Adachi quer beijar pela primeira vez, mas não serve qualquer pessoa, são os lábios da Shimamura que ela quer tocar com os seus. Você me acompanha em mais um artigo sobre esse fofo e lento romance?

A conversa da Shimamura com a astronauta viajante do tempo, Yashiro Chikama, foi bem divertida e, apesar dessa personagem ser uma adição peculiar a trama, logo deu para ver que também será útil.

É a partir da conversa com ela (que imagino ser uma garotinha muito da criativa e sapeca) que a Shimamura para para pensar um pouco mais em seu futuro e leva a Adachi com ela nessa empreitada.

Não sei por que a Adachi gazeia aula, talvez nem tenha um grande motivo além da timidez e sensação de não pertencimento ao ambiente, mas sei que a conclusão a qual a Shimamura chega é a mais plausível.

Para se chegar a algum lugar tem que se fazer alguma coisa e ela não quer seguir em frente sem a amiga ao lado, o que não é ruim para ambas e também deve ajudar a Adachi a mudar em sua vida.

Enfim, as duas podem não ser gatinhas (não literalmente), mas a associação das personalidades delas com os gatos foi excelente, afinal, ambas são introspectivas, até desconfiadas, cada uma a sua maneira.

A Adachi é aquela gatinha que foge quando vê alguém de fora entrando em seu espaço, já a Shimamura interage com qualquer um, mas sempre mantém alguma distância, como se não conseguisse se entregar.

E o trecho da Adachi com a cabeça no colo da Shimamura seguiu com o desenrolar da tensão romântica que já se fazia clara já na primeira cena, a qual, inclusive, entregou o que será a história.

Parece meio abrupta pela exploração da ideia do beijo após uma estreia que mais solidificou a amizade, mas, na verdade, não acho incoerente, ainda mais por quão indomável é o sentimento da paixão.

É algo que cresce naturalmente, sem a pessoa se dar conta, independentemente de ser uma amiga próxima ou não. Às vezes a pessoa nem percebe até o subconsciente dar nome aos bois.

Enfim, daqui a pouco comento mais isso, acho importante seguir mais ou menos a cronologia do episódio e não poderia deixar de mais uma vez elogiar as ótimas reflexões da Shimamura.

Ela usa exemplos simples, mas que considero úteis na intenção de passar a mensagem para o público, sua introspectividade recheia a trama e é ainda mais bacana que a Adachi faz o mesmo.

Uma cena que demonstra bem isso é a do apertar de mãos, que na cultura japonesa tem um significado um tanto mais profundo que na ocidental, ao menos se a pessoa se atenta para isso.

E a Adachi se atentou pelo “simples” fato de estar tomando consciência do sentimento romântico que nutre pela amiga. Ela ainda não quer admitir, mas ficou claro como a vê como algo além.

Em seguida, tem a cena do donuts que não revela um segredo do universo ou acrescenta nada de novo a série, mas nos lembra como a Adachi é o tipo de pessoa que “foge” quando a interação se expande.

Como para para pensar depois, é um sentimento de posse, mas ao mesmo tempo também vejo medo, hesitação em desabrochar para o mundo e correr o risco de não ter a Shimamura ao seu lado.

Isso é algo que deve mudar com o tempo e acredito que a cena do almoço tenha sido um pequeno passo nesse sentido. Mas é algo que vai mudar aos poucos, em ritmo lento tal qual o do anime.

Um pouco antes a Shimamura vê a Adachi envergonhada trajando um lindo vestido chinês e eu considero a insistência dela em evitar o encontro um sinal do quanto está “consciente” sobre a amiga.

Digo, consciente romanticamente, como alguém que se sente envergonhada sendo vista de uma forma diferente. Não que amigas não possam se sentir assim umas com as outras, mas corando tanto?

E isso não é nenhum problema, pelo contrário, é ótimo ver a Adachi dizendo para si uma coisa, mas em detalhes dando a entender outra, reforçando o quanto despertou romanticamente nessa relação.

A ida até a casa da Shimamura acaba sendo a cereja do bolo, pois por mais que o avanço dela (ao sentar aconchegada a outra) fosse um passo enorme em seu mundo, era algo banal para a Shimamura.

Claro, era banal porque a irmã pedia o mesmo, mas repare como em nenhum momento a Shimamura se toca de nada. Não é como se ela não fosse despertar para isso, é só que tem um tempo diferente.

A Adachi acabou sendo mais rápida nesse aspecto, o que talvez se deva a uma maior carência, mas é inegável o quanto elas se dão bem uma com a outra, o quanto se sentem a vontade juntas.

Então, tenho certeza de que a Adachi não estaria sentindo o que está sentindo se fosse qualquer garota e o mesmo vai valer para a Shimamura. É só questão de tempo até o amor florescer entre as duas.

Por fim, Adachi to Shimamura segue fofíssimo e belíssimo, quase irretocável em sua simplicidade. Eu só pontuo que a transição para o aspecto romântico da trama pareceu um pouco abrupta, pois de resto…

De resto o anime segue muito agradável de ver e o melhor é que mesmo o algo estranho, a astronauta, acaba se misturando de forma bacana a trama. Adachi quer beijar pela primeira vez, e a Shimamura?

Até a próxima!

Comentários