[sc:review nota=3]

Finalmente Himouto! Umaru-chan abriu espaço para trabalhar um pouco a personalidade de Sylphynford. Esta personagem havia me chamado a atenção desde o princípio por causa de sua aparência exótica e personalidade típica de vilão de anime infantil: todos sabem que falhará em tudo que tentar fazer para superar o protagonista, mas mesmo assim jamais deixará de tentar, por mais repetitivo que seja. Eu já estava com uma certa agonia em ver que estamos chegando à metade dessa temporada e uma personagem como ela, que tem carisma, energia positiva e capacidade para ser mais do que apenas um clichê, estava sendo deixada de lado. Felizmente, esse episódio mostrou que a rival de Umaru tem poder não apenas para sair de um clichê chato, como também para mudar um importante contexto da história.

Nem me lembro qual foi a última vez em que assisti a um episódio tão carregado de referências a jogos; a filmes; à cultura pop; à vida, o universo e tudo mais. Himouto transforma qualquer coisa em piada e essa rajada de referências é basicamente um grito de “não me leve a sério”. Acho que já havíamos entendido essa mensagem nos outros três episódios, mas se fazem questão de ficar reafirmando isso toda semana, então o que podemos fazer? Não vou ser a chata que reclama do humor leve, ainda que repetido, porque ele funciona. Na maior parte do tempo, assim que cada nova situação era apresentada, já sabíamos exatamente como terminaria. Isso nos impede de se prender a detalhes ou expectativas, apenas acompanhamos o desenrolar e confiamos que vai ser divertido. Qualquer pessoa que assista com um pensamento diferente desse, não vai gostar desse anime.

A partida de tênis foi divertida, mas será que precisava mesmo dividir as equipes daquela forma desproporcional? Não poderia ser uma batalha apenas entre as duas “rivais”? Ou ter a participação de figurantes? É claro que ninguém esperava que o anime fosse retratar uma grande partida de tênis, mas já que o episódio deveria explorar a relação de rivalidade, eu gostaria de ter visto um confronto mais justo.

As melhores atletas da escola contra a sempre “vice” da Umaru e a garota que joga com os olhos fechados de tanto medo. Duvido alguém adivinhar o resultado...

As melhores atletas da escola contra a sempre “vice” da Umaru e a garota que joga com os olhos fechados de tanto medo. Duvido alguém adivinhar o resultado…

É uma pena que a partida de tênis não tenha sido melhor aproveitada, mas pelo menos serviu para Umaru notar o tamanho da força de vontade que a Sylphynford possui. Aliás, considero essa personagem como sendo a melhor do anime até agora, depois da versão chibi da Umaru, é claro. Nada supera a versão chibi da Umaru. Enfim, Sylphynford traz consigo uma mensagem muito positiva de determinação e autoconfiança. Por incrível que pareça, essa moça de aparência e atitudes excêntricas é o melhor exemplo de “pessoa real” que Umaru poderia ter por perto. Ela erra, é subestimada, fala tudo o que tem vontade de dizer e, por mais derrotas que enfrente, em nenhum momento ela se deixa abalar ou perde a postura de uma pessoa que quer vencer. Comparada a ela, a versão “aluna perfeita” de Umaru se torna muito desinteressante. Pessoas perfeitas são muito limitadas, só fazem o que já se espera delas e nada além disso. É por isso que Sylphynford é tão importante! Ela é o ponto de conexão com a realidade dentro desse mundo de perfeição em que as pessoas ao redor ajudaram a colocar Umaru. Ela é do tipo que consegue ativar nos outros aquela auto avaliação sincera, responsável por não deixar elogios alheios nos levarem à bela ilusão do comodismo.

Nesse episódio ainda fomos apresentados a um novo personagem chamado Alex. Ele é colega de trabalho do irmão de Umaru e foi treinado por ele. Taihei o encontrou também durante o campeonato de games ao qual Umaru foi convidada para participar, assim como os melhores jogadores de suas respectivas regiões. E esse foi o único confronto que realmente pudemos acompanhar com uma certa expectativa, já que Sylphynford parecia estar em vantagem sobre ela pela primeira vez desde… Sempre! Umaru estava sob pressão, já que corria o risco de ser descoberta naquela situação por uma pessoa de sua escola. Além disso, ela não estava totalmente confiante em suas habilidades e Sylphynford se revelou uma excelente jogadora. Havia uma chance real de Umaru ser derrotada e, ao perceber isso, ela buscou com os olhos o irmão na plateia. Nesse momento, percebemos o quanto Umaru realmente gosta dele. Ela estava decepcionada, não por estar prestes a perder, mas por não poder provar para ele ali, naquele campeonato de alto nível, o quanto ela é forte. Por sorte, Sylphynford teve a curiosidade de ver para onde Umaru estava olhando e avistou Alex ao lado de Taihei. Ela teve uma reação de vergonha exageradíssima ao vê-lo, e abandonou o campeonato para sair correndo de lá. Assim, Umaru foi a campeã. Todos sabemos que, se existe um poder que não pode ser derrotado nunca, esse é o poder do protagonismo. Foi um final bem decepcionante, mas ao menos serviu para demonstrar uma possível nova vertente da história, onde Sylphynford possui uma história própria, independente da vida de Umaru. Apesar de todo “enfeite” que colocaram na reação dela, acredito que Alex seja seu irmão. Ele havia dito para Taihei que também estava ali com a irmã mais nova, então é possível que tenha resolvido fazer uma surpresa ao acompanhar o campeonato sem avisar para ela. Além do mais, seria muito mais interessante saber que o motivo para Sylphynford se esforçar em aprender novas coisas e entrar em diversas competições, é por um motivo parecido com o da Umaru: provar seu valor a alguém que ama. Pelo menos é um motivo bem melhor do que apenas querer chamar a atenção para si, ou querer superar a Umaru.

Diferente de todos os outros personagens, os fatos que devem ser explorados sobre ela e o Alex nos próximos episódios podem fugir do padrão que vem sendo usado, onde tudo sempre gira em torno da Umaru (pelo menos é isso que eu espero). Dessa forma, a história ganharia maior amplitude e a personalidade de Sylphynford teria a chance de ser melhor construída para possibilitar que ela se torne uma rival de verdade para Umaru, ou uma amiga de verdade, e assim deixe de ser uma personagem cuja única coisa que se espera é que seja derrotada infinitas vezes, só para fazer graça.

Temos um novo casal ou é apenas o exagero de sempre?

Temos um novo casal ou é apenas o exagero de sempre?

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