreia não pode ser ignorado. Inclusive, digo que aquele choque é ainda mais delicioso de sentir em um anime. Eu já esperava por ele, mas para quem não sabia nada sobre a obra deve ter sido bem satisfatório.

Entretanto, nem tudo são flores e ao longo do texto dispus algumas ressalvas sobre o que é apresentado. Mesmo que tente ver esses pontos sobre outro prisma, ainda assim, é inegável que Talentless Nana não e perfeito, mas o que é? Não teria graça se ela dominasse a narrativa de cabo a rabo, nem que o anime não tivesse por onde melhorar já no segundo episódio, né?

Esse é sem dúvidas um dos animes mais interessantes de comentar nessa temporada de outono de 2020 e você poderá acompanhar minha cobertura dele aqui no blog. SInta-se a vontade para tirar alguma dúvida ou expor seu ponto de vista, seja ele divergente ou não.

Até a próxima!

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