Eis que vejo uma grata surpresa para começar bem o ano e quem diria que essa seria um simples curta. Pois bem, para quem quiser aproveitar bons minutos da mais pura comédia nonsense, Youjo Shachou surge com as suas funcionárias padrão, que chegam para administrar e comandar a diversão na sua tela!

Em 13 episódios de aproximadamente 3 minutos, compilados em um único episódio, esse pequeno ONA nos apresenta a Mayu, Yuki, Darcy e Najimu, a protagonista suprema desse negócio e a CEO que entitula o anime. Juntas as quatro personagens – e mais alguns secundários – mostram a maravilha que é trabalhar numa grande empresa comandada por uma garota de 5 anos, completamente infantil como a idade sugere, alegre e autêntica.

De início achei que o objetivo da obra era focar no moe causado pela aparência da própria Najimu, já que ela é uma criança que se comporta fofamente como uma. Carregando a ideia básica de fofura e só, qual não foi o meu choque ao ver que todas as mini tramas, giram em torno da “insanidade” dessa figurinha?

Durante os episódios achei incrível o modo como a menina movia a história, pois apesar de suas ações serem as mais bobas e ridículas possíveis, é com essas que ela consegue se meter e resolver problemas que vão de um empresário tentando o suicídio, a um homem com problemas de saúde.

Quando se trata de trabalho, a última coisa que a pequena chefinha pensa é em cansar seu brilhante intelecto com chatices ou regras, mas não pensem que seu desejo constante de brincar a impede de ser útil, não, não, ela apenas se move no seu passo e resolve as pendências do seu jeito particular e involuntáriamente eficiente. Resumindo, só posso dizer que ela é maravilhosa, engraçada e pronto.

Em contraponto a toda doidice natural de sua patroa, Mayu é a voz da razão e a que mais fica absurdada com o absurdo que é essa situação no trabalho, já que só imagina os estragos que uma criança pode fazer.

Diferente dela, Yuki é a “mãe” do anime, cuidando da Najimu como uma protetora e apoiando todas as suas “astúcias” e esse contraponto entre o comportamento das duas funcionárias com a protagonista é que dá o tom da graça em meio as confusões criadas por ela. Darcy completa o time e é dona de uma natureza selvagem, ocultada pela sua tentativa de sobreviver na cidade grande, mas é igualmente divertida como as outras três.

O que eu mais gosto é que a obra se mostra competente em captar a essência das garotas e fazer isso funcionar em tão pouco tempo, criando uma situação e uma resolução que diverte pelo inesperado das suas ações.

Alguns dos melhores momentos por exemplo, ficam por conta das lições de vida que alguns personagens aleatórios tiram das maluquices que a Najimu faz, quando na verdade não está se ensinando nada ali, tudo é só coisa de criança e eles compram por estarem fora de si – eu ri horrores. Enfim, não existe um grande enredo por trás de tanta loucura, é apenas uma comédia desenfreada que funciona por se comprometer com seus excessos.

Admito que eu gostaria de ver esse anime com mais episódios ou uma duração maior, talvez uns 7 minutos já valessem a pena, porque são esquetes tão curtas e boas que logo você pede por mais e se pergunta o que mais poderiam acrescentar naquela pequena situação cotidiana explorada.

A produção encabeçada pelo estúdio Project no.9 está bem redondinha e perfeita para um curta desse estilo, tendo uma arte simples, mas sendo bem colorida e precisa nas expressões exageradas. A dublagem é outro ponto positivo, com destaque para as seiyuus da Najimu e da Mayu que dominam com maestria a excentricidade de suas personagens.

Contando com uma turma super carismática e um ótimo timing cômico, Youjo Shachou foi uma pérola que curti muito e indico sem dúvida, principalmente para quem gosta de “comédias trabalhistas” com o brinde do caos absoluto, assim como eu.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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