Saving 80,000 Gold in Another World for My Retirement (Rougo ni Sonaete Isekai de 8-manmai no Kinka wo Tamemasu) é um anime de fantasia do estúdio Felix Film que adapta a light novel escrita por FUNA e ilustrada por Touzai. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“Mitsuha tinha 18 anos quando perdeu seus pais e seu irmão mais velho em um acidente, e ficou sozinha na vida. Não obstante o trauma da perda, ela precisa enfrentar estelionatários que querem afanar o prêmio do seguro, os exames de admissão na universidade, e o dilema entre perseguir uma carreira acadêmica e trabalhar para se manter e pagar as contas. Até que, um dia, ela ganha de um ser misterioso a habilidade de “Saltar Entre Mundos”, e se torna capaz de transitar livremente entre o mundo real e um “isekai”! Com esse poder, ela traça um plano para acumular 2 bilhões de ienes e se aposentar!”

 

Apesar dos primeiros minutos desse anime terem me soado um pouco bregas (com aquela trilha espalhafatosa e tudo mais), não posso negar que gostei de vários elementos dispostos ao longo desse pontapé inicial, até porque têm sido incomuns os isekai de “vai” e “volta.”

Digimon talvez seja o maior expoente do conceito, mas quantos animes fazem isso hoje em dia? Lembro de um recente que indico muito, o I’m Standing on a Million Lives, tirando ele nenhum dos isekais das últimas temporadas me vem a cabeça no momento.

Em todo caso, vale ressaltar que não é só nisso que o anime acerta, até porque a heroína, Mitsuha, demora a descobrir que tem essa habilidade. A primeira coisa que gostei nessa estreia foi a roupagem mais realista dada a ida para o outro mundo.

Primeiro a garota se assusta, depois racionaliza a situação e, por fim, busca a civilização para se situar naquele mundo novo. Além disso, ela não começa sabendo a língua automaticamente. Na verdade, ela sequer sabe que tem alguma habilidade até um gatilho ativá-la.

Entretanto, nem tudo são flores, e se eu disser que a insistência em lembrar o que um irmão morto faria (dando a entender que ela é uma brocon e que o irmão era um siscon) me incomodou um pouco, apesar de ter achado os trechos divertidos, creio que você me compreenderia.

E eu até entendo um pouco essa escassez de referências de autores, principalmente os de light novel. Eles consomem o que está no mercado e devolvem por intermédio de suas próprias obras. Acho esse cenário uma pena, pois a história poderia ir além com mais “base.”

Ainda assim, o resultado desse aqui não é ruim se pensarmos que ele deixa a história se desenvolver minimamente antes de trazer deus ex machina para a parada. Digo, antes de defini-los pelo que são, afinal, sem esses poderes nunca que uma garota normal teria feito o que ela fez.

E não, não gostei da história da entidade que teve seu poder “roubado” pela vontade ardente da protagonista, mas, convenhamos, de que isso importa? Pelo menos o autor se deu ao trabalho de pensar em algo que, em algum nível, não foi mais do mesmo, ao menos não tanto.

Outra coisa que gostei bastante em meio ao ataque dos lobos foi como a Mitsuha se viu seduzida pela ideia de não voltar ao outro mundo, mas garantir sua segurança ao ficar em casa. Por mais cruel que tenha parecido, foi bem humano ela ter ao menos pensado naquilo.

Infelizmente, puxar o irmão pela memória de novo e compartilhar de sua frase sacana (e as feias, não mereceriam ser salvas?) tornou bobo um trecho que poderia ter se findado apenas na seriedade. Não podemos ter tudo, né? Eu confesso já estar desistindo disso em isekais.

Felizmente, esse é um detalhe menor. No fim, não acho que ela salvou a garota porque era bonita e sim porque achou que era o certo a se fazer, ainda mais após ter sido ajudada por ela. Só queria saber como ela tinha certeza de que voltaria ao outro mundo só “mentalizando.”

Em todo caso, o importante mesmo foi que ela voltou, agiu, se ensanguentou e ganhou uma grana; abrindo sua mente para as inúmeras possibilidades de ganho ao trafegar por outros mundos sem deixar de lado as possíveis intempéries pelas quais pode passar.

No fim, a ideia que ela tem encerra a estreia com qualidade visto que sua justificativa é bem realista e os contrastes dos mundos, assim como suas próprias questões com um trauma do passado, aguçam a curiosidade por mais. Como faturar em outros mundos? Aqui vamos nós!

Até a próxima!

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