Cara… se eu achava que até agora tava difícil encontrar alguma influência de arquétipo em FMA, a barriga do Gluttony merece o prêmio. Eu não sei se é porque é o Gluttony ou se não acontece nada demais nessa parte mesmo (se acontece, não é tão impactante assim como as outras). Mas enfim, o que falar do Gluttony? Nada. Desculpa, ele não fala muita coisa relevante além de querer comer todo mundo que não é amiguinho. Não tenho informação o suficiente pra criticar ele, para associar um arquétipo a ele, e nem pra gostar dele. Eu não sei se a autora fez isso de propósito, mas todos os pecados, menos os emocionais, não pensam muito. Exemplos como Gluttony (gula) e Sloth (preguiça), são bem retardados, comparados aos irmãos. Se a Hiromu quis assim, eu não sei. Ou se ela segue uma lógica para desenvolver as características de cada homúnculo, eu não sei.

Mas voltando à barrigona do Gluttony, o que acontece lá dentro não é nada novo. Eu não vou ficar escrevendo sobre isso, por motivos que eu já falei lá em cima. Gluttony não é um personagem que eu acho legal. Ele não apresenta nada novo. Tudo o que os acontecimentos da barriga fazem é mostrar mais as característica dos personagens. Tem o Ed com medo de usar a Pedra Filosofal e o Ling. Infelizmente, a única coisa que lembro é ele pensando como a pose do Ed faz ele lembrar de uma oração a Deus. Mas isso não importa agora, vamos focar nos arquétipos. E não podemos esquecer do Envy sendo desenvolvido, mas eu vou juntar todas as peças dele e tacar em um post só como fiz com a Winry.

Depois disso, temos a parte do subterrâneo com o Pai, e etc… olha, pra ser sincero, eu poderia terminar a série de artigos sobre FMA aqui mesmo, mas, como eu uso uma política anti-spoiler eu não posso fazer isso. Eu só uso essa política porque FMA funciona muito bem do jeito que eu to fazendo os posts. E, essa parte junto com a da barriga do Gluttony, não são tão legais comparadas ao resto. Bem, é como se fosse a introdução para o segundo plot que eu vivo falando.

Bem, como tem coisas faltando pra fazer um post decente sobre os acontecimentos subterrâneos, vamo pra Briggs. Briggs… que vida. Enfim, depois de descobrirem que o Pai pode cancelar alquimia, eles procuram a garota Chinesa, para obter conhecimento da alquimia de Xing, alkahemistry ou rentanjutsu (eu não lembro nome BR). Além de virarem o foco dos homúnculos por eles serem encrenqueiro demais, os irmãos inventam uma genial desculpa: eles vão buscar formas para recuperar seus corpos em vez de arruinarem o plano dele. Eu achei essa parte meio forçada, eu tenho quase certeza que na vida real os dois seriam colocados em jaulas (cof cof Marcoh). Mas enfim, a Hiromu que manda nessa série, se ela quiser, ela coloca quantas Hiromisses preferir. Não me critiquem, ou se quiserem me critiquem. Voltando para o resumo, através de contatos, os irmãos descobrem que a May está indo para o norte, e em busca dessa garota, eles descobrem o segredo do plano dos homúnculos. Acho que isso está bom como introdução, indo para o que interessa… arquétipos.

-Sorri pra foto pai. -Não da pra sorrir olhando pra você, meu fracasso. s/2

-Sorria pra foto pai
-Não dá pra sorrir olhando pra você, meu fracasso s/2

Briggs de uma forma é o contrário do Ed. Enquanto Ed tenta fazer seus sonhos realidade, contando com o mínimo de ajuda possível, Briggs usa o máximo de pessoas pra alcançar seus objetivos. Ed é muito do bem e prefere causar o mínimo de dano, enquanto Briggs… se precisar o cinto bate sem parar. Aí você enfrenta um choque entre dilemas. Ed faz as coisas de um jeito enquanto Briggs faz de outro. Briggs, em si, representa o arquétipo da Era de Ferro. Eles vivem em guerra com o outro país. Tudo em busca da paz de Amestris. Interessante que nós não vemos nenhuma guerra acontecendo enquanto Ed está lá (só vemos um massacre, mas não durou nem 5 minutos). Eu acho que isso é mais usado para dar sentido pra história e suporte para o plano maligno dos homúnculos. Não que isso tenha prejudicado a história, serviu como parte do arquétipo de “O Ano Humano”, aquele lá que ninguém lembra. Se esse é seu caso, é o que você se pergunta por que você, a autora, na verdade, colocou ou deu essas características? Falemos a verdade, Briggs não é nada inovador, só era necessário para que a história andasse.

Na casa dos outros, você segue as regras deles.

Na casa dos outros, você segue as regras deles

O que eu acho interessante de Briggs, é como a autora usa os personagens. No geral, temos 4 introduzidos, que fazem algo nesse arco: Mira Armstrong, Miles, Buccaneer e o Kimblee. E dos 4, 3 dá pra usar como arquétipo: Mira, Miles e Kimblee. A maioria deles já é repetição. Mas isso não importa, porque o ponto de eu fazer esse tipo de post é como usar os mesmos arquétipos de formas diferentes. Se eu posso fazer isso em um anime como FMA, não vejo problema da autora ficar reciclando arquétipos. Mira em geral atua como a “Professora Deus” de Briggs. Bom, não tem surpresas dela ter esse arquétipo. Sempre que pessoas passam por dificuldades, elas procuram alguém para salvá-las. Como os Alemães, depois de perder a Primeira Guerra Mundial, confiaram em Hitler para salvá-los da pobreza. Os soldados de Briggs confiam fielmente na General Armstrong para guiar eles à vitória. O interessante é que FMA tem pequenos flashbacks, não dela, mas sim do subordinado Miles. Um dos fatores que fortalecem o fato da Mira Armstrong ser a “Professora Deus” é o fato dela ter criado uma personalidade para o Miles. 

Miles é um Ishvalano, que servia o exército de Amestris, na época em que ocorreu a Guerra de Ishval. Miles, perdido, descobre o caminho certo graças à Mira Armstrong. Obviamente, ele não chegou ao ponto de ter um arquétipo próprio, que o descreve totalmente (se tiver é um bem específico), mas ele mostra sinais de outros arquétipos, como a Perda de Inocência e o Bem vs Mal. Na realidade, ele suporta o arquétipo da Professora Deus da Mira, enquanto com o Ed ele representa a Perda de Inocência, e com o Scar ele representa o Bem vs Mal. Bem, começando com a Mira, só o fato dele seguir ela fielmente, mostra que ele a considera uma mestra. E geralmente professores dão um poder extra para o aluno, para ele seguir em frente, e nesse caso, o que a Mira deu para Miles foi confiança e segurança. Enquanto o Miles se sentia inseguro, Armstrong deu um motivo para ele lutar. Ouvir as palavras da General, mostrava que ela o considerava um companheiro que o iria ajudar e apoiar nos sonhos dele. Agora, com o Ed, ele entende como o Ed é. Alias, todo mundo de Briggs sabe como ele resolve as coisas. Porém, Miles foi o que mais teve contato com o Ed. A operação do Kimblee ou do Scar, eram tempos onde Miles tentava mostrar para Ed o quão cruel o mundo pode ser. Não era à toa que o Miles tentava ensinar isso para o Ed. Por experiência própria, ele sabia que Ed ia precisar perder essa mania dele de tentar evitar mortes ao máximo, porém, Ed sempre achava uma forma de contrariar Miles, e ele meio que não aprendeu essa lição. Finalizando a análise do Miles, com o Scar, você pode perceber que ambos tem o mesmo objetivo, mas optaram por formas diferentes. Enquanto Scar tentava resolver as coisas matando alquimistas, odiando geral, Miles tentava arrumar as coisas por dentro, aniquilar o problema por dentro. Ironicamente, nesse ponto da série você já percebe o quão corrupto o núcleo está, fazendo quase impossível o plano dele funcionar. E é irônico, porque ele tenta ensinar para o Ed que é preciso matar para conseguir seus objetivos, sendo que o plano não é nada sangrento e agressivo. Enfim, se ele soubesse mais sobre a história, talvez ele fosse um personagem diferente.

"Fala uma sacanagem no meu ouvido"

“Fala uma sacanagem no meu ouvido”

E agora temos Kimblee, mas antes de ir pra ele, eu quero relembrar algumas coisas que não envolviam muito os irmãos. Mustang fica totalmente chocado quando descobre que os cargos mais altos estão totalmente corruptos. Mas isso fica pra outro post, o foco aqui é o Kimblee brincando de pega – pega com o Scar e cia. Já que Scar raptou Marcoh, Kimblee é encarregado de recuperar ele. Bem, resumindo, o Kimblee pra mim é um Mustang que deu totalmente errado. Eu não tenho como provar totalmente isso, porque eu não acho que os dois se encontraram diretamente no mangá ou anime todo, mas Kimblee não “está” de nenhum lado, ele só ajuda os homúnculos, porque eles secam a sede de poder dele. E já que principalmente o Scar está desenvolvendo a sua personalidade conforme a história anda, e ele meio que não encontra Mustang depois daquele encontro no Este, Kimblee faz o papel do Mustang. Logicamente, o Kimblee já é corrompido e não se importa de se sujar mais ainda. Tirando os irmãos, ele não enfrenta muita gente do bem, isso é bom, já que você conhece alguém pior que os garotos maus (Scar, e as quimeras dele). Se você percebe que eles não são tão malignos assim porque você conhece o Kimblee, é um sinal de que eles estão ficando do bem. Fora que os personagens em FMA se trombam com o Kimblee ou com o Mustang. Esse é o meu principal argumento para falar que Kimblee, junto com Mustang, ajudam a nivelar a maldade nos personagens. Eu não sei se isso é um arquétipo, porque eu acho que é muito pouco pra representar Bem vs Mal. Mas é assim que ele funciona.

Uma imagem do que eu espero de 2017... sobre a minha vida.

Uma imagem do que eu espero de 2017… sobre a minha vida

Bem, Briggs eu achei que eu falei menos do que eu esperava e pra ser sincero, eu não tenho nem ideia de quantos episódios eu cobri nesse post. Mas que a verdade seja dita, cada autor tem a sua forma de usar arquétipos e geralmente eles repetem de novo e de novo, até cansarem. Um exemplo disso é One Piece. Cara, Oda repete tanto a fórmula dele, que eu perco a vontade de ler às vezes. Mas em Fullmetal, Hiromu abusa disso, apesar de não chegar ao ponto de virar um problema, fora que não vejo problema se ela repetir a fórmula com personagens diferentes.

Bônus: O Buccaneer só ajuda a desenvolver a Mira, desculpa se ele é teu favorito. Mas enfim, ele e o Miles são quase iguais. Mas só a parte da Mira.

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