Reinhard é adorado pelos militares como um Primeiro-ministro reformista que está soltando as amarras que tanto desagradavam a plebe, enquanto o cinto foi amarrado para os nobres déspotas. Até quando isso vai durar? Não sei, mas se depender dele parece ser só o começo.

E sim, um “imperialismo liberal” não soa absurdo, pelo menos não quando quem centraliza o poder não é alguém de sangue azul, mas alguém que veio do povo e mantém o imperador vivo muito por não querer queimar sua imagem matando uma criança. Propaganda…

Na verdade, mesmo se isso não fosse queimá-lo, ainda assim ele não o mataria visto que não lhe representa ameaça. Não adianta ter poder para tentar bater de frente com o “moleque loiro”, é preciso de inteligência, e uma que poucos têm para conseguir afrontá-lo de verdade.

Um aspecto inusitado desse governo dele é que, por mais bizarro que isso possa parecer, faz mais sentido que algo assim ocorra no Império mais fácil que na Aliança, visto que lá tudo depende do desejo de quem detém o poder, na Aliança o sistema é talhado a mais mãos.

Por isso alguém como o Yang, um militar de carreira, dificilmente ascenderia a uma posição de poder similar a que o Reinhard ocupa agora. Sendo assim, o que ele pode fazer é lutar e deixar que a democracia, ainda que falha, em que vive faça o resto do serviço.

Aliás, as reformas progressistas do Reinhard têm seus prós e contras (como qualquer decisão que uma pessoa toma, ainda mais um político) afinal, ao mesmo tempo em que agradam as massas, elas enfurecem nobres, principalmente os que perderam terras, poder e prestígio.

Isso significa que uma oposição surgirá a longo prazo? Talvez. Mas ela será o suficiente para desafiar esse sistema mais saudável, e extremamente populista, que ele está estabelecendo? Duvido. É mais fácil que no longo prazo o Yang e o Reinhard se destruam.

Com uma “mãozinha” do Adrian Rubinsky? Não duvide disso. Do mesmo modo, não duvido que ele casará com a Hilda alguma hora, é um casal muito fácil de formar, e acho legal como ela o admira e observa. Ainda que ele não ligue para romance, ela parece ter sentimentos por ele.

“Viva o Duque Lohengraam, o Reformista!”, o povo grita, e acho fascinante como é complexa e inteligente a gama de ações que ele implementa a fim de não só promover as reformas como se equilibrar entre os nobres e os plebeus, sempre otimizando as peças a sua disposição.

Não existe desperdício em sua forma de administrar, não existem vaidades, tudo que ele faz é em prol do sucesso de seu governo, seja usando antigos inimigos políticos ou dosando o marketing com o avanço real frente ao obsoletismo deixado pela Dinastia Goldenbaum.

Aliás, quanto ao príncipe, realmente acho que ele não o mataria mesmo se pudesse, pois tanto não há ganho real com isso no momento, quanto a longo prazo pode ser interessante tê-lo ao seu lado a fim de segurar os anseios de sangue azul dos nobres e reafirmar seu governo.

E foi só impressão minha, mas o cão que o Oberstein adota é se não uma representação simbólica do povo oprimido e explorado do Império? Agora ele foi aceito na casa grande, está sendo bem alimentado e é tratado com respeito, mas até quando essa “gentileza” vai durar?

Questionar isso, como um dos políticos da dupla dinâmica faz, não é nada mais que bom-senso, afinal, ainda que a primeira impressão do governo do Reinhard seja a melhor possível, o que garante que ele não se tornará o que tanto lutou para combater? Seus princípios? Talvez.

Não esbanjar dinheiro público certamente é um bom indício, mas não é o suficiente para garantir nada, ainda mais quando ele parece muito mexido com as últimas palavras de seu eterno escudeiro (talvez seu único amor verdadeiro além da irmã) Siegfried, que homem, que homem…

Siegfried não pediu nada para o Reinhard além da conquista do universo conhecido. Tá bom ou quer mais? Se esse “propósito sinistro” (olha o Pual Atreides aí gente) se concretizará ou não, só o tempo dirá, mas e o vazio em seu peito, ele será aplacado? Eu acho que não.

Não acredito nenhum pouco nisso. Em todo caso, o importante mesmo é que a história avança e vamos ver um de seus protagonistas atrás de governar o universo por acreditar que esse se trata do melhor cenário para todos. Não consigo não ver alguma razão nisso, confesso…

Até a próxima!

  1. O episódio em questão foi muito bom e finalmente começamos a ver os resultados da governação do Leão Dourado.

    As reformas do Reinhard só visam uma coisa, eliminar até à raiz a nobreza e a Dinastia Goldenbaum que além de destruírem a vida dele e da irmã ainda destroem a vida de todos no Império. Já notou o sofrimento que o Reinhard tem por também ser nobre? No dia em que o pai do Reinhard vendeu a Annerose para o Imperador, o ser inocente dentro do Reinhard morreu.
    Ao menos o ódio do Duque aos nobres tem benefícios para a plebe, como é bom ver a nobreza perder tudo para aqueles que exploravam.
    O Reinhard como Duque e o chefe do exército podia ter todo o tipo de luxos e ainda assim vive uma vida simples, o ódio que ele tem com a nobreza corrupta moldou-o assim.

    Foi muito bom ver a plebe feliz e os nobres com ataques de raiva, ainda assim ainda falta muito para acabar com o grande mal que aflige as pessoas no Império, a guerra.
    Gostei de ver os almirantes a desfrutarem de uma refeição no meio da plebe, o Bittenfelt continua como sempre o conhecemos.

    Tenho que elogiar o mini arco do cão do Oberstein, o cão foi logo escolher o ser que é visto como a personificação do mal neste anime.

    Para terminar, o que ainda mantém o Reinhard de pé após a morte do seu melhor amigo e irmão Kircheis é a promessa de conquistar o Universo. Se notar o Reinhard é uma casca vazia, a irmã dele morreu (no sentido figurativo) no dia que foi vendida ao Imperador e ai já só restava o Kircheis. Com a morte do Kircheis o Reinhard ficou completamente sozinho e para piorar ele sabia que o Kircheis e a Annerose gostavam um do outro. Tanta tragédia moldou e ainda vai moldar mais o homem que deseja conquistar o Universo.

    • Olá Kondou, é sempre um prazer ver seus comentários aqui no blog. Peço desculpas por não ter respondido antes (vou responder só aqui por estar apertado de tempo, mas li todos eles), na correria do dia a dia acabo não me lembrando de olhar.
      Quanto ao episódio (e meio que o anime até aqui), ele foi bem bacana por isso mesmo, pelo que vimos o Reinhard fazer e como isso afeta (ou nem afeta) a casca vazia que ele se tornou depois de tantas perdas. Tenho gostado de como essa temporada está florindo os coadjuvantes para aproveitá-los melhor (imagino eu) adiante, o que se faz mais do que razoável após a perda do Kircheis.
      Ademais, depois de seus comentários fiquei com vontade de ver mais da Aliança, além de já estar com saudades do Yang e sua trupe também. Pode ficar tranquilo que ao longo do mês de junho colocarei os artigos em dia e só não cobrirei a vindoura quarta temporada se for atingido por um tiro das naves do anime. Até mais meu caro!

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