Tales of Zestiria the X – ep 7 e 8 – Calamidades e serafins
Voltando à Zestiria propriamente dito após o arco de Berseria, o ritmo continua lento. Agradável, sem dúvida, mas lento. O anime constrói um pouco o seu mundo ao mesmo tempo em que apresenta mais alguns personagens. E ainda tem personagem da abertura que sequer apareceu em pleno oitavo episódio de um total anunciado de … doze!
Mais quatro episódios para terminar de apresentar os personagens, o grande vilão, o conflito, e resolvê-lo? É impossível não importa que mágica o Ufotable use. Só um truque pode funcionar a essa altura: temporada dividida (split cour). Que por sinal é um dos preferidos do estúdio então estou aqui na torcida forte, porque até agora Zestiria tem sido impecável. Animação muito boa e muito bonita, trilha sonora incrível, personagens interessantes (alguns muito cativantes), seria uma pena o enredo ser capado dessa forma. Não quero acreditar que vá ser o caso.
De todo modo, esse artigo é mais para analisar os episódios 7 e 8 e menos para fazer futurologia sobre a produção do anime.
Confesso que fiquei desapontado quando o furacão que investia contra a capital, a grande deixa do episódio 4 para garantir que ninguém desistiria de Zestiria durante o spin-off de Berseria, simplesmente foi embora sozinho – e isso depois dele se revelar um dragão! Por que ele apareceu lá em primeiro lugar? Por que foi embora? Aquele furacão era coisa dele mesmo ou algo contra o que ele lutava – ou que apenas o acompanhava, sei lá? Bom, de todo inútil não foi. Destruiu um pedaço da cidade, deixou alguns cidadãos desolados por perderem tudo, e mostrou como nossos protagonistas têm bom coração exibindo o pesar deles enquanto olhavam para o sofrimento das pessoas (e a princesa Alisha, sempre minha favorita, até foi ajudá-los depois!).
Vilarejos desaparecem embaixo de um furacão, pessoas morrem, pessoas perdem suas casas, a segunda maior cidade do reino está sendo consumida por uma praga, tempestades derrubam uma ponte na estrada que liga ela à capital atrasando os esforços de socorro humano, dragões aparecem e desaparecem conforme lhes dá na telha, e o velho safado que não gosta da princesa está determinado a resolver tudo isso entrando em guerra contra um reino vizinho. Esse mundo está muito errado mesmo, não é de se espantar que animais estejam sendo corrompidos por toda parte – depois dos morcegos do episódio quatro, o sétimo mostrou um adorável e pacífico verme gigante voador bioluminescente corrompido atacando a caravana da princesa. Ainda bem que o Sorey estava lá para salvar o dia!
Animais corrompidos parecem fazer parte do ecossistema de Zestiria tanto quanto criaturas totalmente malignas, como o dragão translúcido que o Sorey derrotou quando fez o pacto com a Lailah e o monstro semelhante a um ogro que ele encontrou nas montanhas no oitavo episódio lutando contra uma serafim. Depois encontraram outro serafim naquela montanha. E a Lailah conhecia os dois. Ela deve conhecer todo mundo. Se você tem um segredo terrível e for um serafim, não deixe a Lailah descobrir!
E o que acontece se um serafim se corrompe? Esse parece ser um dos segredos terríveis que o mundo esconde: ele se torna um dragão. Esse foi o destino do irmão de Edna, a serafim da terra que Sorey e Lailah encontraram nas montanhas (enquanto isso Mikleo partia em uma side quest para encontrar uma arma legal e poder fazer pacto com o Sorey também). Se os humanos da época de Berseria tiverem descoberto isso eu entenderei porque Artorius resolveu controlar o mundo com mão de ferro e prender todos os “demônios”. E seria uma explicação muito boa para os serafins terem cortado relações com os humanos também.
Porque a pior parte da corrupção de um serafim quando esse se transforma em um dragão é que ao contrário dos outros animaizinhos inofensivos essa não é reversível através de purificação. Ou se for, nem mesmo os serafins conhecem um método para tanto ainda. E isso opõe os dois serafins introduzidos nesse episódio: Edna, a irmã do dragão que quer que ele viva mesmo isso sendo irracional e Zaveid, um serafim bruto com uma pistola bacana que parece ter sido amigo do dragão antes de sua dragonificação e quer matá-lo, acreditando ser essa a maior e única piedade possível. Sorey resolve o impasse prometendo que um dia resolverá o impasse da purificação de dragões. Foi bom o bastante para os dois serafins pelo menos, e Edna se torna a segunda pactuante do Sorey (toma essa, Mikleo!).
Claro que a essa altura ainda há muito mais perguntas do que respostas no ar, mas acho que já introduzi a maioria das que acho mais relevantes nesse artigo. Encerro com uma dúvida que talvez nunca tenha resposta porque talvez nunca venha a ser um problema, mas o que aconteceria se humanos (além da Alisha) descobrissem que Sorey, o Pastor, tendo a oportunidade, decidiu poupar um dragão apenas para ser legal com criaturas invisíveis com as quais só ele consegue conversar chamadas serafins?