Uma franquia preocupada em tocar os corações das pessoas tanto através de romances e da música quanto através dos seus mechas. Uma obra concebida durante a década em que robôs gigantes reinaram supremos e que continua a influenciar criadores e a povoar os sonhos dos apreciadores de operas espaciais até hoje. Com vocês, mais um episódio de Entre no maldito robô.
Os anos 80 viram não apenas a consolidação e a explosão de popularidade do gênero mecha, como também o surgimento e a consolidação de diretores, animadores, roteiristas e estúdios que ajudaram a desenvolver ainda mais a animação japonesa daquela década. As gigantescas taxas de crescimento econômico naquele período (referido de forma jocosa, porém nostálgica, como “A Era da Bolha“) e o surgimento de um novo mercado audiovisual com a introdução e com a popularização do videocassete criaram as condições perfeitas para que ideias e talentos florescessem de forma constante. Bem-vindos ao sexto episódio de Entre no maldito robô.
Após uma pausa inesperada, porém estratégica no final das contas, esta coluna volta ao campo de batalha (não sem antes pedir desculpas e compreensão ao querido leitor e a querida leitora) para continuar a saga de como Gundam se tornou um marco do mecha anime e um dos maiores fenômenos da cultura pop oriental. É o retorno de Entre no maldito robô.
Durante toda a década de 1970 a popularidade dos mecha animes se manteve alta não apenas no Japão como em diversos países. Astroganger fez sucesso em países árabes, Voltes V permanece cultuado até hoje nas Filipinas, Grendizer (outra história de Go Nagai envolvendo robôs gigantes) fez tanto sucesso na França (onde foi rebatizado de Goldorak) que foi objeto de matéria de capa da revista Paris Match e até o Brasil se rendeu aos robozões tamanho família com Groizer X (por aqui chamado de Pirata do Espaço). Porém, pouquíssimas pessoas poderiam prever o quanto uma série original que estreou nas TVs japonesas em 1979 levaria o gênero a patamares jamais vistos não apenas dentro do próprio gênero, como também na cultura pop nipônica e, posteriormente, mundial. Sejam muito bem-vindos ao quarto episódio de Entre no maldito robô.
O título mais correto seria: 5 animes que definiram o gênero e mais 2 que mostram o quanto ele continua vivo independente de suas franquias originais. Para os mais chatos, 4 e 3 respectivamente, hehe. Optei pela versão mais curta e menos precisa, como percebeu, e o fiz porque as alternativas são impraticavelmente longas e ainda embutem controvérsias no que é ou não é definidor do gênero, então joguei tudo no mesmo balaio e boa. O gênero Robô Gigante provavelmente é o mais japonês de todos os gêneros populares de anime, no sentido de que nasceu sem a menor sombra de dúvida no Japão. O gênero Garotas Mágicas, por exemplo, foi fortemente influenciado por seriados americanos como Jeannie é um Gênio, embora na prática o que se produz hoje em termos de garotas mágicas no Japão não encontre paralelo no resto do mundo. Com Robô Gigante se dá o exato oposto: o resto do mundo copia o Japão. Transformers nasceu como produção nipo-americana, alguns sucessos de Hollywood como Matrix emprestam elementos do gênero, e outros como Círculo de Fogo são basicamente apropriação ocidental do gênero japonês, completo com invasores desconhecidos como os de Evangelion e até o Rocket Punch de Mazinger Z.
Mas para chegarem até onde chegaram, os robôs gigantes percorreram um longo caminho ao longo de décadas em mangás e animes. A ideia de robôs e andróides não é japonesa mas já estava presente em Astroboy. Mas o robô de Osamu Tezuka ainda não era um robô gigante. Continue lendo para saber como o primeiro robô gigante surgiu e se desenvolveu até os dias de hoje!