Mei dá muita bandeira sobre meu amor por school idols, o que me fez estranhar tamanha recusa a adentrar nesse mundo, ainda que eu a compreenda perfeitamente em parte. O lance é que tinha uma Shiki no meio do caminho, no meio do caminho tinha um Shiki…

E isso foi bom? Foi ótimo! Shiki, apesar de sua apatia facial, tomou a iniciativa para fazer a amiga, que ela sequer se sentia capaz de chamar de amiga, feliz e isso nos proporcionou um episódio sublime ao mexer com as construções narrativas de amizades tão belas.

Antes de mais nada, foi muito divertido ver a Shiki provocando a Mei, atiçando o amor dela por school idols. A Shiki queria fazer algo pela amiga que ela queria fazer, só não tinha a coragem de admitir, e me surpreendeu ser justo a Shiki quem dá o primeiro passo.

Eu pensava em uma construção narrativa mais simples, com a Mei puxando a Shiki para o clube e não o contrário. Ao tomar a iniciativa a Shiki reconheceu os esforços da Mei por ela e tentou retribuir, o que entendemos melhor quando sabemos como as duas se conheceram.

Mei tem dificuldades de socializar e acaba se sentindo a vontade apenas com alguém similar a ela, sendo esta pessoa a Shiki, uma garota apaixonada por ciências e sem amigas. Nisso elas acabam ofertando companhia a solidão uma da outra, o que é de uma gentileza ímpar.

Contudo, a Shiki se sente em dívida com a amiga, que não tem interesse em ciências que nem ela. Viu o Sunshine!!? Se você viu sabe como a You-chan não tinha interesse em virar idol, mas mudou de ideia ao querer fazer isso com sua melhor amiga, Chika-chan, nossa amada Mikan.

Aliás, a dinâmica de provocação constante da Keke com a Sumire é uma sacada muito boa do Superstar!!, pois ela dá a chance da Kanon ter mais tempo de tela com a Chinatsu e não só com a Keke, erro que o Sunshine!! comete até a Riko se aproximar do anjo caído Yohane.

Então, voltando ao ponto, é adorável como isso se conecta com o pequeno draminha da Chinatsu sobre presidir o clube ou não porque foi uma coisa que não a levou a pensar primeiro na outra dupla de amigas ou elaborar tanto, ela apenas percebeu que podia fazer aquilo.

E isso era algo que ela, de alguma forma, queria fazer, não à toa toma a dianteira e se torna presidente do clube. E sim, eu poderia questionar a Kanon por não querer assumir mais esta bronca, mas é justamente por ser mais um pepino para ela que a entendo perfeitamente.

Não é porque ela é a líder do grupo que precisa presidir o clube, mas também não sei no que a gestão da Chinatsu vai se diferenciar, vamos dar tempo e ver. Por ora, só o que sei é que o drama das amigas do clube de ciências deu muito certo e vou explicar o porquê.

Shiki e Mei têm dificuldades em socializar, fazer amizades, não à toa elas não se consideram amigas (ainda que pensem e ajam pelo bem da outra o tempo todo), mas não conseguem sair uma da cola da outra, o que provocou a situação em que as encontramos.

Por isso a Mei não deu o braço a torcer sobre o clube de school idols, por não querer deixar a Shiki sozinha no clube de ciências, por isso a Shiki foi até o clube de school idols, para parar de atrasar a vida da Mei, que é o que ela achava que estava fazendo.

O grande barato disso foi a Shiki ter se interessado mesmo pela vida de school idol, enquanto a Mei, honestamente, precisava apenas do discurso no jutsu de praxe da Kanon; a diferença foi como o episódio dinamizou essas partes que poderiam ter sido mais densas.

Mais drama ou demora para chegar ao clímax não se fazia necessário. Por quê? Porque ao longo dos episódios, em meio a interação das amigas entre elas e com as school idols, ficou bem construído o que sentiam uma pela outra e o que fariam uma pelo bem da outra.

No fim, aquelas que queriam ficar sozinhas descobriram que queriam ficar sozinhas juntas e que, finalmente, poderiam compartilhar de um mesmo sonho: ser school idols. E fazer isso após uma conversa simples, mas sensível e muito bem dirigida, foi colossal.

Se continuar nesse ritmo Superstar!! 2 tem tudo para se tornar a melhor temporada da franquia devido ao seu roteiro e direção precisos e o entendimento de que mesmo clichês ainda podem dar um caldo, proporcionando momentos marcantes como os desse episódio.

Até a próxima!

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