The Eminence in Shadow (Kage no Jitsuryokusha ni Naritakute!) é um anime do estúdio Nexus que adapta a light novel escrita por Daisuke Aizawa e ilustrada por Touzai. Segue abaixo a sinopse extraída, traduzida e adaptada do HIDIVE (o streaming oficial do anime).

 

“Algumas pessoas não têm o devido traquejo para interpretar o papel de um herói espalhafatoso ou de um vilão astuto. Ao invés disso, elas operam nas sombras, puxando as cordas da sociedade com sua inteligência e sagacidade. E este é o papel que Cid deseja assumir quando é transportado para outro mundo, onde ele conta uma ou outra de suas mentirinhas e se torna o líder de uma organização secreta chamada Shadow Garden, a qual luta contra um culto maligno (que ele mesmo inventou). Contudo, há um problema que nem mesmo sua imaginação fantasiosa foi capaz de prever, o culto que ele inventou realmente existe, e eles não estão nada felizes que a fantasia de Cid entrou no caminho!”

 

Esperava outra coisa desse episódio, mas até que gostei do que vi. Digo, foi uma introdução do que o protagonista é por conceito, de como vivia sua vida antes de morrer e do que conquistou ao reencarnar em um mundo com magia, que o permitiu ser “mais.”

Kagano quer ser não herói e nem vilão, mas alguém descolado, alguém forte, imbatível, só que tudo no sigilo… Contraditório? Não. Ainda assim, é inegável que parece um desejo infantil, o tipo de coisa que eu esperaria de um protagonista de battle shonen? Não.

Por quê? Porque por mais que o Kagano ajude os fracos, a ele parece mais importante o gostinho de derrotar os fortes, e é justamente isso que ele faz ao salvar a Nishino de seus raptores, o que não diminui a hombridade de seu feito, distante de um colegial normal.

Aliás, é justamente essa distância que conecta os dois, afinal, Nishino veste uma máscara a fim de transitar na sociedade, e o Kagano faz o mesmo, coisa que ela sente mesmo sem saber que ele fora seu herói. Por quê? Por causa de sua sensibilidade.

Pessoas muito perceptivas, que se importam muito com seu entorno e com como esse entorno as enxerga, tendem a notar mesmo os pequenos detalhes e com isso se sentir próximas ou distantes de outras de acordo com o que pensam sobre elas.

Essa maneira de aproximar as caracterizações dos personagens, Kagano e Nishino, foi muito sagaz, só vai ser uma pena se a garota não aparecer na história principal, acho que será um desperdício de personagem, ainda que eu entenda se isso acontecer.

Quanto a parte técnica, a luta do Kagano contra os criminosos foi muito boa, e tirando suas extensas explicações sobre a utilidade de suas amadas barras de ferro, consegui curtir demais a luta com seus golpes intensos e animação de qualidade.

Além disso, a trilha sonora foi um charme a parte, principalmente pela música que ele toca no piano, que é um clássico que eu conheço, mas não ao ponto da minha memória ruim me permitir lembrar o nome. Em todo caso, o importante é que as coisas encaixaram.

Ainda assim, questiono o fanservice, mas não por ele ter sido inadequado (coisa que até achei) e sim porque, se o somarmos a presença quase que absoluta de garotas no grupo do herói, dá a entender o velho “cardápio:” várias waifus, harém e fanservice.

Começar uma construção de personagem potencialmente interessante para apelar para essas características de anime genérico não anima. Sim, sei que falei que o Kagano parece meio bobo, mas, ainda assim, aquilo que o move é minimamente complexo.

Inclusive, o monólogo dele antes de aparecer como o bonitão das tapiocas em outro mundo é muito bom a fim de solidificar essas ideias. A sinopse entrega que a organização que ele inventa realmente existe e ela existir só o trará problemas, mas por quê? Não é o que ele desejava?

Não, Kagano deseja se sentir forte, capaz, incrível; ter um inimigo real ameaça seu sucesso e seu anonimato, e é por isso que a premissa é divertida, e além de divertida, pode explorar bem essa ideia. Mesmo com uma organização que na verdade é um harém? Talvez.

Só sei que eu gostei sim dessa estreia. Contudo, também entendo quem não tenha gostado por em sua maior parte ser um prólogo e ter tido muito pouco do que a história vai ser de verdade. Além disso, apresentou uma heroína interessante para, aparentemente, descartá-la.

Por fim, indico The Eminence in Shadow? Não sei, você não se importa com isekai com premissa “pitoresca?” Se não, e se tiver gostado dessa estreia, vá fundo, até porque o anime vai ter 20 episódios, então há espaço para história, luta (e fanservice, se você gostar).

Até a próxima!

P.S.: Esse anime me lembrou um pouco Overlord pelo quão aparentemente trapalhão será o herói e, por coincidência (será mesmo?) tem música feita pela mesma banda que toda hora faz música para Overlord. Os isekais se conversam, não tem jeito…

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