Summer Time Rendering – ep 22 – Ainda não acabou
Não fosse a animação ruim em vários momentos a produção visual teria feito jus ao ótimo roteiro que permeou esse episódio, afinal, o Shinpei aprendeu a lição e com isso bolou um plano meticuloso e extremamente eficaz, mas claro, eles não contavam com a astúcia do…
A Ushio partir para o embate afoita não me surpreendeu, mas ela ser contida, como se a denunciar um plano muito maior do Shinpei, sim, ao menos ao passo em que das últimas vezes ele vinham falhando. E nem precisaram de outra Ushio para pôr o plano em prática.
Tenho gostado muito de como o anime vem abordando meticulosamente pontos pequenos, mas vitais, aos planos do herói, mostrando uma faceta que sentia falta na primeira metade. Ainda acho esse lance das sombras todo muito doido, mas narrativamente está OK.
Digo, se algumas coisas pareceram convenientes ao longo da jornada, o mesmo não posso dizer do que o Shinpei fez dessa vez, pois ele não só recuperou seu trunfo, como pensou antecipadamente não dois segundos no futuro, mas minutos, horas a frente de seus adversários.
E tudo isso em meio a um desenrolar clichê de arco de battle shonen em que os companheiros vão ficando para trás para atrasar os inimigos, o qual, é sério, nem achei piegas. Por quê? Porque fazia sentido, só foi uma pena a animação ter sido tão desanimadora…
Ao mesmo tempo, entendo que esse não era um episódio de ação, mas de execução de um plano bolado nos mínimos detalhes, sendo a exposição desses pontos o mais relevante. Aliás, não foi corajoso dar uma virada na trama de forma até meio que surpreendente?
Se o anime fosse ter 23 episódios esse certamente seria o final dos vilões, mas depois de vários indícios de que a coisa não seria tão simples, e do anúncio de 25 episódios, estava na clara que a aniquilação da Haine e do Shide não daria certo como o Shinpei estava pensando.
Até porque, como você bem deve lembrar, o legado da Hizuru não foi só o irmão (que o Shinpei poderia incorporar, como a Hizuru fazia, e usar como carta na manga), mas a ideia de que a Haine carecia de compreensão e não de violência, legado que a Ushio “herdou”.
Mas não pela Hizuru exatamente e sim pelos ensinamentos de sua sensei, por uma reflexão que a acompanhava desde a infância. SIm, vir com essas em cima da hora pareceu para lá de conveniente, mas, convenhamos, é um desconto que a gente pode dar tranquilamente.
Por quê? Porque a construção do entorno foi toda muito boa, além do que aconteceu ter surpreendido. Onde foi parar a Haine? Ela está no olho vermelho da Ushio? E o Shide, como ele não morreu? Sua aparição significa que ele é o vilão final? É o que tudo indica.
E sabe o que seria ainda mais interessante? A Haine passar a colaborar com os heróis a fim de derrotá-lo, a existência que, muito claramente, a considera apenas uma ferramenta para outro propósito que não seu. Haine está melhor com aqueles que enxergava como inimigos.
Isso foi bom narrativamente, uma virada de eventos que eu não esperava e superou por muito a “morte” da Ushio, abrindo caminho para um final menos polarizado e mais profundo, o qual, sem sombra de dúvidas, espero que seja ótimo como o anime foi até aqui.
Até a próxima!
P.S.: O quão “engraçado” foi o Sou, que entre todos parecia o menos útil (além da Mio, claro), ter sido aquele a dar o golpe decisivo na Haine? A ideia de se aproveitar da incapacidade de uma sombra de sentir a presença humana foi sublime, uma verdadeira cereja de bolo.