Bocchi the Rock! é um anime musical do estúdio CloverWorks que adapta o mangá de Aki Hamaji. Segue abaixo a sinopse extraída e adaptada da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“A história gira em torno de Hitori Goto, apelidada de “Bocchi-chan”, uma menina solitária do colégio que adora tocar guitarra e passa os dias tocando sozinha em casa. Por acaso, ela se junta à “Kessoku Band” liderada por sua baterista Nijika Ijichi. Ela não está acostumada a tocar na frente das pessoas, mas será que será capaz de se tornar uma grande membro da banda?”

 

A Hitori me lembrou a mim mesmo quando prometo entrar na academia para ver se emagreço, como se esse simples ato fosse o suficiente para atingir um objetivo tão complexo. Passos importantes na vida carecem de proatividade, coisa que a Hitori…

Antes de ir a fundo nisso, devo um elogio as belas OP e ED do anime (o CloverWorks apelou) com suas músicas empolgantes, e também a Crunchyroll, que de novo trouxe as traduções da OP e ED. Tem sido padrão e é ainda mais importante em um anime de música.

Yoshino Aoyama é a seiyuu da Hitori e ela também merece um baita elogio por sua atuação soberba nessa estreia, com direito a uma alternância de tons muito convincente e uma música improvisada que fluiu naturalmente. Te desafio a não simpatizar com a heroína do anime…

A qual sonha alto, muito mais alto do que faz por onde, ao mesmo tempo em que é capaz de refletir sobre as próprias falhas, sejam elas estruturais ou pontuais, tornando a personagem muito sensível e, assim, mais interessante de acompanhar.

Hitori tem uma fobia social profunda, que talvez não seja caracterizada de forma exagerada por ela viver no Japão, uma sociedade em que me parece (e talvez seja mais um preconceito meu aqui) possível uma adolescente não ter uma amiga sequer.

Por quê? Porque ela não é a primeira retratação dessa fobia social aguda (Oi Hitoribocchi!) e a nós é transmitida uma imagem de que os orientais são, no geral, mais reservados que os ocidentais. Além disso, a devoção dela a guitarra a tomou tempo, né…

Por outro lado, isso a capacitou e encorajou a abrir uma conta no Youtube e nela “vender sua arte,” com isso conseguindo alguma conexão que não tinha com os colegas de escola. O suficiente? Não, pois se fosse ela não tentaria o método “notice me senpai.”

Inclusive, tem uma parte ótima em que ela se choca quando acorda para a realidade das pessoas virtuais serem também pessoas reais e valorizarem os esforços dela. Como se todo mundo nos comentários estivesse trollando ela, por favor, Hitori!

E sim, o trocadilho de seu nome artístico é o mesmo do nome da heroína do outro anime, que é bastante similar a essa, mas aqui se difere pelo elemento musical e uma animação melhor. Além disso, achei Bocchi the Rock! engraçado de uma forma diferente.

Boa? Ótima! Por quê? Porque trabalhou em favor da comicidade a fim de trazer leveza ante a um quadro sério, mas também ajudou a trabalhar personagens, as quais, muitas vezes em detalhes, foram sendo apresentadas ao público de forma muito prazerosa.

O convite que ela recebe, o aceite e as dificuldades (inerentes as relações interpessoais) que surgem são todos passos muito positivos na jornada de desabrochar da personagem, que pode não saber as ferramentas para a socialização, mas a deseja muito.

E além de desejar, ela se dá conta de que precisa ser proativa para mudar. Tudo bem que ela não dá o primeiro passo, mas poderia muito bem ter fugido após o primeiro revés e não o fez, insistiu e nos entregou uma performance curta, mas inusitada.

Teve menos música do que eu gostaria? Teve. Mas eu passo pano, pois amei todo o resto e a vocalista/guitarrista ainda vai se apresentar. Além disso, a construção da personagem foi excelente, e elogio também a gradativa evolução da socialização dela.

Por fim, veja o anime, está lindo, a direção é ótima (os créditos no meio me pegaram) e a Hitori uma fofa. Foi gratificante ver o início de sua jornada de socialização e mal posso esperar para ver os próximos passos dela e da Kessoku Band rumo ao Budoukan, por que não?

Até a próxima!

  1. Meu anime preferido até aqui nessa temporada! A produção fez um bom trabalho com relação à comédia do anime, já que querendo ou não, a condição da protagonista é delicada, então qualquer deslize ao tratar sobre isso poderia comprometer essa parte. As metáforas em cenas que se tratam do imaginário da Bocchi são sensacionais, sejam aquelas adaptadas do mangá, como a sentença de morte do episódio 2, quanto as originais da produção, como a Bocchi separando-se da Ryo no mar de lava, também no episódio 2.

    Além disso, o que mais me chamou a atenção foram os layouts – este bem profundo, refletindo temas como a própria fobia social da Bocchi, como na primeira cena da Nijika no anime – e o character acting. Fiquei surpreendido, já que ficava muito claro a personalidade de cada personagem não apenas na fala, mas também nos gestos e movimentos. E como foi citado no texto, a dublagem também. O tsun-tsun…tsun-tsun-tsundere da Nijika foi bem fofo.

    A produção é muito comprometida. Inclusive, a ideia de adaptar o mangá veio de Kerorira. Ele conversou com o produtor Umehara e daí surgiu o anime. O próprio Kerorira é o character designer e diretor de animação, na qual até fez algumas animações-chave até aqui, ele basicamente está a todo vapor, mostrando que ama muito a obra. Umehara é um cara que daria sua própria saúde em prol da produção, a gente viu isso na situação catastrófica em Wonder Egg Priority. Só espero que tanto ele como os outros consigam terminar Bocchi The Rock sem muitos problemas.

    • Bocchi the Rock! teve uma estreia brilhante mesmo, do tipo que faz até o hater de moe (não é o meu caso, claro kkk) parar para apreciar, pois a apresentação da história foi excelente e a protagonista é absurdamente carismática para uma pessoa introvertida. Também torço para que a equipe de produção não tenha problemas e assim possa curtir um trabalho feito com tanto esmero e qualidade. Agradeço o comentário e fico feliz que tenha apreciado essa estreia tanto quanto eu!

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