Isekai Meikyuu de Harem (Harem in the Labyrinth of Another World) é uma anime ecchi do estúdio Passione que adapta a light novel escrita por Shachi Sogano e ilustrada por Douji Shiki. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“Um jovem renasce em um jogo de fantasia e embarca numa jornada para formar seu próprio harém!”

 

Não fosse o ecchi pesado que essa obra promete ela seria apenas mas um isekai genérico que vemos aos montes toda santa temporada? Não. Por quê? Porque o roteiro e a direção capricharam e certas cenas e trouxeram certo nível de seriedade a trama.

A história já começa com o protagonista pensando estar em um jogo VR, matando ladrões, seres humanos que ele confunde com NPCs, e refletindo sobre ter tirado a vida de alguém e como isso é tão pesado. Sim, ele não pira, mas não é como se não se importasse.

Acho que é exatamente por não pirar, mas engolir em seco que matou e seguir a vida, que a história faz mais sentido. Outra cena pouco tempo depois demonstra como ele não é muito de ter pena de ninguém, afinal, deixou o ladrão da bandana virar escravo de boa.

Michiru não tem o coração mole e isso pode se dever a vida que levava no mundo real, que aparentemente era a de um recluso em desconexão com a realidade. Ele não parece um hikikomori bitolado, o que não significa que não possa ter suas cicatrizes, né?

Para mim o grande mérito do anime foi tratar esses momentos de reflexão dele com seriedade, tanto pela roupagem das cenas, quanto pelo texto empregado nelas. Além disso, mesmo com ecchi hardcore em alguns momentos a história é bem consistente.

Digo, é um mundo de fantasia com suas próprias regras e contexto que ele vai o conhecendo aos pouco, sem nenhum grande absurdo. Mesmo a questão da escravidão não é forçada, há várias peculiaridades que condicionam tal estado social naquele mundo.

Inclusive, é por causa dele que o ecchi na obra aflora e toma uma proporção maior do que poderia parecer a princípio (tirando a abertura, essa já entrega tudo). Isekai Harem é um ecchi pesado que não faz cerimônia em esfregar isso nas nossas caras.

Isso é bom? Isso é ruim? Isso é honesto, pois diferente de muitos ecchis bundões que se propõem a ser pesados e não são, esse parece cobrir a aposta feita, ainda que o primeiro episódio nem tenha sido tão safado (e mesmo sem ser já foi excelente nesse ponto).

Então, é óbvio que o erotismo vai aumentar, assim como o harém. E sim, sei que tenho minhas questões com a objetificação feminina na ficção (se acompanha meus artigos sabe disso), mas, repito, não há muito o que fazer quando a obra é honesta.

Isekai Harem não enganou ninguém, quem pega para assistir sabe o que esperar. Felizmente, é bem menos galhofa do que eu esperava (tirando a ED, essa é pura zoeira) e se sustenta quando tenta falar sério. Além disso, não julgo o Michiru, não mesmo…

Não acho que compraria uma escrava, mas se o fizesse certamente a libertaria. Contudo, não o condeno por fazê-lo devido a sua idade e experiência de vida. Não que isso seja certo, mas foi o ponto de vista que quiseram abordar nessa história ECCHI.

Sim, ele age assim porque foi criado em uma sociedade extremamente machista e problemática, reconheço isso, mas não é como se ele fosse a pior pessoa do mundo por dar vazão aos seus desejos em um novo mundo que o permite isso sem julgamentos.

Além disso, a pegada parece mais cômica. Isekai Harem está mais próximo de Ishuzoku que de Kaifuku, então sim, não deve ser tão ofensivo (claro, para um ecchi hardcore) ou misógino. Indico? Sim, se quiser sacanagem com uma história razoável por trás.

Até a próxima!

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