Buddy Daddies – Pai é quem cria – Primeiras impressões
Buddy Daddies é um anime original de ação e comédia do estúdio P.A. Works. Segue abaixo a sinopse extraída da Crunchyroll (o streaming oficial do anime).
“Quando dois assassinos profissionais eliminam um perigoso mafioso, a última coisa que eles esperavam é que ele tivesse uma filhinha de quatro anos – agora órfã. Mas quando eles decidem assumir a guarda da criança, sua vida vira de pernas pro ar! Entre uma missão aqui e um tiroteio ali, os dois matadores de aluguel terão de achar tempo para preparar refeições nutritivas, estimular o crescimento intelectual da criança, e levar a pequena até a creche!”
Começar com perseguição bem animada e quebra cômica inesperada (daquelas que você acaba esperando) me faz gostar de cara de qualquer anime, ainda mais um original tão bem animado em que os personagens parecem sim interessantes, e diria até que bem escritos.
Comecemos pelo Kazuki, que é um adulto claramente impactado pela família que almejava construir, mas perdeu (pelo que entendi a companheira dele perdeu a criança e os dois se separaram). Ele dá toda a pinta de adulto responsável, mas não é “só” isso.
Personagens que não são apenas uma coisa são mais interessantes e até necessários em uma história talhada em cima de uma veia cômica, mas que obviamente conta com muitas áreas cinzas. Kazuki é responsável para alguns assuntos, para outros é um fanfarão.
A cena dele perdendo até a jaqueta no cassino me fez simpatizar ainda mais com o personagem e me divertir com ele, ainda mais quando ela sucede uma cena em que ele deixa uma grana para a ex (deu-se a entender que era isso) e sua atitude denotava seriedade.
Além disso, ao mesmo tempo em que dá lição de moral no Rei e fala em responsabilidade, ele é capaz de, se deixando levar pelo calor do momento, adotar uma criança em meio a uma missão. “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” resume bem o que é ser um adulto.
Sobre o Rei a coisa já é mais simples, ele é o contraste, quase um extremo. O rapaz é extremamente hábil (hábil até demais para desviar de balas, mas isso é um anime, dou um desconto), mas tão frio quanto. Contudo, ao menos é capaz de se interessar por criar um gatinho.
Inclusive, espero que o gatinho volte, simpatizei com ele, até porque não é todo dia que encontramos um gatinho capaz de abrir latas de atum, como também não é todo dia que vemos uma criança pegar o trem e andar pela cidade sozinha, e uma criança de quatro anos.
Sei que o Japão é menos perigoso que o Brasil, mas o quanto? Ainda assim, me deu um aperto no coração ver a Miri andando sozinha pela cidade atrás de seu pai, que não por acaso era o anfitrião e alvo dos protagonistas. Que forma de ganhar a guarda de uma criança, né?
Aliás, essa contraste entre a vida de assassinos (que só têm caras maus como alvo, que heroicos, né?) e o dia a dia desafiador que é cuidar de uma criança é justamente o chamariz desse anime, e diria que, apesar de apenas ter apresentado as bases, essa estreia foi promissora.
Porque, repito, apesar do Rei ter sido um pouco mais simplório, não achei nem mesmo ele unidimensional. Pelo contrário, mal posso esperar para ver como a Miri mudará os dois pais solteiros, que não são um casal, mas não teria nenhum problema se fossem.
Por quê? Porque, acima de tudo, família é dia a dia, é criação, é convívio, é onde há amor. E sei que nada é perfeito, os pais adotivos da criança literalmente mataram seu pai biológico, mas sei que os sentimentos de paternidade dos protagonistas não são menosprezáveis.
Buddy Daddies não inventou a roda, mas é um anime original promissor sobre família, igual Spy x Family, ainda que tenham abordagens diferentes. Adorei a estreia em todos os aspectos, passo pano para os detalhes mais “animescos” e mal posso esperar pelos próximos episódios.
Até a próxima!