Cue! é um anime dos estúdios Yumeta Company e Graphinica baseado em um jogo mobile de mesmo nome no qual os jogadores treinam as personagens para virarem seiyuus (dubladoras). Segue abaixo a sinopse da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“Ambientada nos escritórios de “AiRBLUE”, uma jovem agência de dubladores que não possui histórico ou experiência, o anime de CUE! acompanha os desafios e dificuldades de um grupo de jovens que sonham em se tornarem dubladoras. Mas o mundo da dublagem é extremamente competitivo e não importa o quanto alguém pratique, nem todos conseguem passar na fase de testes. Apesar das frustrações e recusas, a história de uma nova geração de dubladoras está prestes a começar.”

 

Cue! é um prato cheio para os otakus que, assim como eu, adoram o trabalho das seiyuus. Eu inclusive sigo algumas além dos trabalhos de voz que gosto, afinal, é comum elas se tornarem cantoras, às vezes até atuando em doramas e filmes, é um trabalho que abre muitas portas.

Antes de mais nada, vale elogiar a consistência da animação e o design fofo, apesar de um tanto quanto genérico, do anime. Tecnicamente não há nenhum demérito notável, o mais questionável para mim foi amontoarem personagens, duvido dar tempo de desenvolver todas elas.

Enfim, esse anime é metalinguagem pura, mas vai quebrar a quarta parede? Duvido. Em todo caso, a proposta é bacana, o que você deve ter cuidado ao assistir é levar em consideração a quantidade de personagens a ser explorada, é diferente de ter um elenco mais enxuto.

Inclusive, a mecânica do jogo explora isso, nele o jogador treina equipes de seiyuus iniciantes, coisa que veremos no anime? Em parte sim, pois várias delas têm pouca ou nenhuma experiência, mas algumas já fizeram um bom número de trabalhos, mesmo sem todo esse sucesso.

Pelo que indica a estreia, a Haruna e a Maika serão as protagonistas de fato, e as seiyuus delas, Yurina Uchiyama e Nene Hieda, respectivamente, não são muito experientes. Não consegui achar nenhum outro trabalho da primeira, a segunda já fez alguns papeis, não é mais iniciante.

Essa ideia de misturar vozes novas com vozes já estabelecidas na indústria, mesmo que sem muita rodagem ou sucesso, me agrada, pois tende a prover um equilíbrio e veracidade/variedade nas atuações. No anime mesmo a gente vê um pouco disso, com várias vozes de diferentes perfis.

Vozes essas que deveriam mesmo ter sido testadas, só achei um exagero o episódio terminar com um teste de estúdio à vera, não deu tempo sequer do trio do estúdio novato (a diretora, a supervisora e a dona) preparar minimamente suas funcionárias. Isso não é irresponsável?

Bastava a encenação da cena mais famosa de Hamlet, para mim ai o anime brilhou, ainda que não tenha exatamente surpreendido, pois faltava um conflito ao episódio e essa era a saída óbvia. Foi bem legal ver diferentes interpretações das seiyuus, ainda que só trechos da maioria.

Acho que a direção poderia ter ido além na composição das cenas a fim de ilustrar o mundo todo particular que cada seiyuu tentava imprimir através de sua voz, mas o mais importante foi essa ideia ter sido bem transmitida no primeiro e no último testes.

Quanto ao primeiro, o interessante a observar é que a seiyuu já tinha experiência de atuação, foi atriz mirim, o que ajuda muito, afinal, seiyuus também são atrizes, a diferença é que o objeto de trabalho delas é apenas a voz. Atrizes “convencionais” atuam com o corpo todo.

Quanto ao último, vimos um laço se formando entre as duas personagens que devem protagonizar o anime, além da cena que elas encenaram realmente ter provido um ponto de vista “autêntico”. Acharia ótimo se Cue! terminasse com as duas dividindo o protagonismo em um anime.

Pode ocorrer, e a Haruna, a principal, terá a benção de sua maior inspiração e patroa, com isso não devemos nos surpreender. Mas, por exemplo, pode surpreender a luta de cada uma para arranjar papel e como evoluirão nesse processo, que precisa ser árduo, mas também gratificante.

 

Antes de me despedir, deixo uma pergunta:

Qual a sua seiyuu favorita?

Confira a minha abaixo. Ela é maravilhosa, né?

Até a próxima!

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