Tate no Yuusha teve sua sequência na temporada passada e nos trouxe uma história compilada em 13 episódios. A sequência já havia sido anunciada faz uns anos (assim como a terceira temporada) e trouxe algumas diferenças com relação a primeira temporada.

Antes de começar, vou deixar a sinopse aqui, para facilitar a vida de quem não conhece bem a obra e caiu de paraquedas aqui.

“Iwatani Naofumi, um otaku como qualquer outro, encontra um livro numa biblioteca que o transporta para outro mundo. Ele recebe a missão de se tornar o Herói do Escudo, um dos Quatro Heróis Cardinais que enfrentará as Ondas de Catástrofe ao lado dos Heróis da Espada, Lança e Arco.

Empolgado com as aventuras, Naofumi sai em missão com sua equipe. Contudo, alguns poucos dias depois, ele é traído e perde todo o seu dinheiro, dignidade e respeito. Será que ele vai encontrar uma saída dessa situação desesperadora?”

A nova temporada trouxe muitas mudanças na história também, começando pelo fato de que um novo mundo foi explorado, ainda que por pouco tempo. Quem disse que um isekai dentro de um isekai não é possível?

A primeira temporada foi uma introdução com um desenvolvimento em torno do Naofumi, nosso protagonista. Ele enfrentou problemas, conseguiu aliados e com muito custo obteve o mérito por seus feitos. Enquanto isso, conhecemos mais sobre esse novo mundo, seus inimigos e os possíveis aliados.

Mas nessa nova temporada já somos introduzidos a um novo problema que é bem diferente das ondas: a tartaruga espiritual. É um arco bem interessante que nos revela mais sobre o funcionamento do mundo de Naofumi e claro, sobre as ondas.

Temos monstros/animais, como preferir, que podem destruir esse mundo. Seu poder é o suficiente para interromper o funcionamento das ondas, o que acaba sendo bem impactante num primeiro momento, visto que ninguém tem informações úteis sobre isso.

E um ponto positivo disso tudo é que não há enrolação. A história já começa apresentando o problema e vai progredindo rapidamente, sem tempo para momentos leves ou de calmaria, visto que a situação exige um alerta máximo de todas as nações presentes nesse mundo.

Só que ao conhecermos o grande (literalmente) inimigo da vez, os problemas surgiram. Não vou criticar o uso do CGI na tartaruga, visto que é mais “fácil” fazer dessa forma do que ter tudo em 2D, assim como o restante do anime. Porém o CGI é complicado porque nem sempre fica livre de reclamações.

Particularmente eu não vi grandes problemas. Não é o ápice da beleza, mas funciona bem o suficiente para não atrapalhar. Não está no nível de Arifureta onde você acaba perdendo o foco ao ver que os monstros são realmente feios e estranhos. Aliás, perto de Arifureta isso aqui é uma obra de arte.

Sobre o elenco, tivemos mudanças bem interessantes, começando pela pouca participação dos outros heróis. Para quem viu a temporada anterior, sabe que eles não agregam em absolutamente nada na história. Na verdade foi satisfatório ver eles sofrendo…

Com o foco totalmente no Naofumi e em sua equipe, vemos um trabalho bem mais sincronizado, ainda que sem novos poderes e afins. Passou pouco tempo desde a última onda, então era esperado esse tipo de situação. Aliás, tivemos a troca da Melty pela Rishia, que acabou sendo uma boa surpresa.

Ela acabou sendo uma adição interessante por conta do desenvolvimento recebido. Foi provavelmente a personagem que mais cresceu nessa temporada e realmente espero que isso se mantenha. Por outro lado, a Filo acabou tendo bem menos destaque (certos eventos contribuíram para isso).

Além dos personagens já conhecidos, Kizuna e Ost destacam-se entre os novos. Ost apareceu na primeira parte e mesmo tendo participação em poucos episódios, conseguiu deixar sua marca. Foi uma personagem que combinou bastante com o grupo do Naofumi e mesmo no final foi muito querida.

Já a Kizuna foi provavelmente a melhor notícia dessa temporada. Por conta dela, a passagem pelo outro mundo, que inclusive é lar do L’arc e seu grupo, foi bem mais interessante e divertida. É uma personagem carismática que estou ansioso para rever futuramente, se possível.

Por outro lado, o vilão da vez foi péssimo. Passado explicado de qualquer jeito, motivações fúteis e personalidade irritante. Não conseguiu ser minimamente decente em nenhum aspecto e no final acabou sendo um ponto quase que irrelevante. Considerando sua origem, poderia ter tido um desenvolvimento melhor e mais interessante, além de uma motivação mais legal além de quero “destruir tudo”.

Tivemos bons questionamentos também, como a colisão entre os mundos e a questão da escravidão que Naofumi tanto usa. Mas nada foi devidamente aprofundado, sendo apenas uma “introdução” para o que deve acontecer futuramente. No caso da escravidão, nem acho que vá ser o foco da obra em algum momento, infelizmente.

Com relação a história, bem, houveram tropeços aqui e ali, mas ela conseguiu nos entregar algo decente. Não foi ruim, mas tiveram defeitos e escolhas questionáveis em vários momentos. São erros que não vão destruir a qualidade da história, porém, foi o suficiente para gerar comparações e reclamações entre mangá e anime, que são duas adaptações diferentes da light novel.

É sempre bom lembrar que o material original é a light novel e com isso, o mangá não deveria ser métrica do que o anime deveria ter. Sendo bem franco, ambos  tem seus pontos positivos e negativos. Bom mesmo seria a junção dos pontos positivos de cada um.

No caso do anime, o destaque para a Rishia foi algo bem acertado, sendo melhor que no mangá. Por outro lado, o mangá acertou em pequenos detalhes e nas explicações que podem ser úteis futuramente. Ah, inclusive o momento que mais gerou reclamação foi o final do arco da tartaruga espiritual e a ida ao novo mundo.

Sobre essa parte, o mangá explicou tudo e o momento final teve menos emoção, apesar de fazer sentido dentro da proposta da história. Por outro lado, o anime não explicou quase nada, mas conseguiu trazer mais emoção ao fazer o Naofumi hesitar em puxar o gatilho para destruir o núcleo da tartaruga, afinal, Ost iria morrer também.

Esse é o melhor exemplo de que anime e mangá se completam. Houveram outras diferenças bem relevantes, mas se for citar tudo, isso aqui vira um TCC. Fato é que por conta dessas diferenças, ler o mangá acaba sendo recomendável.

No geral a temporada foi inferior à primeira, isso não dá para discutir. A troca de diretor talvez não tenha sido uma decisão acertada, mas quem dera se isso fosse resolver todos os problemas que tivemos, né? Porém fica claro que para a terceira temporada talvez não seja bom ter a boa expectativa que a primeira temporada nos fez ter.

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