Episódio muito bom, um dos melhores de Gundam Orphans até agora. Apresentou a realidade do mundo para as crianças da Tekkadan e para nós da audiência ao mesmo tempo em que teve cenas de ação interessantes (mais pelas táticas do que pela animação). Mas acho que naquilo que esse episódio pretendia ser mais pungente ele falhou. Pode ter sido só comigo, mas eu não entendi direito a cena mais dramática de todas, já no final. Não que eu não soubesse o que estava se passando em frente aos meus olhos, mas sim que eu não consegui compreender porque estavam falando uma coisa e agindo de forma ilógica em seguida. Eu vou chegar lá, continue lendo por favor.
Se você é um peixe, ou tem memória de peixe ou ainda pior, esse anime foi feito para você. No episódio anterior o Akihiro e o Takaki conversaram sobre suas famílias. Na verdade foi um episódio onde muita gente falou sobre família, como a Kudelia e o Biscuit, por exemplo, além de comentar, vocalmente ou através de ações, sobre o que é uma família. Mas foca no Akihiro, porque veio dele a grande novidade: ele tem um irmão. Só não sabe onde ele foi parar porque os dois foram vendidos como escravos separadamente. Eu disse, então, que se aquilo foi mencionado é porque eles provavelmente estavam destinados a cruzar caminhos no campo de batalha e em lados opostos. Disso eu não tinha dúvida. Só deixei no ar a pergunta: quando? Esse episódio respondeu: imediatamente! é quando eles vão se cruzar no campo de batalha!
Gundam Orphans, já ouviu falar em sutileza? E ritmo adequado de desenvolvimento? Não é como se o anime já estivesse no final, ele vai ter 25 episódios. Também não é como se tudo estivesse acontecendo em um ritmo alucinante porque se tem alguma coisa que os dez primeiros episódios de Gundam Orphans deixou bem clara é que ele não é um anime apressado. A única resposta possível é que Okada, a roteirista, estivesse com medo que esquecêssemos sobre esse detalhe que é o Akihiro ter um irmão, daí o título desse artigo.
Mas só estou sendo venenosamente sarcástico de graça porque sou um cara ruim assim mesmo. Foi um bom episódio, inclusive e principalmente por causa dos irmãos Altland.
Deveria ter escrito antes o artigo sobre o episódio nove, me atrasei e por feliz coincidência o episódio dez não muda de tema, então vou escrever um artigo só para os dois. A bem da verdade, a linha principal do enredo do anime nesses dois episódios é bem simples e direta, sem muita coisa para se reparar. A diversão está nos detalhes. Alguns bem óbvios (e por isso nem tão “detalhes” assim, admito), até coisas que são pura especulação minha através de ligações aleatórios entre elementos disjuntos. Para não ficar um artigo muito grande, vou tentar escrever por tópicos.
Eu tenho problemas, você tem problemas, todo mundo tem problemas! Tá bom, entendi, as pessoas têm problemas. Adolescentes em particular têm muitos problemas, e aqui temos a Tekkadan, em sua nave cheia de adolescentes, pilotada por adolescentes para atingir seus adolescentes objetivos de vida. É bom que seja assim, digo, se não tivessem problema nenhum sequer teríamos uma história, não é? O meu problema com esse episódio é que, na falta de coisa melhor para ganhar tempo enquanto tentam justificar os 25 episódios que o anime está programado para ter, tocaram de forma bem superficial no que incomoda os três personagens principais de Gundam Orphans e fizeram um enorme drama por causa disso. Melodrama. Mari Okada, alguém?
No episódio anterior quando apareceu o Maruba esbravejando no monitor feito um pateta eu pensei que a missão toda dele seria uma patetice, mesmo que tivesse contratado alguém pra fazer seu serviço sujo. Bom, e ele contratou: a própria Teiwaz com quem a Tekkadan planeja fazer negócio. Isso foi inesperado pois achei que o anime fosse enrolar mais para introduzir a Teiwaz. Foi um bom episódio de ação que mostrou mais uma vez do que essas crianças são capazes quando são encurraladas.
Mais um episódio de ligação. Aconteceu pouca coisa, e se esse episódio fosse importante só pelo que aconteceu nele, teria sido uma lástima. Mas além disso, foi mais um episódio de construção do mundo. Muitas informações reveladas, algumas totalmente novas, outras complementando o que já era sabido. Pelo menos uma das coisas mais interessantes foi revelada nesse episódio e não saiu da boca de ninguém, não foi narrada: o anime apenas mostrou. A nave está mesmo cheia de crianças.
Gundam Orphans mostra para todo mundo como uma batalha espacial com naves e robôs gigantes deve se parecer. Não vou dizer que nunca vi melhor, longe disso, nem é como se a animação e a coreografia tivessem sido espetaculares, mas para o momento do anime (pouco depois do começo), considerando ainda que é um anime para TV, foi uma batalha sem dúvida empolgante. A carga emocional foi menor do que nas batalhas anteriores porque não tinha nem o peso de um duelo doloroso entre um veterano de guerra e um soldado adolescente nem o desespero de uma batalha de crianças deixadas para trás para morrer contra uma força militar muito mais poderosa. Mesmo assim a batalha desse episódio foi mais divertida. Talvez porque no espaço tudo fica melhor. Talvez justamente por haver pouco envolvimento emocional. Eu não sei, só sei que gostei. O que você achou?
Um episódio de ligação entre o arco inicial e o próximo, que se nada der errado será o da (tentativa de) viagem para a Terra. Um pouco mais de tudo é revelado, a Gjallarhorn, a Terra, Marte, as crianças da CGS (agora Tekkadan). Não o suficiente para matar totalmente a curiosidade, mas o bastante para não voarmos à deriva pelo espaço, hehe. Comento sobre tudo isso e um pouco mais nesse artigo a partir do próximo parágrafo!
A história está longe de decolar ainda, e mesmo se e quando o fizer, não acredito que vá ser algo revolucionário, inovador, incrível. Mas é sólida. Uma boa roteirista trabalhando em uma franquia com um cânone bem estabelecido podem conseguir transformar histórias simples em grandes épicos. Some isso à arte espetacular e cheia de significados que Gundam: Orphans exibiu até agora, especialmente nesse terceiro episódio, e o resultado final é excelente. Com todas as suas limitações (além do roteiro simples, a animação em si é bem menos do que ótima e o character design certamente não agrada qualquer um) tenho certeza que o anime não conseguirá manter esse nível por muito tempo, mas até agora tem valido cada minuto que gastei assistindo.
A história das crianças de Marte me deixa mais e curioso. A pobre menina rica Kudelia fica mais e mais frustrada com sua própria impotência. A Gjallahorn fica mais e mais agressiva. As relações entre a Terra e Marte podem ficar mais e mais tensas. A batalha acabou, mas apesar da chama apagada os fumos inflamáveis dominam o ar e a cada minuto que passa é mais e mais provável que irrompa novo incêndio. Os garotos da Terceira Unidade venceram, mas estão mais e mais convencidos de que a verdadeira batalha ainda não começou.