Shenmue the Animation é uma produção do estúdio Telecom Animation Film original da Crunchyroll em parceria com o Adult Swim que adapta um clássico e inovador jogo, para os padrões da época, lançado em 1999. Segue abaixo a sinopse da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“Após testemunhar o assassinato de seu pai no dojô da família, Ryo decide dedicar a sua vida a encontrar o responsável – uma missão que o levará das ruas de Yokosuka, no Japão, para a imensa metrópole de Hong Kong, e além. Em sua busca por vingança, ele descobrirá que forças místicas estão por trás dos acontecimentos e treinará para se tornar o maior artista marcial de todos.”

 

Achei o monólogo que deu o pontapé inicial a produção realmente belo, mas isso não quer dizer nada se a trama não condiz minimamente com essa pompa toda. Isso não foi o caso aqui, pois tem uma coisa em que Shenmue foi bom foi em deixar um leque de possibilidades bem aberto.

Mas antes de entrar nesse ponto, quero fazer três ressalvas sobre as situações que se apresentaram diante do protagonista, Ryo. Frisando que não é que eu ache que não existem justificativas plausíveis para essas situações, é só que, ainda que existam, foi um pouco estranho de ver.

Primeiro, foi inusitado ver um delinquente lutando karatê e chegando a final de um torneio. Segundo, foi ridícula a briga pelo sorvete. Terceiro, e se duvidar mais importante, para quem matou um homem e falava tanto em força o pai do protagonista não morreu muito fácil não?

Tudo bem, entendo que a intenção era mostrar o quão forte é o Ryo, apresentar a heroína e promover um acontecimento divisor de águas para a trama; só acho que a coisa poderia ter fluído de maneira mais orgânica. Contudo, a segunda parte do episódio me fez sacar melhor a proposta.

Não sou gamer, não conheço o jogo, mas pelo que li ele marcou época ao propor mais atividades que apenas o objetivo principal do herói. Isso justifica a sensação quase que de “visual novel” da trama, de que cada ação, cada cena, vai construindo uma rota específica? Eu acho que sim.

Por exemplo, se o Ryo não tivesse sido atacado, ele poderia não ter decido descobrir a verdade sobre seu pai. Sobre o próprio Lan Di, se ele não tivesse ouvido o que os amigos falaram e aquele senhorzinho metido lá no restaurante, talvez não ponderasse antes de tomar sua decisão.

E assim a trama se desenvolve, a passos lentos nessa estreia, mas com volúpia o suficiente para entendermos pelo menos o básico: Lan Di tem conexões com a máfia chinesa (não surpreende, né), Nozomi tem um crush por Ryo, a animação compareceu e os espelhos são a chave.

Aliás, fica a curiosidade, no jogo tem uma cut scene escondida em que a Nozomi luta com os delinquentes, ela que teve seu design bem alterado nesse anime, mas até onde li não mudou muito mais que isso. Claro que há diferenças entre o jogo e o anime, mas nada aberrante.

Sobre a animação, não foi nada espetacular, mas entregou o suficiente nas cenas de ação, que mostraram potencial no combate corporal e sob o uso inteligente da câmera para focar no que realmente interessa, os golpes e o impacto que eles precisam ter a fim de empolgar de verdade.

Por fim, a estreia fecha com o monólogo do início, mas dessa vez com uma definição sobre a jornada do herói, que enfrentará a máfia com as artes marciais, mas também o ímpeto de um jovem que com a cabeça no lugar tem tudo para mostrar seu valor, vencer Lan Di e vingar seu pai.

Até a próxima!

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