Depois de um ano após o desastre, Rudeus finalmente encontrou-se com alguém que conhecia. Seu pai, Paul, está na mesma cidade que ele e o reencontro não foi dos melhores, sendo isso foi o menor dos problemas.

Tanto Paul quanto Rudeus não são o melhor dos exemplos para se seguir e eu poderia listar muitos motivos para isso com certa facilidade. Mas aqui, vemos uma discussão bem complexa onde cada lado tem seus prós e contras.

Logo de cara, não acho justo classificá-los como inocentes, afinal, ambos erraram e discutir quem errou mais é inútil (apesar de ser impossível ser imparcial aqui). Sim, é contraditório mas quando você parar para pensar em tudo o que envolve essa situação, percebe algumas coisas.

Rudeus sempre foi uma criança muito acima da média e isso é inegável. Não importa a situação, ele era melhor que qualquer criança e batia de frente contra muitos adultos. Isso por si só justifica e muito bem a bronca do Paul.

Convenhamos, pensar que outras pessoas poderiam ter sido afetadas era o mínimo. Aquela explosão não era nada normal (por muitos motivos) e ele jamais saberia a sua verdadeira extensão.

Tudo bem que ele estava focado demais em voltar para casa e entregar a Eris sã e salva, mas como ele mesmo revelou no episódio 16, fazia muito tempo que não escrevia uma carta para seu pai.

Ou seja, Rudeus pecou no excesso. Focou demais em um ou dois objetivos primários e não parou para analisar a situação da maneira correta. Mudaria alguma coisa? Provavelmente não, mas a tentativa já seria muito importante.

E se por um lado temos uma criança (guarde esse detalhe) que se envolveu numa situação absolutamente maluca, do outro temos um adulto com expectativas além da conta.

Entendo a crença do Paul sobre o Rudeus. Mas esperar que ele fosse ter um pensamento analítico como a situação exigia é no mínimo irresponsável e inocente. Rudeus era superior às outras crianças, mas tinha suas imaturidades e seus pontos para melhorar. Aliás, o Geese explicou com louvor o quão errado estava o nosso querido Paul.

O que mais me chamou a atenção acabou sendo a frase: “você queria um filho com olhar morto e partes do corpo faltando? Comece comemorando que vocês estão vivos”. No final, é sobre isso, od entre mortos e feridos, os dois estão ali, salvos e com condições de ajudar os outros que estão mundo afora.

Se exceder da forma como fez e crucificar um garoto por não fazer o que ele achava que deveria ser feito é tosco. Não faz sentido colocar um peso tão grande nas costas de um garoto e achar que está tudo bem. E sim, é fácil de entender sua emoção naquele momento, apesar de tudo.

E sim, você pode pensar que apesar de ter o corpo de um garoto, o Rudeus tem seus mais de 40 anos na verdade. Mas sejamos francos: é a mesma coisa que nada. O Rudeus da vida passada não é um adicional tão útil assim e todo mundo sabe disso.

Ele é mais maduro para algumas coisas (pervertidas, principalmente), mas é péssimo em relações interpessoais e na primeira grande dificuldade da vida dele, aceitou a derrota e ficou na mesmice.

No final das contas, também não podemos esquecer que os dois (e provavelmente todo o resto das pessoas) sofreram muito com o ocorrido. No episódio 17, por exemplo, vimos um pouco da perspectiva do Paul e o quanto ele sofreu e sofre com o que aconteceu.

Não só isso, como também o trabalho que ele fez em prol de todos. É realmente louvável o trabalho desenvolvido ali e a forma como ele encarou a situação, afinal, ele segurou tudo para si e vem criando a Norn da melhor forma possível.

Enfim, o que eu quero deixar claro aqui é que não temos vítimas e nem vilões na situação entre os dois. Ambos são vítimas (na situação como um todo) que fizeram o possível para seguir em frente em busca de voltar ao que era antes.

Eu sei que durante todo o artigo e em vários momentos fiquei em cima do muro, mas sinceramente não tem jeito. Dá para entender facilmente os dois e no final das contas, o que importa é que agora as coisas devem mudar e melhorar.

Foi bem bacana ver os dois se reconciliando e cada um tomando seu rumo. O desenvolvimento que cada um teve provavelmente vai ser importante lá para frente e eu realmente estou ansioso para vê-los se reencontrando novamente.

  1. No mangá o reencontro foi bem mais tenso, e decepcionante para o Rudeus. O autor (pois é) destacou muito a babaquice de Paul, ou seja, mostrou quem de fato errou mais aí. O infeliz esperando um comportamento “adulto” de uma criança? A cena foi revoltante, a adaptação no anime até que maneirou.

  2. Bem, eu fiquei de coração partido de ver a tristeza do Rudeus, e ver ele relembrando dos traumas da vida passada por causa dos olhares das pessoas no bar. Nós acompanhamos a aventura dele e sabemos que ele não passou o tempo se divertindo (ele só não quis se passar por vítima). Olha, ele não tinha precedentes para analisar o tamanho do desastre. Ele estava bem ali onde aconteceu, junto com a Eris e a Ghislene, então acho natural que ele tenha achado que o que houve com eles atingiu somente quem estava logo ali (a casa dele fica bem longe da casa da Eris pelo que entendi.
    Mas pelo menos o Paul caiu na real, o Rudeus conseguiu entender e os dois se despediram em bons termos.
    PS. Fiquei esperando sua Review pra desabafar haha

  3. Poxa, obrigado! 🙂

    Então, tem esse detalhe também. Fora isso, não haviam notícias rolando sobre isso, o que pensando agora é meio estranho se você considerar o estrago causado (claro, tem a questão de que ele estava na terra dos demônios e por isso a informação não chegou lá).
    E sim, pelo menos eles se reconciliaram no final.

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