Arslan Senki – ep 7 – Farangir, a sacerdotisa de Mithra
[sc:review nota=4]
O nome e ocupação da última companheira de Arslan em sua reconquista pelo reino foram revelados. Como você deve ter percebido pelo título, ela se chama Farangir, e veio de um principado distante onde é sacerdotisa de Mithra. Bom, última futura companheira, né, já que ela e Gieve ainda não se encontraram com a gangue do príncipe. Mas longe de ter se dedicado apenas a ela, esse episódio revelou um punhado de informações fundamentais, e nem todas elas através dos personagens simplesmente narrando-as em voz alta para a audiência (ao contrário de um outro anime da temporada). Foi com isso que esse episódio segurou a atenção do espectador, e é com isso que espero segurar sua atenção com esse artigo.
Começando pela Farangir, ela veio de longe exatamente para encontrar o príncipe Arslan, obedecendo a propósitos ainda não esclarecidos. Inconvenientemente para ela e desastrosamente para Pars, enquanto ela viajava os lusitanianos esmagaram os parsianos em Atropatene e tomaram Ecbatana. Se eu entendi, ela sequer chegou até a capital. Mas não pretende ainda voltar para o buraco de onde saiu, já que considera uma desonra retornar sem cumprir sua missão. Não sei o que ela pretende, mas certamente isso a levará até Arslan. E levará Gieve também, que a viu pelo caminho e decidiu que ela era boa demais para não ir para a cama com ele, portanto esperou que ela se aproximasse desavisada de soldados lusitanianos dos quais ele pretendia salvá-la para ganhar sua gratidão sexual. Felizmente para Farangir, parece que sacerdotisas de Mithra são bem treinadas no arco e flecha, e ela provavelmente teria acabado com todos os soldados sozinha mesmo sem a ajuda nada altruísta de Gieve.
Enquanto isso, em Ecbatana a rainha Tahamine foi capturada e o rei Inocêncio VII de Lusitânia é só uma versão gorda e inútil de Gieve, então ao invés de condená-la, conforme todos os generais esperavam, decide tomá-la como sua esposa, mesmo sendo uma herege. Não é só a heresia de Tahamine que preocupa o alto comando lusitaniano, contudo, mas o passado sangrento de Tahamine: guerras foram travadas e feudos e reinos tiveram seus destinos mudados por causa dela. Agora que Pars caiu, pode-se dizer que todos que já a possuíram antes tiveram destinos trágicos, e os lusitanianos temem atrair esse mau agouro para seu próprio reino. O rei, contudo, é bom em uma coisa: inventar desculpas fundamentadas em leitura conveniente de sua religião para justificar suas vontades. Diz o rei que certamente tudo pelo que Tahamine passou foram provações de Yaldabaoth, e por isso, logicamente, seu destino é casar-se com um monarca dessa religião e redimir-se. Assim tanto ela quanto Lusitânia não teriam com o que se preocupar. Outra ocasião em que o rei Inocêncio VII justifica suas vontades arbitrárias com sua religião é quando ele, após observar a pilhagem do castelo de Ecbatana, diz que nenhum soldado ou mesmo general receberá nada, tudo irá para o bispo de Yaldabaoth, para a irritação silenciosa dos generais que o escutaram.
A essa altura seria de se perguntar como um rei assim chegou tão longe, mas Arslan Senki não demora a responder. Quem realmente faz o reino funcionar é seu irmão e generalíssimo do exército lusitaniano, Guiscard. Irritado com as últimas decisões do irmão, é seduzido por Silvermask a tomar dele o trono – mas não agora. Mas há mais coisas podres em Lusitânia do que apenas a incompetência do rei. Os escravos de Ecbatana, que ajudaram e talvez tenham sido vitais para a tomada da cidade, continuam sendo escravos (e a rainha de frescura! Devia ter mentido pros escravos mesmo e talvez salvo a cidade). Soldados lusitanianos vagam pelas ruas de Ecbatana como cães famintos prontos para tornar um inferno a vida da população da cidade (me pergunto se seria diferente se o rei tivesse dado parte do tesouro capturado para seus homens como prêmio). Achaque, violência, roubo, e a população nada pode fazer contra. Elam se infiltrou na cidade disfarçado de mulher e teria sido estuprado se fosse mesmo uma mulher. Ele matou o soldado que tentou atacá-lo e depois conseguiu fugir de Etoile, aquele garoto capturado no primeiro episódio que Arslan sem querer ajudou a escapar e que hoje é um soldado, um escudeiro de alguém importante no exército, parece. Etoile está em busca de informações sobre os soldados que foram feito escravos junto com ele, e Elam voltou para reportar o que viu em Ecbatana.
Além de tudo o mais que ele contou e que já sabemos, a informação que chocou e exigiu atuação imediada de Arslan foi a de que Kharlan deixou a cidade com um grande exército, e não é difícil para todos ali concluírem o objetivo dele: caçar o príncipe. A dedução sobrenatural fica a cargo de Narsus, claro, e ele informa o príncipe, com gravidade, que Kharlan provavelmente não irá procurá-lo aleatoriamente, escolhendo ao invés disso destruir um vilarejo atrás de outro espalhando a palavra de que está atrás do príncipe. Foi isso mesmo o que Kharlan fez, mas mesmo Narsus reconheceu que ele poderia ter feito outra coisa. No fim das contas, ele enfatizou tanto essa hipótese porque queria testar o valor de Arslan como um líder: queria saber se ele iria escolher salvar os vilarejos, salvar seu povo, mesmo vastamente sobrepujado em número por Kharlan. E claro que essa foi a escolha do príncipe, que nem sabe que foi testado. Arslan passou no teste de caráter.
Ufa, deve ter coisa que eu esqueci de escrever, mas acho que os fatos resumidos e comentados nesse artigo foram os mais importantes. Nesse tipo de episódio nem tem muito o que fazer a não ser relatar o que aconteceu, não foi um episódio muito bom e nem muito ruim, acho que foi muito médio. E provavelmente necessário, a depender da velocidade que se pretenda dar ao enredo daqui por diante.